Planet City: mundos imaginários como modelos sustentáveis para enfrentar as mudanças climáticas

Liam Young é um arquiteto, designer de produto e diretor que atua na área entre design, ficção e futuro. Young é especialista em projetar ambientes para a indústria cinematográfica e televisiva, com base na crença de que criar mundos imaginários permite nos conectar emocionalmente às ideias e desafios do nosso futuro.

Após os séculos de colonização, globalização e extração econômica e expansionismo sem fim, os humanos reconstruíram o mundo da célula até a placa tectônica. Young sugere em um TED Talk: “E se revertêssemos radicalmente essa expansão planetária? E se nós, como humanos, chegássemos a um consenso global para nos retirarmos de nossa vasta rede de cidades e cadeias de suprimentos emaranhadas para uma metrópole hiperdensa que abriga toda a população da Terra?"

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Assim surgiu o experimento mental de Young para este mundo chamado Planet City, uma cidade imaginária, uma exploração do potencial produtivo da densificação extrema, chamando 10 bilhões de pessoas para entregar o resto do planeta a uma selva global. Young propõe que toda a população da Terra poderia viver nesta metrópole hiperdensa e autossuficiente, ocupando apenas 0,02% da superfície da Terra, uma área que é aproximadamente do tamanho de um estado médio dos EUA.

Criada em resposta à crescente linha vermelha no gráfico das mudanças climáticas, a noção de construção do mundo e narrativa fornece muito mais do que o mero ato de visualizar esses dados, ela os dramatiza. Portanto, nas cidades especulativas, podemos mergulhar nas várias consequências das decisões que somos chamados a enfrentar hoje, contadas tanto por meio de fábulas quanto de roteiros para um futuro desejado.

A construção do Planet City torna-se possível quando consideramos a remineração de nossas cidades antigas em vez de solo virgem, evitando a necessidade de consumir ou extrair novos recursos. A frota de transporte do mundo que atualmente espalha matéria arrancada da terra em nossos shoppings e vitrines poderia ser revertida e reaproveitada para reunir todo esse material novamente nos estratos geológicos de uma cidade recém-construída. Os fantasmas dos estados-nação posteriormente dão lugar a novos bairros formados em torno de práticas culturais compartilhadas, à medida que adotamos novos mitos de cuidado, pertencimento e recreação.

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Planet City. Imagem cortesia de Liam Young

Embora extremamente provocativo, Planet City renuncia à fantasia tecno-utópica de projetar uma nova ordem mundial na forma de uma obra de arquitetura crítica composta por ficção especulativa baseada em análise estatística, pesquisa e conhecimento tradicional. Mundos imaginários podem ser fundamentados na ciência e tecnologia reais do momento presente, garantindo os meios para nos projetarmos nesses futuros. São abertas avenidas de exploração sobre como esse novo mundo pode evoluir, não em um movimento forçado singular, mas na forma de um recuo lento e multigeracional do mundo que conhecíamos.

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Planet City. Imagem cortesia de Liam Young

Portanto, Planet City não é uma proposta, mas uma provocação, um experimento mental. Não somos obrigados a pisar tanto na Terra, pois as únicas coisas que nos impedem de repensar e consolidar nossas cidades existentes somos nós mesmos, nossas próprias políticas e preconceitos, vieses e pontos cegos.

É quase como se estivéssemos vivendo em uma cidade de escala planetária esse tempo todo, ainda mais porque urbanizamos nosso planeta da célula à placa tectônica. Planet City é totalmente fictícia, mas também já está aqui. Simultaneamente, uma imagem desafiadora de um amanhã possível e um destaque urgente das questões ambientais que nos confrontam hoje. Talvez este seja um chamado para visualizarmos ativamente nossos futuros possíveis, e talvez devêssemos olhar para esses mundos imaginários nos quais podemos moldar coletivamente a direção de nossa cidade.

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Planet City. Imagem cortesia de Liam Young

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Sobre este autor
Cita: Joson, Jullia. "Planet City: mundos imaginários como modelos sustentáveis para enfrentar as mudanças climáticas" [Planet City: Using Imaginary Worlds as Sustainable Models to Tackle Climate Change] 06 Ago 2022. ArchDaily Brasil. (Trad. Simões, Diogo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/985671/planet-city-mundos-imaginarios-como-modelos-sustentaveis-para-enfrentar-as-mudancas-climaticas> ISSN 0719-8906

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