Construído para não durar: a tradição japonesa de reconstruir as casas a cada 30 anos

Na maioria dos países do mundo as edificações antigas são valorizadas. Há algo na história, na originalidade e no charme de uma casa antiga que faz com que seu valor às vezes seja superior ao de novos projetos. Mas no Japão, o oposto é quase sempre a preferência. As casas recém-construídas são as mais procuradas em um mercado imobiliário onde as moradias raramente são vendidas e a obsessão por demolir e reconstruir é tanto uma questão cultural quanto uma questão de segurança, colocando as casas de 30 anos em um mercado sem valor.

Tendências urbanas: o modelo de habitação cooperativa em Barcelona

A habitação cooperativa ou co-habitação é um modelo habitacional que permite expandir o acesso à moradia nas cidades. Este modelo começou a ser desenvolvido em países como a Dinamarca e o Uruguai e está se tornando cada vez mais popular na Europa. Tanto que, há alguns anos, chegou a Barcelona e desde então não parou de se expandir na região, ultrapassando os limites da própria cidade. A seguir, explicaremos em que consiste o modelo de co-habitação em Barcelona e como ele contribui para uma arquitetura mais democrática para os cidadãos.

Selvas de concreto: 6 alternativas ao cimento para reduzir seu impacto nas cidades

A expressão "tempestade perfeita" refere-se a um evento, geralmente não favorável, que é agravado em decorrência de uma confluência de fatores negativos ou imprevisíveis. É muito utilizada para retratar fenômenos meteorológicos, mas também abrange outros campos, como a economia, por exemplo. Essa analogia também pode funcionar para a relação entre a crise climática e a dependência do mundo com o concreto. Conforme evidenciado no Relatório da Chatam House, enquanto o cimento (essencial para a fabricação de concreto) é um material extremamente prejudicial ao efeito estufa e à crise climática, representando cerca de 8 % das emissões globais de CO2, prevê-se que sua produção global aumente nos próximos 30 anos para suprir a demanda da rápida urbanização de regiões como o Sudeste Asiático e a África Subsaariana. Ao mesmo tempo, o último relatório da IPCC nos alertou que nos restam apenas 11 anos restantes para reduzir as emissões e evitar danos irreversíveis da mudança climática. Ou seja, o setor de cimento está enfrentando uma expansão significativa no momento em que as emissões precisam cair rapidamente.

Mapas sensoriais: o que o olfato pode revelar sobre os ambientes urbanos

Toda cidade é um ambiente complexo, reunindo pessoas, culturas, arquitetura, comércio e até a natureza. Ao vivenciar uma cidade, muita atenção é dada à sua aparência, mas isso não é tudo. A teoria do design sensorial visa ir além da visão e explorar a riqueza do ambiente construído por meio de texturas, cheiros e sons. Para as autoridades e urbanistas da cidade, muita atenção geralmente vai para a paisagem visual e sonora de uma cidade, mas em termos de odor, o foco está principalmente no gerenciamento de resíduos ou na limpeza de áreas insalubres. No entanto, o olfato, tão frequentemente negligenciado, está fortemente ligado à criação de memórias afetivas. O sentido contribui para nossa compreensão do mundo; revela práticas culturais de outra forma ocultas, e completa a experiência de um ambiente.

Espaços intersticiais e vida pública: pequenas intervenções que tecem nosso ambiente construído

Ao longo dos anos, as configurações urbanas foram mudando e assumindo novas formas. Os espaços de trabalho tornaram-se mais flexíveis, os escritórios em casa são comuns e os crescentes custos na construção levaram a mudanças na forma como as edificações são concebidas e construídas, nos direcionando para áreas externas públicas e comunitárias destinadas à atividades de lazer e encontros sociais. Nossos estilos de vida em constante transformação estão, portanto, moldando uma nova paisagem urbana que influencia na maneira como concebemos e usamos esses espaços. Entretanto, algumas tipologias menores e muitas vezes não reconhecidas persistiram e permanecem tão necessárias como sempre foram.

Como as tendências atuais da sociedade influenciam a arquitetura de interiores contemporânea?

As últimas duas décadas mostraram ao mundo novas maneiras de viver como resultado de diferentes mudanças sociais, econômicas e ecológicas. Naturalmente, essas mudanças chegaram à arquitetura e à prática urbana, provocando novos conceitos dentro das tipologias tradicionais. Ao projetar um espaço, independentemente de sua função, sempre se priorizaram as necessidades dos usuários, garantindo-se a praticidade e funcionalidade, mas, recentemente, palavras-chave como flexibilidade, privacidade, inclusão e consciência ecológica tornaram-se forças motrizes por trás dos processos de design. Neste Interior Focus, veremos como as cidades atuais e as tendências de vida em todo o mundo reformularam o design de interiores e introduziram modificações nas tipologias típicas.

Como as novas tecnologias influenciam a experiência urbana coletiva?

Hoje em dia está cada vez mais fácil notar a presença da tecnologia nas grandes cidades devido à velocidade em que nos movemos e ao capital. “Smart Cities” ou “Cidades Inteligentes”, é um termo popular para descrever a relação do planejamento urbano e tecnologia, cujo eixo norteador é a informação em prol da conectividade dos edifícios. Entretanto, a acessibilidade a essas novas tecnologias, revelou como é possível, a partir de nossas experiências únicas como cidadãos, acompanhadas de uma grande preocupação com o registro dos ambientes urbanos, mapear e vivenciar as cidades a partir de outras perspectivas.

Como a inclusão de gênero está influenciando o desenho urbano

Na década de 1970, em Berkeley, Califórnia, um grupo ativista dos direitos das pessoas com deficiência, chamado Rolling Quads, começou a desmontar os meios-fios e instalar rampas improvisadas nas calçadas, exigindo acesso para os cadeirantes. Mas, o que as pessoas não esperavam era que os usuários de cadeiras de rodas não seriam os únicos a se beneficiar da intervenção. Logo, pedestres com carrinhos de bebê, compras pesadas, malas ou simplesmente com mobilidade reduzida passaram a usar regularmente as rampas. Da mesma forma, uma cidade com inclusão de gênero funciona melhor para todos. Uma cidade onde todas as minorias de gênero, com idades e habilidades diferentes, podem se locomover com facilidade e segurança, participar plenamente da força de trabalho e da vida pública, levar uma vida saudável, sociável e ativa é uma cidade que melhora a vida de todos.

Questão monumental: como ficam os lugares de memória no futuro das cidades?

Qual é a história que o espaço público da sua cidade conta? Quem são as pessoas homenageadas em monumentos espalhados por ela? Questões como estas levaram a uma série de insurgências nos últimos anos em diversas cidades. As noções de memória e representatividade ampliaram a reflexão sobre qual narrativa construímos em nossos espaços, fato que tem desencadeado numa indagação urbana para o futuro: afinal, o que queremos lembrar (ou esquecer) através dos símbolos que erigimos (ou destruímos) nas cidades?

Projetando Nova York: soluções para habitações, ferrovias e orla

Nenhuma cidade é como Nova York. Amálgama de diferentes culturas, ela é uma das mais diversas do mundo. Entretanto, Nova York também enfrenta desafios sociais e ambientais que vão desde a necessidade de novas moradias e demandas de transporte até o aumento do nível do mar e tempestades. À medida que a pandemia enfatizou ainda mais a importância da arquitetura e do urbanismo no desenvolvimento da vida pública, as autoridades e os planejadores da cidade estão analisando uma série de abordagens e modelos a fim de reinventar o crescimento urbano.

Planet City: mundos imaginários como modelos sustentáveis para enfrentar as mudanças climáticas

Liam Young é um arquiteto, designer de produto e diretor que atua na área entre design, ficção e futuro. Young é especialista em projetar ambientes para a indústria cinematográfica e televisiva, com base na crença de que criar mundos imaginários permite nos conectar emocionalmente às ideias e desafios do nosso futuro.

Como o poder do lugar molda as cidades

Este artigo foi publicado originalmente no Common Edge.

As Torres de Babel de Nova York

O mundo está diante de um século urbano. A população mundial está desmoronando nos centros das cidades, pois a indústria e a agricultura precisam de menos humanos, já que a tecnologia substitui a mão humana por máquinas. A população urbana mundial cresceu de 751 milhões em 1950 para 4,46 bilhões em 2021, e crescerá para 6,68 bilhões em 2050.

O direito à praia: murando a erosão costeira

No início da pandemia de coronavírus, em março de 2020, os parisienses abastados afluíram para suas segundas residências na costa atlântica da França, quando foi declarado o lockdown no país. Em junho de 2020, quando as restrições afrouxaram na Inglaterra, os moradores se dirigiram para cidades litorâneas como Bournemouth para aproveitar o tempo ensolarado. O primeiro cenário reflete a crescente lacuna entre ricos e pobres da França, enquanto o último é um reflexo do poder democratizante das praias de acesso público.

Como a conexão com a internet afeta a desigualdade urbana

Se você está lendo isso agora, ou já leu um artigo no ArchDaily, é porque você estava em um lugar que permitia que você se conectasse à internet. Pense em um momento em que você se encontrou em uma zona morta, onde a Internet estava ruim e você não conseguiu conectar seu computador ao WiFi para concluir uma tarefa, ou sem conseguir conectar seu telefone para pesquisar rapidamente no Google. Você provavelmente correu para o café mais próximo, ou lugar onde o WiFi era mais confiável, apenas para ter a sensação de estar online novamente. A internet, em um mundo ideal, é igualmente aberta a todos, proporcionando acesso ao conhecimento e a capacidade de se conectar facilmente com outras pessoas. Mas o que acontece quando você não tem internet? Como sua vida é afetada se você estiver do lado errado da exclusão digital e morar em uma área sem acesso à banda larga?

A cidade como organismo

A natureza tem sido continuamente considerada uma musa inspiradora para os arquitetos. Cores e formas do mundo natural encontram-se embutidas em construções artificiais. Os edifícios também são moldados por padrões de vento e sol, topografia e vegetação. Enquanto a arquitetura é alimentada pelos efeitos da natureza, os edifícios têm sido propostos como objetos inertes que permanecem estáticos num mundo em evolução biológica. As “selvas” de concreto antropocêntricas são desprovidas de vida, separando os humanos dos ambientes naturais e causando desequilíbrios que se manifestaram em forma de pandemias. Mas, como seriam as cidades se não houvesse fronteiras entre humanos e ecossistemas?

Como a inflação global afeta os arquitetos?

A arquitetura, como profissão, é cíclica por natureza. A oferta de trabalho nessa área de atuação vai e vem conforme as marés das condições econômicas e é notavelmente afetada em tempos de recessão. Todos nós já ouvimos histórias ou passamos por isso. Seja na Grande Crise de 2008 ou, mais recentemente, nos cortes feitos nos escritórios de arquitetura durante a incerteza da pandemia do COVID-19, quando os projetos foram suspensos e as novas oportunidades de negócios diminuíram da noite para o dia. Agora, dois anos depois, as empresas estão acompanhando de perto os problemas da cadeia de suprimentos global e as taxas de inflação crescentes, especialmente com o aumento da pressão para atender às necessidades de uma população urbana crescente. A arquitetura será à prova de recessão quando entrarmos em um mercado em baixa?

Como viveremos em nossas cidades?

Há futuro para nossas cidades se não mudarmos para um modo de vida sustentável? Há algum tempo, a sustentabilidade urbana adotou um ponto de vista mais a partir das mudanças climáticas do que de uma visão holística que incorpora a sociedade e a forma como vivemos em comunidade.