Uma viagem pela arquitetura românica em Portugal: entrevista com spaceworkers

No País dos Arquitectos é um podcast criado por Sara Nunes, responsável também pela produtora de filmes de arquitetura Building Pictures, que tem como objetivo conhecer os profissionais, os projetos e as histórias por trás da arquitetura portuguesa contemporânea de referência. Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, Portugal é um país muito instigante em relação a este campo profissional, e sua produção arquitetônica não faz jus à escala populacional ou territorial.

Neste episódio Sara conversa com Rui Dinis e Henrique Marques, do ateliê spaceworkers, sobre a Centro de Interpretação do Românico em Lousada. Ouça a entrevista completa e leia parte da transcrição da conversa, a seguir:

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Sara Nunes - O Centro de Interpretação do Românico pretende ser um ponto de partida para quem vai percorrer a Rota do Românico, que é constituída por mais de 58 monumentos. Pergunto-vos se visitaram muitos destes monumentos (se não todos) para este trabalho? 

Henrique Marques - Todos não, mas visitámos muitos.

Rui Dinis - Todos não, mas visitámos uma grande parte.

SN - Há algum que vos tenha deixado alguma memória? Algum que vos tenha impressionado particularmente?

Rui Dinis - Eu e o Henrique... Nós já conhecíamos bastantes porque fazem parte da nossa região. Há alguns com os quais temos uma proximidade maior. No meu caso, até por questões familiares. Tenho uma proximidade maior com o Mosteiro de Paço de Sousa, mas não há assim... Quer dizer, dos que me têm impressionado mais...

HM - Eu gosto muito de Pombeiro. O Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro acho que impressiona pela sua escala...

RD - Pela escala, pela localização e pela aproximação...

HM - É muito engraçado, mas todos eles... O Mosteiro de Paços de Sousa também é muito bom. Eu acho que todos têm alguma coisa em que são capazes de nos chamar a atenção.

RD - Todos eles têm linguagens diferentes, valem a visita e, sobretudo, a nós nessa fase acabou por nos servir de fonte de inspiração.

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© Fernando Guerra | FG+SG

SN - Eu lembro-me de uma história que a Rosário me contou – que é responsável pelo Centro de Interpretação –, em que houve uma criança que desafiou a família para fazer estes 58 monumentos. Todos os fins-de-semana ia fazendo e conseguiu visitar todos os monumentos. Achei muito interessante esta história do miúdo que incentivou a família a visitar todos os monumentos. Já agora, estamos a falar de um Centro de Interpretação e não de um museu. Qual é a diferença?

HM - Essa é uma pergunta muito difícil, Sara. 

RD - É uma pergunta com a qual nos debatemos muito, desde o início.

HM - Ou seja, desde o início... até quando fomos contactados para fazer este edifício, na realidade, ele ia ter um carácter mais museográfico ou museológico do que na realidade tem. Isto porque, na altura, a Rota do Românico tinha recebido o espólio da extinta... DGPC? Não da... DGEMN, que é basicamente a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e havia uma série de peças e materiais que foram retirados de algumas das igrejas pertencentes à Rota do Românico...

SN - Mas estamos a falar de quê? De esculturas... 

HM - Tínhamos esculturas, altares em talhas, azulejos, uma série de portas e uma série de componentes que...

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© Fernando Guerra | FG+SG

RD - Tinham sido as alterações que foram introduzidas nos edifícios do românico, ao longo dos anos. Ou seja, dos diferentes movimentos que tivemos e, a determinada altura, houve uma limpeza e todos esses elementos foram doados à Rota do Românico.

HM - Então, a Rota do Românico precisava de um espaço para os expor. Numa fase muito inicial quando começámos a pensar neste projecto. Entretanto, abriu uma candidatura para fazer algumas... na parte cultural... para podermos, de alguma forma, fazer a rota de um elemento interpretativo. Ou seja, algo que permita – a quem não conhece o que é a rota – chegar a um determinado ponto e ficar com uma visão mais global do que é que a Rota do Românico e o que é que é o Românico no território. Então este processo foi... esta primeira ideia de museu que passou, na realidade, a ser um Centro de Interpretação, onde com base em tecnologia, imagens, projecções e alguns poucos artefactos... consigamos transmitir a história e fazer um apanhado geral da história do românico no nosso território – desde como surgiu, como se espalhou, onde é que se pode ver e o que é que se pode ver, quais os tipos de arquitectura e quais os tipos de expressões que existiam no românico não só arquitectónico, mas também na pintura, escultura. E, portanto, isso passou a ser um trabalho não tanto de museu, mas sim de uma parte mais interpretativa, daí o Centro de Interpretação que tem essa valência mais explicativa do processo.

RD - Há ali um panorama geral do românico, desde o seu início até à forma como ele nos chegou nos dias de hoje. O edifício faz essa viagem toda. 

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Cortesia de spaceworkers

Ouça a entrevista completa aqui. Reveja, também, as entrevistas já publicadas do podcast No País dos Arquitectos:

Nota do editor: A transcrição da entrevista foi disponibilizada por Sara Nunes e segue o antigo acordo ortográfico de Portugal.

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Sobre este autor
Cita: Romullo Baratto. "Uma viagem pela arquitetura românica em Portugal: entrevista com spaceworkers" 21 Mai 2022. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/981105/uma-viagem-pela-arquitetura-romanica-em-portugal-entrevista-com-spaceworkers> ISSN 0719-8906

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