A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas

Durante os primeiros dias de quarentena em diferentes cidades do mundo pudemos ver ruas, praças e parques desertos. Uma das coisas mais desejadas em tempos pré-pandêmicos era a vida pública dos espaços urbanos. Nesse sentido, reunimos uma série de fotografias que ajudam a compreender a importância da presença humana aos espaços públicos das cidades. 

Quando olhamos pela janela do avião durante uma aterrissagem, podemos perceber o fenômeno relativo que nos permite dimensionar a escala, ou seja, a que distância estamos de um objeto dependendo da velocidade com que nos movemos. Voando podemos ver como os veículos que se movem nas ruas parecem se mover tão lentamente, e conforme nos aproximamos da pista, de repente as árvores que pareciam pontos verdes em um modelo são na verdade três vezes mais altas do que a altura de a janela. De repente, penetramos de forma insignificante na imensidão do aeroporto que vimos do ar com uma morfologia tão clara e aparentemente mensurável.

Este fenômeno é baseado na experiência. O arquiteto dinamarquês Jan Gehl investiga a importância dessa experiência em sua palestra In Search of Human Scale. Nela ele explica o que chama de síndrome de Brasília, uma cidade que foi desenhada e planejada a partir de um concurso de arquitetura, que vista do céu é esteticamente plácida, mas cujos habitantes precisam andar distâncias absurdas porque a experiência humana não foi levada em consideração naquela época.

Abstraindo um pouco mais, Gehl posiciona a arquitetura entre a vida e a forma, já que um objeto arquitetônico sem as pessoas que o habitam não passa de escultura. O estudo da forma é bastante simples quando comparado ao estudo da vida, o que ressalta a importância de abrir o espectro da prática a outras disciplinas e profissões, pois para oferecer uma arquitetura de qualidade não basta projetar objetos sem antes compreender os comportamentos dos que o habitarão. 

O arquiteto conclui que a escala mais importante é a da cidade ao nível dos olhos, deslocando-se a aproximadamente 5 km/h. Para ilustrar essa perspectiva, reunimos uma série de espaços públicos de diferentes escalas com e sem pessoas, onde podemos perceber a mudança quando estão habitados ou não. 

LOOP / FAHR 021.3

Localização: Porto, Portugal
Área: 102 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 3 de 29
LOOP / FAHR 021.3. Image © João Morgado
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 2 de 29
LOOP / FAHR 021.3. Image © João Morgado

Archi Loft / Geometrix Design

Localização: Moscou, Rússia
Área: 450 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 4 de 29
Archi Loft / Geometrix Design. Image © Daniel Annenkov
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 5 de 29
Archi Loft / Geometrix Design. Image © Ilya Ivanov

Centro Creación Joven Espacio Vias / Estudio SIC

Localização: León, Espanha
Área: 800 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 6 de 29
Centro Creación Joven Espacio Vias / Estudio SIC. Image © Esaú Acosta
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 7 de 29
Centro Creación Joven Espacio Vias / Estudio SIC. Image © Esaú Acosta

Praça Tibidabo / MiAS Arquitectes

Localização: Barcelona, Espanha
Área: 1.450 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 8 de 29
Plaza Tibidabo / MiAS Arquitectes. Image © Gael del Rio
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 9 de 29
Plaza Tibidabo / MiAS Arquitectes. Image © Gael del Rio

Equipamentos Urbanos Setor Deportivo / Ricardo Sanz Sosa & Rodrigo Marín Briceño

Localização: Caracas, Venezuela

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Amenidades Urbanas Sector Deportivo / Ricardo Sanz Sosa & Rodrigo Marín Briceño. Image © José Alberto Bastidas
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 11 de 29
Amenidades Urbanas Sector Deportivo / Ricardo Sanz Sosa & Rodrigo Marín Briceño. Image © José Alberto Bastidas

Renovação Praça L.B. Alberti / Archiplanstudio

Localização: Mantua, Itália
Área: 2.500 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 12 de 29
L.B. Alberti Square Renovation / Archiplanstudio. Image © Giuseppe Gradella
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 13 de 29
L.B. Alberti Square Renovation / Archiplanstudio. Image © Giuseppe Gradella

Nova Prefeitura de Nancagua / Beals Lyon Arquitectos

Localização: Nancagua, Chile
Área: 2.700 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 14 de 29
Nueva Municipalidad de Nancagua / Beals Lyon Arquitectos. Image © Felipe Fontecilla
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 15 de 29
Nueva Municipalidad de Nancagua / Beals Lyon Arquitectos. Image © Felipe Fontecilla

Muscat’s Marsa Plaza / ACME

Localização: Mascate, Omã
Área: 5.500 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 16 de 29
Muscat’s Marsa Plaza / ACME. Image © Francisco Nogueira
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 17 de 29
Muscat’s Marsa Plaza / ACME. Image © Francisco Nogueira

Praça do Migrante / Taller DIEZ 05

Localização: Veracruz, México
Área: 6.300 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 18 de 29
Plaza del migrante / Taller DIEZ 05. Image © Luis Gordoa
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 19 de 29
Plaza del migrante / Taller DIEZ 05. Image © Luis Gordoa

Parque Colinas del Sol / Francisco Pardo Arquitecto

Localização: Fraccionamiento Los Héroes, Estado de México, México
Área: 6.300 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 20 de 29
Parque Colinas del Sol / Francisco Pardo Arquitecto. Image © Jaime Navarro
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 21 de 29
Parque Colinas del Sol / Francisco Pardo Arquitecto. Image © Jaime Navarro

Costanera Ciudad de Paraná / Rubén Edgardo Cabrera

Localização: Paraná, Entre Rios, Argentina
Área: 25.200 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 22 de 29
Costanera Ciudad de Paraná / Rubén Edgardo Cabrera. Image Cortesía de Rubén Edgardo Cabrera
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 23 de 29
Costanera Ciudad de Paraná / Rubén Edgardo Cabrera. Image Cortesía de Rubén Edgardo Cabrera

Tainan Spring / MVRDV

Localização: Tainan, Taiwan
Área: 54.600 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 24 de 29
La primavera de Tainan / MVRDV. Image © Daria Scagliola
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 27 de 29
La primavera de Tainan / MVRDV. Image

Revitalización de la Albarrada de Mompox / OPUS

Localização: Mompóx, Bolivar, Colômbia
Área: 180.000 m²

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 29 de 29
Revitalización de la Albarrada de Mompox / OPUS. Image © Sergio Gómez
A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas - Imagem 28 de 29
Revitalización de la Albarrada de Mompox / OPUS. Image © Sergio Gómez

Este artigo faz parte do Tópico do Mês do ArchDaily: Escala Humana. Cada mês exploramos um tópico em profundidade por meio de artigos, entrevistas, notícias e obras. Conheça mais sobre nossos tópicos aqui. E como sempre, nós do ArchDaily, valorizamos as contribuições de nossos leitores. Se você deseja enviar um artigo ou trabalho, entre em contato conosco.

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Sobre este autor
Cita: Baraya, Santiago. "A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas" [Espacios públicos con y sin escala humana: La ciudad a la altura del ojo y a 5 Km/h] 08 Nov 2020. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/950571/a-cidade-na-escala-humana-espacos-publicos-com-e-sem-pessoas> ISSN 0719-8906

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