Editor de conteúdo no ArchDaily.co, arquitecto e apaixonado pelas maquetas exportando a cena colombiana para a América Latina e o resto do mundo.
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O último ano talvez tenha sido o período de tempo em que passamos mais tempo habitando os espaços domésticos. Talvez não seja o último, e nós definitivamente os estamos ocupamos com atividades para as quais eles não foram projetados. No entanto, os projetos arquitetônicos tomam outras decisões no momento da concepção que vão além de seu programa. Seja pelo contexto ou localização, pelo projeto espacial ou pela materialidade específica, eles adotam esses parâmetros como determinantes do projeto.
Ao longo do ano passado—e muito provavelmente esta tendência permaneça no ano de 2021—, testemunhamos um considerável esvaziamento dos espaços públicos dos principais centros urbanos, algo que nunca antes havíamos visto e que muito provavelmente, não voltaremos a ver muito cedo. Essa sensação de ausência de trânsito e congestionamento foi uma das principais consequências dos longos períodos de quarentena. Curioso é o fato que, mesmo depois de amenizadas muitas das restrições impostas, o trânsito caótico das grandes cidades parece estar se negando a voltar à sua normal atividade.
A arquitetura como resultado da ação humana sobre a paisagem, confronta-se sempre com o desafio de construir relações entre o espaço construído e o contexto natural específico. Quando tratamos de edifícios enterrados, este vínculo se torna ainda mais evidente além de um fator fundamental para o sucesso do projeto. Neste contexto, a decisão de intervir na paisagem natural, seja enterrando ou aterrando, geralmente trás uma série de benefícios para um projeto de arquitetura, entre os quais podemos destacar a integração com o contexto e outros benefícios técnicos, como por exemplo, uma melhor eficiência termodinâmica.
Na Colômbia você pode desfrutar de uma grande variedade de contextos climáticos, que geram paisagens maravilhosas e ambientes naturais de desejo. A flora e a fauna são identificadas em função da região, altitude e umidade. Nos projetos residenciais colombianos, a natureza do contexto costuma ser uma inspiração constante, desde a incorporação da vegetação como elemento arquitetônico no interior até o enquadramento das paisagens próximas. Na hora de planejar a percepção espacial, seja de dentro ou de fora, a natureza é parte inegável das obras.
Durante os primeiros dias de quarentena em diferentes cidades do mundo pudemos ver ruas, praças e parques desertos. Uma das coisas mais desejadas em tempos pré-pandêmicos era a vida pública dos espaços urbanos. Nesse sentido, reunimos uma série de fotografias que ajudam a compreender a importância da presença humana aos espaços públicos das cidades.
Os limites entre o exterior e o interior das casas localizadas em climas frios são geralmente sólidos e definitivos, permitindo que os espaços residenciais possam ser encerrados quando as intempéries impedirem o conforto ambiental. Este não é o caso das casas localizadas em países como a Colômbia, por exemplo, onde as temperaturas em geral transitam acima da média adequada ao conforto térmico.
O tema deste mês no ArchDaily, como viveremos juntos, convida a refletirmos sobre a forma como habitamos os espaços com os outros. Este artigo se concentrará em tal questão a partir de dois conceitos que, ao coexistir em harmonia, podem resultar em um futuro viável para o desenvolvimento: viver e trabalhar.
Este aprofundamento faz parte do repensar do distanciamento social. Devemos realmente nos distanciar da socialização para mitigar a propagação da COVID-19? A pandemia nos desestabilizou, e talvez se as palavras escolhidas para a palavra de ordem emergente desta conjuntura fossem repensadas em um espírito mais otimista, poderíamos obter algo como: empatia a 2m de distância. Desta forma, o mesmo efeito é alcançado para o distanciamento como medida de precaução, com a diferença de pensar na entidade coletiva, construindo assim o tecido social que emerge nos espaços onde trabalhamos e vivemos.
Pensando em mundo mais sustentável, no momento de construir são tomadas decisões a fim de gerar o menor impacto possível, e os materiais recicláveis contribuem muito para isso. Ao construir uma parede com materiais reaproveitáveis, pode-se pensar, por exemplo, em garrafas plásticas, e assim evitar seu descarte. Porém, existe uma técnica milenar utilizada em todo o mundo que é possivelmente o material mais sustentável: o adobe.
Museo de transporte húngaro. Image Cortesía de Diller Scofidio + Renfro
De acordo com Howard Gardner, a inteligência humana pode ser dividida em oito categorias, sendo uma delas, a inteligência espacial. Gardner define este tipo de inteligência como a capacidade do ser humano em imaginar e dar forma à modelos tridimensionais da realidade. A arquitetura, assim como a escultura, é uma das disciplinas que mais se beneficiam desta faculdade. Considerando isso, neste artigo procuramos explorar como a representação da arquitetura evoluiu ao longo do tempo e como ela está se tornando cada dia mais fiel à imagem idealizada por quem a projetou.
A arquitetura tem um impacto no contexto na qual se implanta. No entanto, a experiência dos usuários se dão nos espaços internos. Grandes expoentes como Rogelio Salmona e Antonio Gaudí pensavam suas obras em todos os espectros da escala arquitetônica, para que até os mais finos detalhes de acabamento fossem parte da experiência.
Todos nós sabemos que a arquitetura desempenha um papel fundamental na construção de espaços educativos, entretanto, ela é ainda mais importante na criação de espaços capazes de construir comunidades, espaços onde se forjam as bases paras as próximas gerações. Espaços como este exercem uma influência determinante na vida das pessoas, construindo um cenário que ficará gravado para sempre nas memórias dos alunos mais jovens.
A Madeira é material nobre, usado na construção desde tempos remotos e em todas as regiões do mundo. Embora essa materialidade possa ser empregada em quase todos os tipos de arquitetura, reunimos aqui exemplos de casas rurais localizadas na Colômbia.
Ciudad Salitre. Foto de Santiago Beaumé, María Luisa Cervantes y Federico Chaparro. Image Cortesía de Ciudad Isla
Em Bogotá, um terço das moradias da cidade encontram-se implantadas dentro de condomínios fechados. Este fenômeno é resultado de uma importação inconseqüente de um modelo fabricado para um contexto completamente estranho aquele da cidade colombiana, idealizado para os suburbios americanos do pós-guerra, onde se sonhava com uma vida digna, segura, feliz e longe de todos os problemas dos grandes centros urbanos. Um modelo que prioriza carros à pedestres, edifícios de arquitetura simplista, modelos replicáveis e necessariamente - ou acima de tudo - rentáveis.
Pensando nisso, os arquitetos e professores da Universidade Nacional da Colômbia, Ramón Bermúdez e Sebastián Serna, desenvolveram um projeto de exposição em parceria com o Institute of Science, Technology and Policy (ISTP) da ETH de Zurique. Chamada de 'Ciudad Isla', a exposição apresenta o resultado de um esforço coletivo desenvolvido entre a UNC e a ETH que nos leva a refletir sobre o impacto deste fenômeno na configuração do espaço urbano da cidade de Bogotá.
O TransMiCable é o meio de transporte que beneficia a mais de 700.000 habitantes de Ciudad Bolívar desde o final de dezembro do ano passado. Eles são transportados de El portal de Transmilenio el Tunal, contíguo ao CeFe el Tunal, até a estação Mirador del Paraíso, passando por outras estações intermediárias, como SuperCade Manitas. Para suspender o sistema de transporte elevado, as linhas de cabo se apoiam sobre 24 pilares, os quais terão espaços públicos a seu redor, deixando um espaço útil para a comunidade.
O tijolo é um dos materiais mais usados na Colômbia e fez a arquitetura local se destacar mundialmente. Isso se deve à excelente qualidade da argila encontrada em algumas regiões do país. Além de revestir a maioria dos edifícios que caracterizam a paisagem urbana de Bogotá, este material é utilizado em todas as suas formas, desde o adobe até as lajes de piso em casas rurais.