A evolução no entendimento das escalas humanas na arquitetura

“A mão inteira será a décima parte do homem; Da parte inferior do queixo ao topo da cabeça é um oitavo de sua altura; Dos mamilos ao topo da cabeça será a quarta parte da altura.” Se você continua aqui sem ter ido buscar uma trena, essas frases foram escritas por Marcos Vitrúvio Polião, arquiteto romano que viveu no século I a.C., cujo maior legado foi o tratado escrito em latim “De Architectura Libri Decem” (em português, traduzido para Tratado de Arquitetura). Os dados apresentados por Vitruvius foram compilados e desenhados cerca de mil e quinhentos anos depois por Leonardo Da Vinci, em seu célebre trabalho “L’Uomo di Vitruvio”, intensamente reproduzido em diversos contextos, de capas de livros a aventais de cozinha.

Por que optar por construções modulares?

Como os profissionais do setor sabem, construir pode ser um desafio que custa muito dinheiro e tempo. Atrasos são quase mais frequentes do que construções dentro do prazo e podem ser induzidos por extensos requisitos burocráticos, clima e outras circunstâncias inesperadas, planejamento inadequado, pessoal insuficiente ou uma série de outras causas. Projetos de construção longos também podem impactar negativamente a percepção pública de um projeto antes mesmo de ele ter sido concluído, especialmente se ocorrerem atrasos ou causar inconvenientes para aqueles que moram ou trabalham perto do local de construção. Além disso, alguns projetos simplesmente precisam ser construídos em um cronograma mais enxuto do que normalmente é viável para um projeto de construção tradicional. Felizmente, existe uma solução para quem busca reduzir drasticamente o tempo de obra: construções modulares

Como impactamos o planeta? Transformações na Terra pela ação humana vistas de cima

Os impactos causados pelo ser humano no planeta Terra passaram e ser tema recorrente, e cada vez mais se fala em um caminho sem volta. Aquecimento global, gases de efeito estufa, exploração dos recursos naturais e produção de resíduos sólidos e atmosféricos são alguns dos assuntos mais urgentes com os quais a comunidade global precisa lidar se desejamos um futuro de qualidade para as próximas gerações. Essas questões são tema e podem ser visualizadas em cores e alta definição no novo livro Overview Timelapse: How We Change the Earth, de Benjamin Grant e Timothy Dougherty, que reúne 250 fotografias feitas por satélite ou drone de regiões em transformação na Terra.

Psicologia da escala: pessoas, edifícios e cidades

Na introdução de seu famoso livro entitulado Cidades para Pessoas, o arquiteto dinamarquês Jan Gehl afirma claramente que a escala humana tem sido historicamente negligenciada pelos processos de planejamento urbano na maioria das grandes cidades ao redor do mundo. A medida que as novas tecnologias foram nos permitindo construir edifícios cada vez mais altos, maiores e mais complexos, deixamos de conceber espaços para as pessoas e passamos a desenvolvendo um novo tipo de arquitetura— uma arquitetura completamente alheia à nossa própria condição humana. Estratégias de planejamento urbano tomadas de cima para baixo desconsideram a necessidade de espaços adequados aos nossos sentidos, priorizando a velocidade, a funcionalidade e obviamente, a lucratividade.

A escala das crianças: breve histórico sobre mobiliários infantis

Mobiliários infantils são aqueles - fixos ou móveis - desenhados pensando nas crianças, seja de acordo com os seus princípios ergonômicos e anatômicos, ou de forma a assessorá-las da forma mais adequada. Seguindo essa linha, podemos identificar dois tipos de móveis: (1) aqueles que facilitam a relação entre o cuidador e a criança e (2) os que permitem que a criança os utilize de forma independente.

Sobre a ressignificação do corpo na produção arquitetônica

Vários autores como Michel Foucault, Maurice Merleau-Ponty e os pensadores contemporâneos Marina Garcés e Judith Butler trouxeram o tema do corpo para a mesa de discussões globais da filosofia. Isso tem permeado diversas disciplinas onde o corpo é o centro de seu estudo e até mesmo em algumas outras onde essa relação não parece tão evidente.

“O corte é o momento em que interior e exterior se unem”: uma entrevista com Neri&Hu

Durante o último Festival do Design Indaba, tivemos a oportunidade de entrevistar Lyndon Neri e Rossana Hu, do Neri&Hu Design and Research Office, um escritório multidisciplinar de arquitetura com sede em Xangai. Leia a entrevista a seguir para saber mais sobre o trabalho da dupla.

A cidade na escala humana: espaços públicos com e sem pessoas

Durante os primeiros dias de quarentena em diferentes cidades do mundo pudemos ver ruas, praças e parques desertos. Uma das coisas mais desejadas em tempos pré-pandêmicos era a vida pública dos espaços urbanos. Nesse sentido, reunimos uma série de fotografias que ajudam a compreender a importância da presença humana aos espaços públicos das cidades. 

Fotografia de arquitetura e escala: a figura humana como ferramenta de análise

Incorporar a figura humana na fotografia de arquitetura é uma das formas mais eficazes de ajudar o espectador a decifrar a escala de uma obra. Com ela, não apenas é possível transmitir noções das medidas dos elementos fotografados, mas também criar interessantes relações que podem favorecer a composição de uma imagem. Com isso em mente, compilamos a seguir uma seleção de nossas fotografias favoritas que têm na escala humana seu principal elemento compositivo. 

Natureza construída: quando a arquitetura desafia a escala humana

Ir além da escala humana não é novidade. Por séculos, construtores, engenheiros e arquitetos têm criado edifícios monumentais para marcar a espiritualidade ou o poder político. Palácios, edifícios governamentais ou templos sempre atraíram a admiração e reverência das pessoas, alimentando a ainda não totalmente compreensível obsessão por construções em grande escala.

Escala humana na cidade a partir de uma perspectiva feminista, transversal e política

Observar a realidade de nosso ambiente construído nos permite reconhecer que existem identidades que os modelos e escalas existentes não representam. Estas vozes, não por acaso, têm sido as grandes ausências nos processos de planejamento e construção das cidades e de sua arquitetura. Seus desejos e formas de ser e viver no mundo foram excluídos e tornados invisíveis. Isso nos faz repensar quais vozes são representadas nos debates sobre o urbano e para quem se projeta a cidade?

Monumentalidade ressignificada: a transformação da arquitetura e dos espaços públicos do leste europeu

Remanescentes do período de ocupação soviética, espaços urbanos monumentais e representativos de muitas das cidades do chamado Bloco de Leste Europeu ainda constituem um legado desafiador, tanto para seus cidadãos quanto para os arquitetos que nestes contextos projetam seus edifícios e espaços. Em completo desacordo com ambientes urbanos contemporâneos, regidos por valores democráticos e sociais, estes espaços ainda hoje representam um problema a ser resolvido. Edifícios e espaços públicos ideologicamente carregados estão aos poucos sendo recuperados, reconciliando os cidadãos com sua própria história—um passado que muitas vezes tende a ser esquecido e até apagado. Neste contexto, a (re)introdução da escala humana tem auxiliado arquitetos e urbanistas a restaurar a vitalidade dos espaços públicos destas cidades.

Arquiteturas e máscaras: a representação do tempo nas imagens

Fabricado entre 1924 e 1928, o Avions Voisin C7 apresentava uma construção inovadora para a época. O uso intenso de vidro, uma carroceria de alumínio e os ângulos agudos remetiam às formas de uma aeronave. Este era o automóvel que Le Corbusier gostava de estacionar em frente às suas obras – para o arquiteto, o automóvel era a tradução definitiva da modernidade e da técnica combinadas em um único objeto. Ele acreditava firmemente que a arquitetura tinha muitas lições a aprender com a máquina.

Para além da escala humana: ecossistemas, migrações e paisagens desumanizadas

A escala humana na arquitetura abrange desde dimensões físicas de um determinado edifício ou ambiente construído até a percepção ou experiência do espaço por meio dos sentidos. Portanto, a escala humana pode ser entendida como um parâmetro que surge do confrontamento entre o nosso corpo e o ambiente no qual estamos inseridos. Entretanto, à medida que passamos a observar a arquitetura para além da escala humana, onde a ergonometria já não mais desempenha um papel primordial na concepção do espaço e seus componentes, nos deparamos com uma série de novas tipologias arquitetônicas, as quais nos permitem refletir e repensar a maneira como concebemos nossos edifícios e espaços urbanos.

Arquitetura e natureza: estratégias de intervenção em paisagens sensíveis

A intervenção humana sobre a paisagem natural é em si, algo contraditório. Se por um lado a arquitetura nos permite um acesso imersivo ao ambiente natural, por outro, edificar sobre a paisagens sensíveis significa despojá-la de sua própria essência. Portanto, ao considerarmos a arquitetura como um artifício que normatiza a presença humana na paisagem natural, o ato de construir implica também estarmos conscientes das múltiplas escalas envolvidas e, acima de tudo, de que a arquitetura—especialmente nestes contextos—é a nossa principal ferramenta para estabelecer os limites entre o acesso à paisagem e a preservação do meio ambiente. Explorando uma variedade de diferentes abordagens e estratégias formais de projeto, apresentaremos à seguir uma série de importantes lições apreendidas através de experiências concretas realizadas por distintos arquitetos e escritórios de arquitetura, experimentos que nos ensinam outras formas de abordar as relações entre a arquitetura e a paisagem.

Pavilhões urbanos: 10 estruturas que fomentam a interação humana

Habitantes das grandes cidades, tendemos a ser arrastados para um estilo de vida acelerado. Rodeados de edifícios e infraestruturas de grande porte, podemos facilmente perder de vista os espaços fundamentais que nos conectam ao nosso bairro e nos proporcionam raros momentos de tranquilidade e lazer. A apropriação do meio ambiente que habitamos torna-se uma circunstância incomum.

Da antiguidade aos dias de hoje: sistemas modulares na arquitetura tradicional chinesa

À medida que nossas cidades crescem a um ritmo cada dia mais vertiginoso, intensifica-se também a demanda para que arquitetos e construtores realizem seus trabalhos de forma mais eficiente e rápida. A pré-fabricação e modularidade foram introduzidas na arquitetura há séculos, um conceito que transformou e revolucionou a forma como concebemos e construimos nossos edifícios. Ao trabalharmos com padrões e relações de escala entre os vários componentes de um edifício, a arquitetura modular nos permite alcançar uma maior flexibilidade espacial, assim como rapidez, eficiência e economia de recursos durante o processo de construção.

O corpo e o "conforto inteligente" na arquitetura: uma conversa com Marcelo Ferraz

Compreender a relação entre o corpo e o espaço é fundamental para propor as mais diversas experiências que a arquitetura pode proporcionar. Para refletir sobre distintas escalas que abrangem o ofício do arquiteto, do edifício construído ao mobiliário, entrevistamos Marcelo Ferraz, sócio fundador do Brasil Arquitetura e da Marcenaria Baraúna. Aqui, sua perspectiva e experiência ilustram como o corpo e os símbolos que ele carrega em si são fundamentais no momento de pensar o projeto independentemente de sua escala.