Centro de discussão nas últimas semanas, o Ginásio do Ibirapuera, projetado pelo arquiteto Ícaro de Castro Mello, corre o risco de ser convertido em "centro comercial, de entretenimento e gastronomia". Este é o possível destino da estrutura de notório valor patrimonial caso a iniciativa privada coloque em marcha os termos do Relatório de Modelagem Econômico Financeira da concessão do Parque Ibirapuera, articulado pelo Governo do Estado de São Paulo.
De 1927 até hoje o parque mais visitado da América do Sul já passou por vários projetos, sendo finalizado no 4º centenário de São Paulo, e após um processo participativo com os usuários e moradores da região, a prefeitura iniciou o desenvolvimento do planejamento do mesmo para a próxima década. Pensando nisto, o concurso de ideias 033 promovido pelo Portal Projetar gira em torno da seguinte pergunta: “como podemos fazer um Parque Ibirapuera melhor para os usuários diários e visitantes esporádicos?”
Auditório do Ibirapuera. Foto: Luciano Osorio on Visual Hunt / CC BY-NC-SA
O Tribunal de Justiça de São Paulo liberou hoje a concessão do Parque Ibirapuera, o maior da capital paulista, para a iniciativa privada. Segundo informações da Folha de S. Paulo, o processo estava suspenso desde março deste ano, após ser questionado pelo Ministério Público e pelo vereador Gilberto Natalini, do Partido Verde.
Hoje o maior e mais frequentado parque de São Paulo, o Ibirapuera, completa 65 anos de sua inauguração, em 1954. Para celebrar a data, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) promove cinco dias de programação especial com passeios, debates, concertos, aulas de meditação, apresentações, oficinas, entre outras atividades.
Na pesquisa apresentada para em 2014, Eduardo Gurian começa a introdução colocando as seguintes perguntas: "A grandiosidade de uma obra de arquitetura poderia ser definida apenas pelo gesto genial e a capacidade de síntese de seu autor? Ou deveríamos levar em conta a utilidade e a capacidade dela em atender as necessidades para a qual foi designada? Ou até mesmo ouvir quem realmente usufrui do espaço e contestar sua satisfação?". Com essas questões colocadas, o pesquisador analisa a evolução dos usos e ocupação da Marquise do Parque Ibirapuera, projetada por Oscar Niemeyer. A dissertação de mestrado teve como orientadora a Profa. Dra. Helena Aparecida Ayoub Silva no programa de pós-graduação da FAUUSP. Veja abaixo o resumo enviado pelo autor.
https://www.archdaily.com.br/br/916187/marquise-do-ibirapuera-suporte-ao-uso-indeterminadoPedro Vada
Este artigo foi originalmente publicado em 20 de julho de 2018. Para ler sobre outros projetos icônicos de arquitetura, visite nossa seção Clássicos da Arquitetura.
O Parque Ibirapuera constitui-se de um marco na cidade de São Paulo e na arquitetura moderna brasileira. Abrigando um conjunto de cinco edifícios culturais conectados por leve e sinuosa marquise, o projeto concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer em harmonia ao paisagismo, é como uma poesia pairando na malha urbana paulistana.
Com projeto encomendado em 1951 pelo Governador Lucas Nogueira Garcez, responsável por instituir uma comissão idealizadora composta por representantes dos Poderes Público e Privado nas comemorações do IV Centenário da Cidade de São Paulo, decidiu-se que o parque tornaria-se marco para a capital, servindo como importante chave cultural e de lazer. A ideia, que já havia sendo discutida anteriormente por Ciccillo Matarazzo, permitiu então a idealização de uma proposta que abrigava um conjunto de edifícios de caráter cultural e artístico.
Paulo Mendes da Rocha é, atualmente, o nome que mais desperta admiração e respeito na arquitetura brasileira, e por muito pouco não pôde contar, em sua extensa lista de obras, com um projeto de intervenção na obra de outro mestre, Oscar Niemeyer. Contratado em 2015 pela anterior gestão municipal de São Paulo para realizar um projeto de adequação no parque Ibirapuera, a proposta do vencedor do Pritzker de 2006 foi engavetada em dezembro do ano passado.
Mendes da Rocha e Milton Braga, coautor do desenho, projetaram um piso contínuo e “perfeitamente horizontal”, permeável, no espaço que existe hoje entre Oca, o Auditório e uma das pontas da Marquise. “O poeta disse que a praça é do povo como o céu é do condor. Ninguém projeta o céu para o condor. A praça é um lugar que o público cria. Esse espaço já existe”, disse o arquiteto. O local onde a praça acontecerá serve hoje como estacionamento.
Leia, a seguir a entrevista completa realizada pelo DPH:
Por unanimidade, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural decidiu, nesta sexta, 06 de maio, pela inclusão do Museu de Arte Contemporânea de Niterói , do Conjunto de edificações projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer para o Parque do Ibirapuera e da Passarela do Samba no Conjunto da Obra de Oscar Niemeyer, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2007.
Os três bens complementam a relação, encaminhada pelo próprio Oscar Niemeyer, de 24 monumentos protegidos como patrimônio cultural brasileiro em homenagem ao seu centenário, há nove anos.
O principal parque da cidade de São Paulo, o Ibirapuera, passará por uma reforma projetada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e terá sua área ampliada. Publicada ontem no jornal Folha de S. Paulo que, a notícia diz que o projeto prevê uma série de mudanças em parte dos 221 hectares de áreas verdes do parque e que as propostas já foram encaminhadas aos órgãos de preservação do patrimônio histórico e artístico da cidade.
A principal área de intervenção é o entorno da Oca, edifício de Oscar Niemeyer concluído em 1954, e do Auditório, do mesmo arquiteto e concluído em 2005. Com a reforma, o asfalto que conecta ambos os edifícios, usado também como estacionamento, será substituído por uma praça de piso permeável equipada com piso tátil para pessoas com problemas de visão.