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Ciclovias: O mais recente de arquitetura e notícia

MobiliDADOS: as políticas de mobilidade urbana nas eleições de 2018

Como promover a discussão baseada em dados confiáveis durante as eleições, e a incorporação de indicadores de mobilidade urbana aos planejamentos a serem apresentados posteriormente, quandos os eleitos assumirem seus mandatos? Concentrada nesta pergunta, a equipe do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil) têm feito um esforço, em parceria com a Purpose Climate Lab, para influenciar as campanhas das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.

A estratégia é promover a articulação entre organizações e movimentos sociais que atuam localmente nas agendas de mobilidade e sustentabilidade. De posse de indicadores apurados e disponibilizados na plataforma MobiliDADOS, estas organizações passam a dispor de subsídios importantes para a incidência no debate eleitoral. A ferramenta apresenta dados ilustrados e contextualizados sobre a realidade do transporte em diversas cidades e regiões metropolitanas, fornecendo insumos para questionar as propostas dos candidatos aos cargos do Executivo e do Legislativo.

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Mobilidade não é sinônimo de transporte

O termo mobilidade apareceu, nos últimos anos, de maneira crescente nos meios de comunicação, possivelmente motivado pela instituição da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), em janeiro de 2012, e a exigência da elaboração dos Planos de Mobilidade Urbana. No entanto, o termo mobilidade muitas vezes perde o sentido quando se torna sinônimo de transporte. Perde, já que essas duas palavras não têm o mesmo significado. Mobilidade não se resume ao transporte.

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Conectividade possibilita compartilhamento de bicicletas sem estações fixas em São Paulo

Os serviços de compartilhamento de bicicletas têm ganhado cada vez mais adeptos em diversas cidades brasileiras. Em São Paulo, o modelo da Yellow vai disponibilizar 20 mil bikes com tecnologia inovadora, sem a necessidade de retirar ou de devolver em estações. Elas terão monitoramento via GPS, através de chips da Vodafone Brasil – parceira no país da Datora Mobile – que permitem a conectividade e localização das bicicletas por aplicativo. A operação do serviço teve início no último dia 2 de agosto.

Groningen: referência holandesa em mobilidade urbana

A cidade de Groningen, localizada ao norte da Holanda, é uma referência internacional em mobilidade urbana. Com pouco mais de 200 mil habitantes, Groningen é considerada como a Capital de Ciclismo daquele país – cerca de 61% de todas as viagens na cidade são realizadas através do uso de bicicletas.

Essa mudança de mentalidade remonta à década de 70, quando as cidades holandesas começaram a ser dominadas por carros e as realidades locais foram alteradas. A tendência era realizar reformas em vizinhanças antigas que pudessem dar espaço ao deslocamento de veículos para o centro.

Você sabe o que é necessário para promover o uso da bicicleta como meio de transporte nas cidades brasileiras?

Como já tem sido discutido em diversos países do mundo, a promoção da bicicleta como meio de transporte tem diversos benefícios para as cidades e seus cidadãos, tais como: redução de doenças crônicas (como hipertensão e doenças cardiorespiratórias), taxas menores de sobrepeso e obesidade, menos mortes e lesões no trânsito, níveis mais baixos de poluição do ar, entre outros. Apesar de constantemente disseminados todos esses impactos positivos, na América Latina menos de 10% [1] da população adulta usa a bicicleta como meio de transporte, enquanto que em países europeus como Holanda e Dinamarca, esse número ultrapassa 25% das viagens [2].

Com o objetivo de melhor compreender a relação entre ambiente construído e promoção da bicicleta no Brasil, um estudo [3] buscou entender as associações entre uso da bicicleta como meio de transporte e ciclovias e transportes de massa na cidade de São Paulo. A pesquisa foi

Equipamentos urbanos para espaços públicos ajudam a construir uma cidade ciclável

Projetar espaços públicos sem considerar a circulação e o estacionamento de bicicletas não é mais uma opção no mundo de hoje. A acessibilidade para o tráfego livre de ciclistas também deve ser acompanhada de condições de segurança adequadas, incorporando esses dispositivos da melhor maneira possível a parques, calçadas, estacionamentos e a paisagem urbana como um todo.

Você está projetando um espaço urbano, ou os exteriores do seu projeto exigem uma conexão correta com a circulação de bicicletas? Verifique esses elementos de suporte que podem ajudar você a criar uma cidade melhor para os ciclistas.

Como os planos de mobilidade urbana afetam a vida nas cidades

Cidades são peças fundamentais para o funcionamento de muitos países. Com o alto crescimento populacional das últimas décadas, os centros urbanos precisaram enfrentar uma série de desafios, sendo um dos principais deles planejar a mobilidade. No Brasil, com a sanção da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), em 2012, as cidades brasileiras receberam novas diretrizes para planejar e guiar suas ações políticas para estabelecer uma mobilidade mais sustentável. Para isso, a PNMU determina a elaboração de Planos de Mobilidade Urbana para cidades com mais de 20 mil habitantes como requisito para o repasse de recursos orçamentários federais. Essa imposição visa, como consequência final, transformar as cidades e o modo como o brasileiro se desloca diariamente.

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Portal Mobilize lista 30 documentários sobre mobilidade urbana

O portal Mobilize, primeira plataforma brasileira de conteúdo exclusivo sobre mobilidade urbana sustentável, publicou uma lista de 30 documentários imperdíveis sobre o tema. Divididos em longas e médias metragens, os filmes elencados abordam a temática da mobilidade urbana através de diferentes perspectivas, seja do transporte coletivo de massa, o transporte individual não motorizado, a cultura urbana e até as manifestações de junho de 2013 no Brasil.

Mulheres e mobilidade urbana: indicadores para a formulação de políticas urbanas sensíveis ao gênero

Diversos estudos têm se dedicado a compreender a relação entre gênero e mobilidade urbana. Eles concluem que mulheres  enfrentam desafios maiores para exercer o direito à cidade e acessar as oportunidades oferecidas no espaço urbano. As desigualdades na divisão do trabalho doméstico implicam em maior carga para as mulheres, que acumulam funções como levar e buscar as crianças na escola, o cuidado com membros idosos e doentes da família, a ida às compras entre outras atividades, o que determina em grande parte um padrão de deslocamento consolidado por viagens em sequência, para múltiplos destinos e com uso preponderante do transporte público e da caminhada.

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Metodologia para avaliação de corredores de transporte de média e alta capacidade

Nos últimos anos, o governo federal aprovou a destinação de altos volumes de recursos para a construção de corredores de transporte de média e alta capacidade (TMA). Além do grande volume de recursos investido, a construção desses corredores é determinante para a consolidação de novos eixos de desenvolvimento urbano e pode ser decisiva para a melhoria da qualidade de vida da população.

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Projeto de hortas comunitárias da prefeitura de Teresina recebe prêmio internacional do BID

O Projeto Urbanístico das Hortas do Direceu, da Prefeitura Municipal de Teresina, elaborado pelos arquitetos urbanistas Gabriela Uchoa, Valério Araújo, Cíntia Bartz e Lívia Macêdo, recebeu o Prêmio "Ciudad para las Personas" do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, na categoria Mobilidade sustentável. Os finalistas apresentaram os projetos durante o Congreso Internacional de Urbanismo y Movilidad, em Buenos Aires, onde um júri elegeu os projetos vencedores. Uma equipe multidisciplinar composta pela Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito e a Superintendência de Desenvolvimento Urbano Leste envolveu-se ativamente no projeto.

Gênero e estudos urbanos, uma conciliação necessária

Algumas iniciativas recentes demonstram o ressurgimento do movimento feminista em uma nova onda [1] que tem afetado diversos campos da sociedade brasileira. Toda essa movimentação de debates e ações realizadas pelas lutas das mulheres tem reverberado em diferentes áreas do conhecimento, e a arquitetura e urbanismo não estão de fora. No campo da arquitetura, por exemplo, se destaca a criação do grupo “Arquitetas invisíveis”, em Brasília (2014), um grupo voltado para dar visibilidade a prática arquitetônica de mulheres. Assim como o surgimento de alguns grupos pesquisa, trabalhos de graduação, dissertações, teses e debates públicos sobre a questão. Iniciativas especialmente de estudantes e jovens arquitetas.

Por um futuro caminhável: para mudar a forma como vivemos nas cidades é preciso colocar os pés na rua

Ah, a urb!... O vaivém nas ruas, o signo pulsante da modernidade, o espaço público por excelência. No início do século XX, João do Rio, o cronista marginal, fez um inventário dos “tipos” que circulavam pela cidade em A alma encantadora das Ruas, um clássico nacional. Mais do que um livro sobre crônicas de costumes, a obra retrata as transformações urbanas que o Rio sofria no momento de autoestima elevada da Belle Époque, quando despontava como capital da república nascente.

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O que é planejamento cicloinclusivo?

A bicicleta é um meio de transporte presente há décadas em cidades brasileiras, principalmente pela capacidade de dar acesso, a baixíssimo custo, ao trabalho, equipamentos públicos, serviços e lazer. Com dificuldade para arcar com o custo da tarifa do transportes públicos das grandes cidades, uma parcela da população sempre usou a bicicleta para os deslocamentos cotidianos. Mais recentemente, o aumento constante de níveis de congestionamentos, ruídos urbanos e poluentes levou também outro segmento da sociedade a adotar a bicicleta diariamente, buscando para além da qualidade de vida mostrar às pessoas como uma cidade pode ser melhor e mais sustentável através da bicicleta. Isso tem gerado um efeito surpreendente para o debate público, que está cada vez mais abordando a importância de tornar nossas cidades mais cicloinclusivas.

Adaptado para o português do termo em inglês bike friendly, o termo cicloinclusivo se refere à promoção do uso da bicicleta de forma integrada ao sistema de mobilidade urbana de uma cidade. O planejamento cicloinclusivo é muito mais do que construir ciclovias: trata-se de transformar a cidade em um lugar seguro e confortável para todos, com pertencimento, cidadania e interações entre as pessoas nos espaços públicos.

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A maioria das cidades brasileiras apresentam boas condições de mobilidade

Com mais de 70% da população mundial vivendo em cidades até 2050, a qualidade de vida e a saúde da população dependem das medidas tomadas hoje nos centros urbanos. Com o propósito de oferecer um instrumento para avaliação e formulação de políticas públicas no Brasil, o Observatório das Metrópoles desenvolveu o Índice de Bem-Estar Urbano dos Municípios Brasileiros (IBEU-Municipal). A ferramenta apresenta um levantamento inédito sobre as condições urbanas dos 5.570 municípios brasileiros, a partir da análise de dimensões como mobilidade, condições ambientais urbanas, condições habitacionais, atendimentos de serviços coletivos e infraestrutura.

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Padrão de Qualidade BRT: Ferramenta para avaliação de corredores de BRT

O conceito de BRT como conhecido atualmente, foi durante muito tempo uma incógnita entre planejadores e engenheiros. As diferentes interpretações sobre o conceito permitiam que corredores de ônibus convencionais fossem muitas vezes nomeados incorretamente de BRT.

Entre os anos de 2004 e 2014, houve um crescimento acelerado de implantação de corredores de BRT. Hoje existem cerca de 2.600km de BRTs operacionais no mundo, dos quais aproximadamente 72% foram construídos neste intervalo de 10 anos. No território brasileiro também houve um maior crescimento neste período, onde a extensão de corredores de BRT praticamente dobrou em relação ao ano de 2004.

Padrão de Qualidade BRT: Ferramenta para avaliação de corredores de BRT - Image 6 of 4
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Indicador avalia o ritmo de crescimento da infraestrutura de transporte nas cidades

Ferramenta permite verificar se infraestrutura nacional condiz com o crescimento demográfico nas áreas urbanas, bem como comparar o desempenho entre diferentes países.

Indicador avalia o ritmo de crescimento da infraestrutura de transporte nas cidades - Image 4 of 4
© ITDP Brasil

Fortaleza no caminho certo da mobilidade urbana

Priorizar o transporte público, incentivar meios alternativos de deslocamento na cidade e reduzir o número de acidentes no trânsito, estas são as três diretrizes que nortearam Fortaleza nos últimos anos ao criar sua política de mobilidade urbana.

Buscando exemplos fora do Brasil, a capital do Ceará tem estabelecido um grande intercâmbio com outras cidades e buscado o apoio de organizações não governamentais - ações que estão começando a dar os primeiros frutos e mostrando que a mudança de paradigma de mobilidade urbana é factível e traz benefícios à população.