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Arquitetura e Raça: O mais recente de arquitetura e notícia

Como a rede Black Females in Architecture está mudando os padrões da indústria

No início de 2018, a arquiteta e palestrante da Bartlett School of Architecture, Neba Sere, guiou um painel de discussão na Architecture Foundation de Londres, onde ela era uma das seis jovens curadoras. O tema: começos. Como abordá-los, avançar e transformá-los em algo duradouro. Seis anos depois, ela olha para o evento como o início de sua própria jornada: foi onde conheceu Selasi Setufe e criou o grupo do WhatsApp que se transformaria na Black Females in Architecture (BFA), uma rede global com 500 pessoas dirigida por elas e pela arquiteta Akua Danso.

A BFA surgiu como resposta à necessidade de visibilidade das mulheres negras e pessoas que se identificam como mulheres na arquitetura e no ambiente construído. No ano passado, o grupo comemorou seu quinto aniversário com a exibição de um curta-metragem e um painel de discussão na Bienal de Arquitetura de Veneza. Agora, após estabelecer as bases de disseminação de informações sobre a falta de diversidade e igualdade na indústria e aumentar seus números, a BFA está se preparando para impulsionar mudanças reais.

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Cidades e cosmofobia

O que é a cidade? E o contrário de mata. O contrário de natureza. A cidade é um território artificializado, humanizado. A cidade é um território arquitetado exclusivamente para os humanos. Os humanos excluíram todas as possibilidades de outras vidas na cidade. Qualquer outra vida que tenta existir na cidade é destruída. Se existe, é graças à força do orgânico, não porque os humanos queiram.

Fui criado numa casa de chão batido, onde andava descalço. As galinhas e os outros animais conviviam conosco dentro de casa. Quando uma galinha estercava na casa de chão batido, a parte úmida do esterco, das fezes da galinha, era absorvida pela terra. Tirávamos a parte sólida e jogávamos no quintal para servir de adubo. Para o povo da cidade, isso é um horror. Pisar as fezes da galinha? Impossível! Tem que ter uma cerâmica bem lisinha para poder enxergar qualquer outra vida, qualquer outro vivente que estiver ali, para poder desinfetar e matar qualquer microrganismo. Matar até o que não se vê. Para andar descalço, é preciso desinfetar o chão: a cerâmica foi criada porque os humanos não podem pisar a terra. Os calçados foram criados porque os humanos não podem pisar a terra. Porque a terra é o anseio original.

Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2023 divulga detalhes sobre a exposição "Terra"

A Fundação Bienal de São Paulo acaba de anunciar detalhes do projeto Terra que ocupará o Pavilhão do Brasil na 18ª Mostra Internacional de Arquitetura, La Biennale di Venezia. Com curadoria conjunta de Gabriela de Matos e Paulo Tavares, a mostra brasileira contará com a participação de um grupo diversificado de colaboradores, composto por povos indígenas Mbya-Guarani; povos indígenas Tukano, Arawak e Maku; Tecelãs do Alaká (Ilê Axé Opô Afonjá); Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho); Ana Flávia Magalhães Pinto; Ayrson Heráclito; Day Rodrigues com colaboração de Vilma Patrícia Santana Silva (Grupo Etnicidades FAU-UFBA); coletivo Fissura; Juliana Vicente; Thierry Oussou e Vídeo nas Aldeias.

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Femingas: Construção participativa com perspectiva de gênero no Equador

No campo do projeto e da construção, a questão de gênero é um ponto de conflito: quem tem a possibilidade de construir? Quais são as alternativas para nós profissionais da arquitetura? Estas são as perguntas que o Taller General busca (re)pensar. Foi a partir dessas questões que surgiu Femingas, uma jornada de construção participativa com uma perspectiva de gênero. Estas se manifestam como uma alternativa à construção de "mingas", jornadas de trabalho conjunto entre os membros de uma comunidade para alcançar um bem comum.

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O que é Design Justice?

O que é Design Justice? - Imagem de Destaque
Assentamento Kya Sands em Joanesburgo, África do Sul. Foto © Johnny Miller Photography

Design Justice é um ramo da arquitetura e do design focado em redesenhar cidades, produtos, serviços e ambientes pensando em reparações históricas.  

O termo surgiu há mais ou menos 7 anos quando os debates e diálogos sobre inclusão e diversidade nos espaços começaram a ficar mais fortes criando movimentos que lutavam pelo direito de pessoas que tiveram suas raízes e escolhas negadas na sociedade.

Releitura crítica do espaço prisional sob a ótica abolicionista

O presente ensaio busca convocar o campo da Arquitetura e Urbanismo à necessidade de refletir sobre a prisão. Ao pautar as crises urbanas, dificilmente se problematiza a existência dos espaços de encarceramento como parte – ou até mesmo geradora – das questões das cidades contemporâneas. No entanto, é posta aqui a premissa de que são, na verdade, centrais.

Grupo ][ Fresta projeta infraestruturas e equipamentos comunitários para 12 aldeias guaranis e tupis de São Paulo

Trabalhando na interseção entre projetos arquitetônicos o sociais, o Grupo ][ Fresta foi um dos escritórios agraciados pela Premiação IAB 2021 na categoria Urbanismo, Planejamento e Cidades. O trabalho destacado propõe um conjunto de infraestruturas e equipamentos culturais e comunitários em 12 aldeias guaranis e tupis distribuídas em 24 mil hectares de terra ao sul da maior cidade do país.

Grupo ][ Fresta projeta infraestruturas e equipamentos comunitários para 12 aldeias guaranis e tupis de São Paulo - Image 1 of 4Grupo ][ Fresta projeta infraestruturas e equipamentos comunitários para 12 aldeias guaranis e tupis de São Paulo - Image 2 of 4Grupo ][ Fresta projeta infraestruturas e equipamentos comunitários para 12 aldeias guaranis e tupis de São Paulo - Image 3 of 4Grupo ][ Fresta projeta infraestruturas e equipamentos comunitários para 12 aldeias guaranis e tupis de São Paulo - Image 4 of 4Grupo ][ Fresta projeta infraestruturas e equipamentos comunitários para 12 aldeias guaranis e tupis de São Paulo - Mais Imagens+ 13

"Não é porque você tem recursos limitados que deve aceitar a mediocridade": entrevista com Francis Kéré, vencedor do Prêmio Pritzker 2022

A arquitetura africana tem recebido merecida atenção internacional na última década e um dos principais responsáveis por isso é, sem dúvida, Diébédo Francis Kéré. Natural de Gando, Burkina Faso, Kéré se formou em arquitetura na Technische Universität Berlin, Alemanha. Hoje, mantém filiais de seu escritório Kéré Architecture em ambos os países, com o qual busca desenvolver trabalhos na "intersecção da utopia com o pragmatismo", explorando a fronteira entre a arquitetura ocidental e a prática local.

Conhecido por envolver a comunidade no processo de construção de seus edifícios, Kéré e seu escritório vêm desenvolvendo trabalhos que extrapolam os limites convencionais da arquitetura e tocam temas como economia local, migrações, cultura e equidade. Tivemos o prazer e o privilégio de conversar com o arquiteto sobre alguns de seus projetos e sua visão mais ampla da arquitetura. Leia a entrevista íntegra a seguir. 

Rompendo barreiras: o mês da história negra nos EUA

Pouco menos de dois anos após o início de uma pandemia global, a inclusão na profissão de arquiteto infelizmente ainda é um tema limitado. Uma pesquisa de 2020 do Architects' Journal do Reino Unido revelou uma quantidade preocupante de obstáculos para arquitetos negros naquele país. Nos Estados Unidos, por sua vez, profissionais negros renomados, como Mabel O. Wilson, do Studio &, questionaram a natureza eurocêntrica de uma grande quantidade de estudos arquitetônicos.

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Museu MAXXI celebra arquitetas com exposição "Good News. Women in Architecture"

Museu MAXXI celebra arquitetas com exposição "Good News. Women in Architecture" - Imagem de Destaque
© Musacchio, Ianniello & Pasqualini courtesy of Fondazione MAXXI

O MAXXI Museum está celebrando a presença das mulheres na arquitetura em uma nova exposição que mostra o papel transformador das arquitetas na evolução da profissão ao longo do último século. Com curadoria de Pippo Ciorra, Elena Motisi, Elena Tinacci, e com exposição desenhada por Matilde Cassani, "Good News. Women in Architecture" une em quatro seções temáticas a história das mulheres na arquitetura através do trabalho de profissionais contemporâneas e as vozes de jovens coletivos, contando as histórias de mais de oitenta arquitetas.

Museu MAXXI celebra arquitetas com exposição "Good News. Women in Architecture" - Image 1 of 4Museu MAXXI celebra arquitetas com exposição "Good News. Women in Architecture" - Image 2 of 4Museu MAXXI celebra arquitetas com exposição "Good News. Women in Architecture" - Image 3 of 4Museu MAXXI celebra arquitetas com exposição "Good News. Women in Architecture" - Image 4 of 4Museu MAXXI celebra arquitetas com exposição Good News. Women in Architecture - Mais Imagens+ 1

Conexões coloniais: a ferrovia no continente africano

Uma frase de efeito, muito conhecida — "Do Cabo para o Cairo" — gerou inúmeros livros e despertou a imaginação de incontáveis viajantes do continente africano. As origens da frase são de natureza imperial, nascida de uma proposta de 1874 do jornalista inglês Edwin Arnold, que procurava descobrir as origens do rio Congo. Este projeto foi mais tarde retomado pelo imperialista Cecil Rhodes, que imaginou uma ferrovia contínua de territórios governados pela Inglaterra que se estendia do Norte ao Sul do continente.

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Arquiteto vence concurso com espaço virtual inspirado na arquitetura cotidiana de Luanda, Angola

O Grupo BANGA lançou, em setembro deste ano, um concurso para projetar a próxima Cabana de Arte. A competição, aberta a estudantes e arquitetos recém-formados de Angola, buscava propostas para um espaço expositivo dedicado à obra do artista angolano Muamby Wassaky, que explora elementos típicos da construção tradicional para criar esculturas e instalações.

O primeiro lugar ficou com o arquiteto Aquitofel Mananga, recém-formado pela Universidade Metodista de Angola. Sua proposta, intitulada M.Seque, busca referências cotidianas e suburbanas para conceber o espaço dedicado à obra de Wassaky. Leia a descrição do projeto, enviada pelo arquiteto, a seguir.

Lesley Lokko é anunciada curadora da 18a Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia

A Direção da Biennale di Venezia nomeou a arquiteta, acadêmica e romancista ganense-escocesa Lesley Lokko como curadora da 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia. O evento será realizado de sábado 20 de maio a domingo 26 de novembro de 2023.

Dicas de leituras para ser antirracista na prática profissional

Dicas de leituras para ser antirracista na prática profissional - Image 7 of 4

Após a realização da mesa digital “Como ser antirracista na prática profissional”, a coletiva Arquitetas inVisíveis disponibilizou um pequeno guia com pontos fundamentais para a construção de uma profissão equânime e antirracista, junto de uma indicação de diversos textos que ajudam a compreender o panorama social e trazem modos de enfrentar questões racistas não apenas no campo da arquitetura e do urbanismo, mas na vida.