Yaiza Terré fundou em 2008 seu próprio estúdio de arquitetura em Barcelona, onde atualmente desenvolve sua atividade profissional com foco em projetos de reforma e reinterpretação baseados na reutilização e na reciclagem. Aprop Ciutat Vella é uma de suas obras: um edifício de residências de emergência modular feito a partir de containers reciclados, realizado em conjunto com Straddle3 e Eulia Arkitektura. Recentemente, este foi reconhecido com o primeiro lugar no Prêmio Obra do Ano 2021 na versão em espanhol (o melhor da arquitetura construída na América Latina e Espanha). Por isso, nos aproximados desse projeto para conhecer mais de sua prática arquitetônica.
Na entrevista que apresentamos a seguir com Yaiza Terré, entenderemos a importância deste último prêmio em sua capacidade de abrir o debate sobre a regeneração e a crise habitacional nas cidades. Ao mesmo tempo, o questionamos sobre suas inspirações, interesses e motivações acerca da recuperação e revalorização; entendemos um pouco mais sobre seu processo de trabalho colaborativo e reflexivo; e abordamos seus próximos projetos e projeções para o futuro das cidades espanholas.
A medida que os ambientes urbanos se tornam cada vez mais densos, é preciso aproveitar ao máximo cada centímetro quadrado de área disponível. Pensando nisso, arquitetos e arquitetas do mundo todo recentemente descobriram o enorme potencial das coberturas existentes dos edifícios urbanos, na maioria das vezes, espaços subutilizados e de difícil acesso. Além do mais, coberturas e telhados chegam a somar juntas até 25% da área de superfície total disponível em uma cidade. Podendo ser utilizadas tanto como áreas verdes e cultiváveis quanto como espaços públicos e acessíveis, estes jardins suspensos estão sendo pouco a pouco incorporados à infraestutura urbana de várias cidades ao redor do mundo. Neste contexto, este artigo procura analisar em profundidade o real potencial desta estratégia para a criação de uma nova camada de espaços públicos acessíveis em cidades densamente ocupadas.
Juntamente com as preocupações com as questões relacionadas nosso ambiente, surgem movimentos, novas palavras, conceitos e termos relacionados ao seu enfrentamento, que nos obrigam a ficarmos sempre atualizados. A própria palavra sustentabilidade enfrentou alguma resistência até ser incorporada no vocabulário e utilizada largamente nos mais diversos contextos. Atualmente se fala muito sobre Economia Circular, Resiliência, 4 Rs, mineração urbana, entre outros. Além disso, há movimentos que são incorporados de outros meios, evidenciando a transversalidade de tais questões. Um deles é o dos Materiais a 0 km, que têm figurado em manifestos e alguns projetos, ainda que timidamente, nos últimos tempos.
Históricamente, persianas leves e brises de madeira estão a serviço da arquitetura como alguns dos mais importantes elementos de proteção—desde épocas remotas produzidas com fibras vegetais, galhos e bambu—os quais permitiam, através de mecanismos de grande simplicidade, filtrar a luz do sol e proteger os espaços interiores das intempéries. Amplamente utilizadas ao longo da costa mediterrânea e outras zonas tropicais e sub-tropicais do planeta, além de oferecer proteção a incidência direta dos raios de sol, estas estruturas permitem controlar o grau de privacidade sem abrir mão da ventilação natural constante.
Uma nova tendência de design, inserida entre os domínios da arquitetura e do design de interiores, está transformando a relação entre estas duas disciplinas ao estabelecer objetos capazes de definir e moldar nossos espaços interiores, criando ambientes dinâmicos e altamente flexíveis. Fugindo à qualquer tipo de categorização, tal prática está aproximando duas disciplinas historicamente não muito distantes: a arquitetura e o design. Com cada vez mais frequência nos deparamos com projetos que transitam entre a arquitetura em pequena escala e o design em grande escala, ou melhor, com objetos que não são nenhuma coisa nem outra, ou talvez, que sejam as duas coisas ao mesmo tempo. Quer seja uma consequência da crescente necessidade por espaços cada vez mais flexíveis e compactos ou de uma resposta arquitetônica aos novos desafios de uma sociedade cada dia mais digitalizada, estes projetos estão abrindo caminho para uma extrema versatilidade do espaço habitado.
Em nome de toda a equipe do ArchDaily, gostaríamos de agradecer seu apoio – a participação de vocês, leitoras e leitores, ajudou a tornar 2020 um ano melhor. Podemos dizer com satisfação que este ano, mais que em qualquer outro, alcançamos profissionais da arquitetura de todas as partes do mundo, contribuindo com ferramentas e inspiração para a criação de espaços melhores.
Com mais de 5.500 obras diferentes publicadas ao longo do ano, nossa equipe de curadores tem o prazer de compartilhar esta seleção dos 100 projetos mais acessados de 2020. Esta lista representa o que há de melhor no conteúdo criado e compartilhado pela comunidade do ArchDaily nos últimos 11 meses.
A progressiva desindustrialização das cidades, seja devido a mudanças nas regulamentações de proteção ambiental - em termos de ruído e emissões -, ou ao aumento do valor dos terrenos, levou a um deslocamento sistemático dos edifícios fabris em direção à periferia dos conglomerados urbanos. Por conta disso, muitos edifícios industriais tornaram-se vazios e obsoletos, perdendo suas funções originais. Devido às suas dimensões, grandes vãos, flexibilidade e indeterminação espacial, no entanto, estes edifícios são, em geral, espaços apropriados para a realização de reformas que permitem a incorporação de novos programas.