Eduardo Souza

Editor Sênior de Brands & Materials no ArchDaily. Arquiteto e Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

NAVEGUE POR TODOS OS PROJETOS DESTE AUTOR

Qual é a pegada de água do seu projeto de arquitetura?

À medida que cresce a conscientização sobre escassez, estresse hídrico e a sustentabilidade ambiental no mundo, o conceito de pegada de água se torna cada vez mais relevante. Diferentemente do seu primo mais popular “pegada de carbono”, que se concentra nas emissões de gases de efeito estufa, a pegada hídrica fornece uma visão holística da água usada durante todo o ciclo de vida de um produto, processo ou atividade. Mensura a quantidade de água consumida (direta e indiretamente) e poluída, levando em consideração diferentes tipos de recursos hídricos, além de servir como uma ferramenta valiosa para empresas, formuladores de políticas e indivíduos para entender e abordar seus impactos relacionados à água. Inclusive, há calculadoras online que mensuram as nossas pegadas individuais através de perguntas simples sobre nossas casas, eletrodomésticos e mesmo hábitos alimentares.

Como aumentar o espaço da cozinha sem obras: 7 dicas de design

Seja em um estúdio compacto em Hong Kong ou em um restaurante estrelado, o projeto de uma cozinha deve receber atenção especial para que torne o ato de preparar alimentos agradável, com espaço adequado para todas as funções e sem movimentações inúteis. A teoria do “triângulo de ouro” ou “triângulo de trabalho da cozinha” já completou 100 anos desde sua criação, mas continua válida e auxilia na definição de layouts e na organização das funções. Basicamente, localiza-se em cada extremidade do triângulo os três elementos principais da cozinha: a pia, a geladeira e o fogão, com suas respectivas funções, de limpeza, armazenamento e cocção de alimentos. Ainda de acordo com seus princípios, cada perna do triângulo formado deve estar entre 1,20 e 2,70 metros, e o perímetro do mesmo não deve ser inferior a 3,96 metros ou mais de 8 metros.

Evidentemente, nem sempre é possível dispor das dimensões e proporções ideias para implementá-la, principalmente ao observarmos as dimensões cada vez mais enxutas dos ambientes contemporâneos. Mesmo em cozinhas apertadas há diversas possibilidades de tornar as operações cotidianas mais eficientes. Separamos, abaixo, alguns itens e produtos presentes no site Architonic que podem aumentar o espaço e a eficiência das cozinhas, ainda que sem adicionar um metro quadrado a mais a elas.

Projetando para o futuro: a arquitetura focada em inovação de Henning Larsen

O propósito da inovação é promover mudanças positivas e progresso em vários aspectos da vida. Isso envolve criar, desenvolver e implementar novas ideias, métodos, produtos ou processos que melhorem os existentes ou introduzam conceitos totalmente novos. A renomada empresa de arquitetura e design Henning Larsen, fundada em 1959 na Dinamarca, tem um sólido compromisso em abraçar a inovação como um elemento fundamental de sua obra. Com ênfase na excelência do design, sustentabilidade, colaboração e abordagens centradas no usuário, a inovação desempenha um papel fundamental em sua busca por criar marcos arquitetônicos icônicos e sustentáveis. Através de pesquisas e desenvolvimento dedicados, eles estão constantemente explorando novas ideias, materiais e tecnologias para melhorar a funcionalidade e elevar a experiência do usuário de seus edifícios. Para saber mais sobre essa abordagem visionária e seu impacto na eficiência arquitetônica, conversamos com Jakob Strømann-Andersen, que lidera um departamento especializado que combina inovação e sustentabilidade, destacando o compromisso da empresa em ultrapassar os limites da arquitetura sustentável.

Olson Kundig e a engenhosidade das partes móveis em sua arquitetura

O escritório Olson Kundig, sediado em Seattle, é um exemplo de como o contexto e a cultura podem influenciar a abordagem projetual de uma empresa. Fundado em 1966 por Jim Olson e agora composto por centenas de colaboradores e treze diretores/proprietários, incluindo Tom Kundig, o escritório conta com um portfólio extenso e diversificado que abrange diferentes escalas e orçamentos. Em palestras e entrevistas, Kundig em particular, frequentemente aborda sobre como ter crescido em uma região de forte tradição mineradora e madeireira influenciou a estética industrial e racional de seus projetos, o uso de materiais duráveis e de baixa manutenção, bem como uma atenção especial à artesania na arquitetura. Em muitos dos projetos do escritório, no entanto, chama a atenção a engenhosidade e o destaque dado às partes móveis, embaçando os limites entre dentro e fora. Isso é geralmente alcançado através da incorporação de dispositivos manuais que permitem que os usuários ativem diretamente o edifício, conectando-os ao mesmo tempo ao contexto, mas também com a própria edificação e os mecanismos dinâmicos ali presentes.

Jovens arquitetos inovam para melhorar o sono no espaço e (possivelmente) na Terra

Desde o icônico voo pioneiro de Yuri Gagarin em 1961, apenas 565 seres humanos tiveram o privilégio de viajar para o espaço. Essa atividade extrema exige um alto grau de devoção, um preparo físico e intelectual extraordinário, bem como enormes investimentos. A exploração do espaço tem o potencial de oferecer benefícios à humanidade, como o desenvolvimento de novas tecnologias e a geração de conhecimento científico. Muitas dessas tecnologias já estão disponíveis para o público, como GPS, filtros de água ou tecidos altamente resistentes. Mas apesar de frequentemente imaginarmos os astronautas flutuando no espaço e observando a Terra de um ponto de vista único, muitos deles enfrentam a dificuldade de dormir e descansar no espaço devido à falta de luz natural. Foi essa questão que motivou um grupo de jovens arquitetos dinamarqueses a desenvolverem uma solução para melhorar o cotidiano dos astronautas, mas também de muitas pessoas no Planeta Terra que sofrem com o mesmo problema. 

Quais materiais de construção desaparecerão no futuro?

Dezenas de países pelo mundo já baniram o uso do amianto no setor da construção civil. De extração barata e abundante na natureza, trata-se de uma fibra natural utilizada na fabricação de reservatórios de água, divisórias, telhas e elementos de decoração, por conta de suas propriedades que incluem grande flexibilidade e alta resistência química, térmica e elétrica. No entanto, há comprovações científicas que ligam à exposição deste material de construção a vários tipos de câncer, bem como à asbestose -quando as fibras do mineral alojam-se nos alvéolos pulmonares, comprometendo a capacidade respiratória. O caso do amianto evidencia como certos materiais de construção podem - repentinamente ou não - tornarem-se uma lembrança longínqua por conta de seus impactos. E, além dos impactos na saúde, atualmente materiais com alto consumo energético ou de matérias primas raras, vêm sofrendo pressão para terem seu uso diminuído ou para tornarem mais “verdes” seus métodos de fabricação, sob pena de também desaparecerem num futuro próximo. Neste artigo, buscaremos reunir alguns deles.

Espaços públicos multiuso e desenho urbano: Copenhague e a integração social

“Vida, espaços, edifícios - nessa ordem”. Essa frase, do arquiteto urbanista dinamarquês Jan Gehl, resume bem as mudanças que Copenhague tem passado nos últimos 50 anos. Atualmente conhecida como uma das cidades com os habitantes mais satisfeitos com a qualidade de vida ali ofertada, a forma que seus espaços públicos e edifícios foram e são projetados tem inspirado arquitetos, governantes e planejadores por todo o mundo. O que vemos hoje em dia, no entanto, é fruto de decisões corajosas, muita observação e, sobretudo, designs que colocam as pessoas em primeiro lugar. Copenhague será a Capital Mundial da Arquitetura UNESCO-UIA en 2023, bem como sede do UIA World Congress of Architects por conta de seu forte legado na arquitetura e desenvolvimento urbano inovador, juntamente com suas altas ambições no clima, soluções de sustentabilidade e habitabilidade.

Trabalhe confortavelmente: dicas para escolher uma boa cadeira

Você está sentado confortavelmente neste momento? OK, eu vou esperar alguns segundos para você ajeitar a postura e continuarmos o texto. Por mais que todos saibamos que as costas devem estar eretas, os ombros para trás e os glúteos encostados na parte posterior da cadeira, assim que paramos de prestar atenção nisso, é comum que nosso corpo vá escorregando até que nossa coluna se torne um grande ponto de interrogação. E isso pode desencadear diversos problemas de postura e circulação, dores crônicas e aumentar a fadiga após um longo dia, semana, mês ou anos de trabalho. Mas saiba que você não está sozinho e isso não é (necessariamente) sua culpa. Que elementos tornam uma cadeira confortável? Como elas podem manter sua postura adequada por mais tempo? É possível ter design e conforto no mesmo produto? Neste artigo, tentaremos responder a essas questões e trazer alguns exemplos do catálogo do Architonic.

Mesas de jantar: sua importância e possibilidades em planta

A palavra comensalidade refere-se ao ato de comer junto, dividindo uma refeição. Muito mais que uma mera função de necessidade humana essencial, sentar-se à mesa é uma prática de comunhão e trocas. Um artigo de Cody C. Delistraty compila alguns estudos sobre a importância de alimentar-se em conjunto: alunos que não comem regularmente com os pais faltam mais à escola; crianças que não jantam diariamente com a família tendem a ser mais obesos e jovens em famílias sem essa tradição acabam tendo mais problemas com drogas e álcool, além de desempenho acadêmico mais fraco. Evidentemente que todas estas questões levantadas são complexas e não devem ser reduzidas a somente um fator. Mas ter um local adequado para fazer as refeições, livre de muitas distrações, é um bom ponto de partida para ao menos um momento focado na conversa e alimentação. Estamos falando das mesas de jantar. Revisamos aqui alguns projetos para classificar as formas mais comuns de se implantar estes importantes mobiliários.

Dimensões mínimas e layouts típicos para banheiros pequenos

Ter acesso a um banheiro é, acima de tudo, um fator de dignidade. Por mais básico que isso possa parecer, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 2 bilhões de pessoas no mundo não possuem instalações de saneamento básico, como banheiros ou latrinas. Também, que o saneamento inadequado causa 432.000 mortes anualmente, principalmente por diarréia, além de ser um agravante para várias doenças tropicais negligenciadas, como vermes intestinais, esquistossomose e tracoma. Em 2010, a ONU (Organização das Nações Unidas) considerou o saneamento como um direito básico, assim como o acesso à água potável. 

Respeitando o envelhecer: painéis de fachada que reagem com o tempo

Para tentar explicar a passagem do tempo, os gregos contavam com dois deuses: Cronos e Kairós. Enquanto o primeiro é representado como impiedoso tal qual um relógio que nunca para, Kairós evocava a um momento adequado ou oportuno para uma ação. Ou seja, enquanto Cronos é quantitativo, Kairós tem uma natureza qualitativa e permanente. De fato, a relação da humanidade com a passagem do tempo nem sempre é amigável. 

Com as edificações não é diferente. John Ruskin, em seu seminal The Seven Lamps of Architecture (1849), dizia que somente edificações em ruínas preservariam nossas percepções passadas e, simultaneamente, nos permitiriam enfrentar nosso estado de mortalidade. Nesse sentido, as manchas de tempo e escombros eram testemunhas cruciais para demonstrar o envelhecimento na arquitetura, que, em sua concepção, atingiam uma estética entre o sublime e o pitoresco. Ainda que esta seja uma opinião um tanto contraditória, a ideia de considerar como uma edificação irá perdurar no tempo vem ganhando mais atenção. É sabido que alguns materiais envelhecem melhor que outros: enquanto uma parede branca rebocada rapidamente apresenta trincas e manchas, um muro de pedra parece melhorar com os anos, se fundindo com o seu entorno, por exemplo. O tempo traz matizes novas, conta a história do que passou e dá autenticidade às superfícies.

Todo espaço deve ser saudável: soluções para melhorar a qualidade ambiental interna

Pode-se dizer que a qualidade do ar no interior dos ambientes nunca recebeu a atenção devida na história. Enquanto a poluição atmosférica é considerada uma ameaça desde a época de Hipócrates, em 400 aC, tornando-se uma preocupação real com a industrialização na Revolução Industrial, pouco é falado sobre como estão as condições de conforto nos ambientes internos. Essa é uma questão cada vez mais grave visto que a humanidade tem passado cerca de 90% de seu tempo em ambientes internos e a qualidade desses espaços interfere diretamente no bem-estar e na saúde a longo prazo. Na verdade, a qualidade ambiental interna (IEQ, do inglês Indoor Environmental Quality) abrange bem mais que a poluição interna. Refere-se a um equilíbrio entre a qualidade do ar, da acústica, da iluminação, temperatura, e outros fatores que contribuirão para um ambiente agradável e, acima de tudo, saudável aos seus ocupantes. A empresa Armstrong, sob o mote “todo espaço pode ser um espaço saudável”, tem desenvolvido soluções para contribuir com a melhoria de espaços que passamos mais tempo, como edifícios educacionais, de saúde, escritórios e residências.