Arquitetos são aficionados por detalhes construtivos. É por isso que as fotos desta semana são dedicadas exclusivamente à arte do encontro entre materiais e a diversidade de composições fotográficas que se pode obter a partir deste enfoque particular. Nesta ocasião, fotógrafos como Joel Filipe, Marie-Françoise Plissart e Adria Goula nos apresentam junções de madeira, aço, concreto, ladrilhos e tijolos em diferentes combinações e encaixes.
A segurança viária e redução das mortes e lesões no trânsito têm sido encaradas como prioridade em diversos lugares do mundo. A OMS (Organização Mundial da Saúde), inclusive, definiu esta como a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020, na qual governos de todo o mundo se comprometeram a tomar novas medidas para reduzir em 50% os níveis de mortalidade e lesões de trânsito nesses 10 anos.
A redução da velocidade nas vias é utilizada como ferramenta essencial para diminuir mortes e lesões. No Brasil, cidades como São Paulo e Curitiba implementaram, nos últimos anos, perímetros onde é regulamentada uma velocidade máxima baixa, como as Áreas 40 e Áreas Calmas, respectivamente. Essas medidas têm como objetivo melhorar a segurança dos usuários mais vulneráveis do sistema viário, pedestres e ciclistas, buscando a convivência pacífica e a mitigação de atropelamentos na área. Em São Paulo, essas mudanças se mostraram efetivas: 2015 foi o ano com menor número de mortes desde 1998, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Infelizmente, com o abandono de parte dessas medidas pela nova gestão, assiste-se agora a um novo aumento: no primeiro semestre de 2017 houve 23% mais óbitos de pessoas a pé e 75% de pessoas pedalando, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis. Arte: Luísa Schardong / WRI Brasil Cidades Sustentáveis
É assustador o fato de que 1,25 milhão de pessoas morrem a cada ano em acidentes de trânsito. Diversos fatores contribuem para esse alto índice, porém a maneira como as cidades são construídas é a principal responsável por esse cenário. E se um guia prático pudesse ajudar as cidades a salvarem mais de 100 pessoas por dia? O Nossa Cidade deste mês tratará do tema Segurança Viária. Para começar, apresentamos as soluções propostas pela publicação O Desenho de Cidades Seguras.
Elaborado pelo WRI Ross Centro para Cidades Sustentáveis, o guia fornece aos gestores e projetistas um compilado de orientações e exemplos de intervenções no desenho viário que ajudam a reduzir os acidentes e as mortes no trânsito. O Brasil é, atualmente, o quarto país que mais mata no trânsito. Essas fatalidades custam cerca de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Outras economias emergentes como México, Indonésia, Turquia e China também têm grandes prejuízos econômicos com as mortes no trânsito. São também nos países de baixa e média renda em que 90% das fatalidades em acidentes ocorrem.
A Associação Nacional de Funcionários de Transporte Urbano de Nova Iorque, NACTO, lançou um novo guia orientado a melhorar o desenho das ruas, desta vez focado em como esses espaços públicos podem estar melhor preparados para enfrentar as chuvas.
A partir da perspectiva de que na cidade é mais complexa a absorção das águas pluviais devido à alta presença de concreto, seja nos edifícios, nas diversas infra-estruturas viárias, ou nas calçadas, torna-se necessário introduzir mudanças para melhorar a qualidade de vida.
Por isso, no novo guia desenvolvido em colaboração com o setor de Cidades Sustentáveis da Fundação Summit, são propostas estratégias orientadas a tornar as ruas locais mais seguros, sobretudo através da mobilidade, para que as cidades tenham uma melhor relação com seus corpos d'água já existentes.
A porta: apesar de ser um dos elementos arquitetônicos mais fundamentais, a importância subjetiva destes portais não deve ser ignorada. Historicamente, impérios erguiam enormes portais para receber os visitantes e santuários religiosos tinham portas ornamentadas para afastar o mal, da mesma forma que reinos e governos mais recentes constroem arcos para comemorar eventos e marcos importantes.
Nesta série de fotos, no entanto, a arquiteta Priyanshi Singhal volta seu olhar para as portas através de um enfoque mais humilde - portas de casas e pequenas edificações comerciais. Acompanhado por sua câmera, viaja por estreitas ruas sinuosas de antigas cidades e aldeias indianas, enquanto estuda e documenta a relação inerente entre a tradição arquitetônica, a cultura e um povo. Uma porta e sua chaukhat (soleira) detêm um significado espiritual profundo na arquitetura tradicional vastu shastra da Índia. Além disso, o trabalho de Singhal nos fornece um breve vislumbre da impressão que os caprichos do tempo, da comunidade e da economia deixaram no tecido urbano histórico da Índia.
Paulistano, filho de pai alemão e mãe pernambucana, cresceu em terras carioca sobre clima de bossa e tropicalidade. Foi com a influência da mãe que nasceu o interesse pela botânica. Na fase jovem, passou um período morando e estudando pintura no território alemão, onde frequentou importantes jardins botânicos e compreendeu o papel dos mesmos. Roberto Burle Marx, um dos principais arquitetos paisagista do século XX, pode ser definido como o responsável por revelar ao Brasil e ao mundo uma nova visão do papel do Paisagismo, sob aspectos sociais, botânico e estético.
17 x 17. Image Cortesía de Sharon Figueroa / Camilo Amézquita (Colectivo Microurbanismo)
Colectivo Microurbanismo [MU] foi fundado há pouco menos de um ano com o objetivo de recuperar, reorganizar e revitalizar o espaço público em Bogotá através de ações temporárias e participativas. Segundo seus criadores Sharon Figueroa e Camilo Amezquita, isso suscita outras maneiras de abordar questões relevantes na cidade, como a mobilidade, proximidade, acessibilidade, equidade, apropriação, cultura, harmonia, habitabilidade, segurança, paisagem e a dotação de equipamentos públicos.
As intervenções realizadas por MU são descritas como pequenas apropriações ou acupunturas urbanas que tratam distintas temáticas frente a condicionantes específicas da cidade, devolvendo o espaço aos cidadãos em um ato de celebração do público ou propiciando a crítica sobre uma problemática relacionada ao espectro do cívico. "Com este propósito se desenvolveram intervenções de pequena escala elementais desde seu planejamento, atraentes no estético e social, realizáveis desde sua factibilidade, ágeis na execução, amáveis com os habitantes e geradoras de alto impacto na população", enfatizam seus criadores.
Além disso, o coletivo centra-se em várias estratégias de implementação como o urbanismo tático, o conhecimento de projetos concretos formulados através de políticas públicas e a experiência de outros atores do espaço público reforçando o caráter participativo a diferentes escalas em suas intervenções.
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via screenshot do trailer de Asas do Desejo, de Wim Wenders
As sobreposições entre cinema e arquitetura são um tema já muito debatido e, inclusive, tratado em diversos artigos publicados aqui no ArchDaily Brasil. Difícil imaginar um filme que não se relacione de nenhum modo com a arquitetura, seja através da construção de cenários, das locações, ou mesmo das composições dentro de cada plano e sequência - que fazem uso de luz, sombra, escalas variadas e personagens.
Em muitos filmes, por exemplo, a arquitetura e a cidade têm um papel muito mais decisivo que o de mero pano de fundo ou palco para a narrativa, atuando elas próprias como elementos narrativos ou mesmo personagens. A seguir, selecionamos cinco filmes em que a paisagem e os espaços urbanos são essenciais para a construção da diegese.
O propósito da fotografia de arquitetura é mostrar da melhor maneira possível os espaços de uma obra. A correção das arestas para que fiquem paralelas e a busca de atmosferas específicas através do uso da luz são alguns dos elementos característicos desse tipo de registro fotográfico. Miguel de Guzmán, Paul Vu e Jules Couartou são alguns dos profissionais que desafiam os limites deste campo, mesclando fotografia de arquitetura, moda e performances. Em suas imagens, a relação entre o espaço e o ser humano é apresentada através de uma cena criada especialmente para o registro, resultando em fotografias autênticas e muito criativas.
Se uma cidade não foi usada por um artista, nem mesmo os habitantes vivem lá de maneira imaginativa”, disse o escritor Alasdair Gray em seu primeiro e mais conhecido romance, Lanark: uma vida em quatro livros, cuja história se passa em uma Glasgow fantasiosa. A frase de Gray, citada neste artigo do Next City, convida à reflexão sobre as várias formas que a ficção encontra para elaborar o meio urbano ao longo do tempo.
Cenários urbanos utópicos e distópicos são representados tanto na literatura quanto em filmes, quadrinhos, séries de televisão e videogames. O serviço que essas construções imaginárias prestam, muitas vezes, é o de explicitar a inquietação e a insatisfação ao mesmo tempo que expõe aspirações e esperanças de novos espaços e arquiteturas: novas cidades.
Arquiteta mexicana, fundadora do Rozana Montiel - Estudio de Arquitectura, se trabalho transita entre as áreas de projeto arquitetônico, intervenções artísticas e urbanismo.
Quando falamos de urbanização e enfrentamos uma topografia complexa, o tema da integração urbana começa a tomar mais força e protagonismo. Muitos dos bairros mais deteriorados socialmente se encontram em pontos geográficos complexos rodeados de desníveis que fazem com que o pedestre, o ciclista ou os idosos se vejam excluídos de uma acessibilidade urbana eficiente.
Neste contexto, os elevadores urbanos aparecem como uma solução e um elemento articulador, funcional e escultórico. Com até 30 metros de altura, convertem-se em marcos urbanos e turísticos ao criar um novo ponto de vista mediante passarelas e mirantes, ao mesmo tempo que respeitam o patrimônio histórico dos entornos.
A seguir mostramos alguns exemplos interessantes de elevadores urbanos que têm sido chave no ordenamento de seus entornos urbanos imediatos.
A terceira Case Study House da revista Arts & Architecture tem uma sensibilidade notoriamente diferente da de muitos outros projetos da série. Embora igualmente envolvidos com o objetivo de maximizar o prazer do ambiente natural, neste projeto os arquitetos mostram mais preocupação com a privacidade e a proteção dos moradores.
A aproximação a partir da rua é quase proibida; barreiras de alumínio impõem um limite praticamente impenetrável. Além das portas da frente e da garagem, as janelas de cozinha, pequenas e altas, são as únicas aberturas visíveis, embora seja possível visualizar a cerca do jardim privado das crianças, revestida por videiras.
Sabemos que os arquitetos são viajantes inveterados que gostam de ver, aprender e visualizar os detalhes construtivos de suas obras favoritas. Por esta razão, no ArchDaily acreditamos que cada arquiteto deve carregar uma câmera 360º consigo para capturar e compartilhar suas experiências em diversas partes do mundo.
Veja, a seguir, cinco motivos para você usar uma câmera 360°.
Muitas vezes é difícil escolher um filme para assistir. Ainda mais quando temos milhares de opções disponíveis. Ficamos horas olhando o catálogo e nada parece animar. Aproveitando o final das férias de inverno das faculdades, pedimos a diversos arquitetos no Brasil e Portugal para que nos enviassem dicas de bons filmes, que não necessariamente fossem de arquitetura. Na lista, vemos alguns clássicos e outros bem novos. Há títulos sugeridos por mais de uma pessoa, como o argentino Medianeras ou 8 ½, de Felini. Veja a lista abaixo e se inspire:
https://www.archdaily.com.br/br/876576/sugestoes-de-filmes-de-arquitetos-para-arquitetos-mas-nao-so-sobre-arquiteturaEquipe ArchDaily Brasil
No CAU/BR e em suas repartições estaduais, as Comissões de Ética e Disciplina analisam todos os meses diversas denúncias de descumprimento ao Código de Ética e Disciplina dos Arquitetos e Urbanistas, da prática irregular de reserva técnica à falta de placas em obras. Publicado em setembro de 2013, o Código de Ética e Disciplina do Conselho de Arquitetura e Urbanismo aponta regras de postura e comprometimento profissional que tem como intuito qualificar o mercado de trabalho e cultivar as boas relações entre profissionais, clientes e parceiros. Ao cometer uma infração, o profissional fica sujeito às sanções ético-disciplinares que podem prejudicar sua atuação.
Com a chance de realizar o sonho do arquiteto de criar sua própria cidade utópica do zero, o arquiteto francês Jean Balladur se inspirou em civilizações perdidas do passado. Seus projetos lembram a arquitetura das grandes ruínas Maias com um toque da década de 1960, na forma de uma cidade-resort litorânea no sul da França, La Grande Motte. Balladur dedicou quase 30 anos a esse trabalho, o trabalho de sua vida, que hoje recebe mais de 2 milhões de turistas por ano.
O marco teórico e material na arquitetura de Eduardo Sacriste deixou um legado importante para os estudantes de arquitetura e os profissionais argentinos. Sua obra, que teve lugar entre a prática e o ensino, evidencia um arquiteto enquadrado nas tendências do movimento moderno, mas que valoriza a arquitetura e os costumes de seus habitantes locais.
Pondo um particular foco de atenção na capacidade da arquitetura como um meio de transformação social, sua atenção focou-se na habitação popular e vernacular argentina. Os projetos que desenvolveu são vistos principalmente na província de Tucuman, e são o resultado de um equilíbrio entre o simples, o eficiente e o reflexivo. A partir disso, considerava que a arquitetura deveria responder aos modos de vida das pessoas, e não às características do autor da arquitetura. Uma arquitetura que humilde, trabalhando com o sentido da razão e da economia.
A Apple está plantando uma floresta em Cupertino, Califórnia. Quando, no final deste ano, a nova sede da empresa estiver concluída, 8.000 árvores transplantadas de viveiros de todo o estado da Califórnia cercarão o edifício circular projetado pelo escritório Foster + Partners. As árvores estão destinadas a embelezar os 176 acres da Apple (apelidado de Apple Park), além de absorver o carbono da atmosfera.
Este é um ponto positivo. O carbono, dentre os gases do efeito estufa, é o principal responsável pelo aquecimento global. Quase todas as atividades humanas, incluindo a respiração, lançam gás carbônico na atmosfera. As plantas, por outro lado, absorvem carbono, transformando-o em folhagem, ramos e raízes - um processo conhecido como sequestro de carbono.
A compreensão das estruturas na arquitetura é uma tarefa inerente do arquiteto; permitindo, por exemplo, que um material como o aço possa configurar grandes elementos estruturais, brindando interessantes respostas às necessidades projetuais.
As 'vigas treliçadas' são um exemplo dessas soluçõess, as quais evidenciam, a partir de suas propriedades mecânicas e montagem rápida, a capacidade de configurar espaços e estruturas verdadeiramente complexas e interessantes.
Conheça a seguir uma lista com 10 exemplos de projetos com vigas treliçadas metálicas.
O Centro Histórico da Cidade do México é, sem dúvida, um dos destinos turísticos mais relevantes do país por conta da história que abriga em seus numerosos espaços e edifícios públicos. No ArchDaily te convidamos a viver uma experiência em 360° de dois dos pontos mais icônicos do Centro Histórico: a Praça da Constituição (Zócalo) e a Catedral Metropolitana da cidade.
Em matéria recente no ArchDaily Brasil, o urbanista Jan Gehl afirma que Brasília “ é fantástica vista de um helicóptero, mas do chão, onde vivem as pessoas, Brasília é uma merda." Em seu conhecido livro Cidade Para as Pessoas, publicado em 2013 no Brasil, Gehl admite que “vista do alto, Brasília é uma bela composição”, mas “a cidade é uma catástrofe ao nível dos olhos”, acrescenta. “Os espaços urbanos são muito grandes e amorfos, as ruas muito largas, e as calçadas e passagens muito longas e retas” [1].
Gehl criou o termo “Síndrome de Brasília” para designar a inexistência ou a desconsideração do que ele conceitua como a escala humana no planejamento urbano modernista, tomando a capital do Brasil como seu mais destacado exemplo.
O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.” - Ítalo Calvino. As cidades invisíveis.
O trabalho Cortes no Tempo Contínuo: a vida urbana como partido é resultado de uma investigação a respeito das transformações nas formas de ocupação do espaço público na cidade de São Paulo, na região central. Busca-se novas maneiras de incorporar essa atual dinâmica no processo projetual, na intenção de valorizar a vida cotidiana e criar um suporte para ações eventuais. Seriam vetores de indeterminação na intenção de amparar a imprevisibilidade da vida. A rede de ensaios funcionaria como uma costura de microssituações, permitindo a experimentação de novas percepções possíveis do espaço público.
Deixar de lado os revestimentos e trabalhar diretamente com a estrutura aparente não é fácil. Diante deste desafio, os arquitetos têm demonstrado um grande desejo de superação, projetando estruturas cada vez mais criativas. Ao retratar este tipo de obra, a fotografia se mostra uma grande oportunidade parar criar composições incríveis e surpreendentes, podendo destacar desde padrões geométricos, simetrias e ritmos até as texturas e detalhes dos materiais. A seguir, apresentamos uma seleção de imagens de reconhecidos fotógrafos como Iwan Baan, Julien Lanoo e Yao Li, entre outros, que exploram as estruturas da arquitetura.