De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde – OMS, em 2019 foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. Nesse contexto foi criado no Brasil o “Setembro Amarelo”, maior campanha anti-estigma do mundo que incentiva todos à atuarem ativamente na conscientização e na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu.
Grande parte da produção da arquitetura moderna no continente americano foi baseada no modelo dos arquitetos europeus que, com suas obras, lançaram as premissas e ideias fundamentais para a vida moderna. Estes pilares da arquitetura foram transferidos, e consequentemente adaptados, ao território americano, introduzindo, ao mesmo tempo, suas próprias características de acordo com o contexto territorial, sócio-cultural e econômico.
Entendemos que uma boa arquitetura é aquela que serve como modelo para resolver problemas inerentes ao campo em geral. É por isso que certas referências que consideramos hoje como "clássicos" são exemplos de boas práticas arquitetônicas que foram apropriadas por outros arquitetos, a partir da adoção de elementos pertinentes e necessários para alcançar um resultado de acordo com cada contexto particular.
É notório que cidades em todo o mundo precisam empreender esforços para que mais pessoas optem pelos meios mais sustentáveis de transporte – a caminhada, a bicicleta e o transporte coletivo – em detrimento de carros e motos. Mas o que nos leva a escolher um meio de transporte em vez de outro? Quais fatores estão por trás da nossa escolha? Será que são, de fato, decisões conscientes ou apenas “hábitos automáticos”? Compreender este processo é passo importante na promoção de ações para a mobilidade sustentável.
A vulnerabilidade presente em países da periferia do capitalismo, como é o caso brasileiro, gera uma série de consequências que tanto se evidenciam em estatísticas, quanto se refletem no território ocupado. A periferização e a dificuldade de acesso a direitos fundamentais como saúde, educação e habitação, são parte dessas consequências, cujo combate e enfrentamento se dá por grupos sociais organizados que buscam construir alternativas dentro desse cenário, assim como é o caso dos movimentos sociais e da Usina CTAH, uma prática de arquitetura dedicada ao assessoramento técnico de grupos sociais organizados.
Em um contexto em que a falta de segurança pública assola cotidianamente as grandes cidades brasileiras, impactando a maneira como nos comportamos no ambiente urbano, é importante observar não apenas como agimos nesse ambiente mas também como o construímos e com quais intenções o modificamos.
Muros altos, grades, câmeras, alarmes e concertinas já fazem parte de uma paisagem que se demonstra amedrontada e parece buscar constantemente uma “proteção” do patrimônio privado, muitas vezes em detrimento da apropriação do espaço público.
Estantes têm uma função clara: organizar, armazenar e expor. Esse papel simples, mas vital, tornou-as uma obrigação em todos os lares, mantendo o local arrumado armazenando livros, roupas, brinquedos ou quaisquer outros itens que, de outra forma, seriam espalhados pelo chão. Embora geralmente encontradas em armários, quartos, banheiros e cozinhas, as prateleiras são úteis onde quer que o armazenamento extra seja necessário. São especialmente ideais para tirar o máximo proveito das salas pequenas, o que sempre se beneficiará de ter espaço mais limpo e sem desordem. Respondendo a essa necessidade crucial de armazenamento e, seguindo uma abordagem rigorosa de 'forma segue a função', as estantes tradicionais são frequentemente compostas por planos horizontais mínimos e planos presos a uma parede - um layout simples que não se destina particularmente a chamar a atenção. Portanto, as pessoas não tendem a pensar em estantes além do armazenamento e, nesse sentido, as inúmeras possibilidades de design que eles oferecem são frequentemente negligenciadas.
A falta de uma política de estacionamento consistente ou coerente cria ambientes dominados por carros que prejudicam todas as pessoas. Imagem: Rodrigo Capote/WRI Brasil
Nos últimos anos, diversos eventos climáticos ocorridos ao redor do mundo assolaram cidades, inclusive as brasileiras. Em 2022, chuvas intensas caíram sobre as ruas da região serrana do Rio de Janeiro, especialmente a cidade de Petrópolis, que registrou 250 deslizamentos em um único dia.
Algo semelhante ocorreu em Pernambuco, onde chuvas acima da média levaram ao deslizamento de barreiras. No final de 2021, no estado da Bahia, as ocorrências ligadas às fortes chuvas deixaram pelo menos 72 municípios em situação de emergência. Assim como nos exemplos anteriores, a ocorrência deixou mortos e diversas famílias desabrigadas. Ao redor do mundo o quadro não é diferente, ainda que os eventos sejam outros.
https://www.archdaily.com.br/br/990345/a-equidade-nas-ruas-comeca-com-a-reforma-dos-estacionamentosITDP Brasil
Avenida Rio Branco, no coração do Bairro do Recife, se tornou exclusiva para pedestres em 2017. Foto: Adriana Preta/WRI Brasil
A mitigação das mudanças climáticas e a adaptação aos riscos gerados por eventos extremos mais frequentes demandam uma transformação rápida e radical das cidades de todo o mundo, uma vez que elas são responsáveis pela maior parte das emissões globais de gases de efeito estufa. Os impactos de um clima em transformação, no entanto, não são compartilhados de modo uniforme por todas as cidades, e quem sente os seus efeitos mais intensos são justamente as populações mais vulnerabilizadas. Para transformações urbanas de baixo carbono inclusivas e adaptadas aos diferentes contextos urbanos, é necessário aproximar a agenda global do clima à escala local – às pessoas que vivem e conhecem os seus territórios.
https://www.archdaily.com.br/br/989596/duas-cidades-brasileiras-buscam-abordagens-locais-inovadoras-para-a-crise-climaticaCamila Alberti, Ariadne Samios e Isadora Freire
Ao longo dos anos, a arquitetura de interiores evoluiu de acordo com as necessidades que foram surgindo mas, sobretudo, com as experiências que procura evocar no usuário. Nos últimos dois anos pudemos testemunhar uma mudança radical e um interesse especial por este tema já que a pandemia obrigou-nos a dar uma atenção específica à configuração dos lugares que habitamos. Isso trouxe consigo projetos muito mais abrangentes que buscam atender ao bem-estar do usuário, combinando cores, experiências sensoriais, tecnologia e elementos naturais que promovem a saúde.
Futuros métodos de planejamento para calçadas e espaço de transporte público. Imagem via Global Designing Cities Initiative
Se você mora em uma área urbana, suburbana ou rural, há uma boa chance de que usar uma calçada, de alguma forma, faça parte de sua rotina diária. Seja atravessando uma calçada para chegar ao seu carro em um estacionamento ou andando vários quarteirões em seu trajeto até o centro da cidade, as calçadas são essenciais para criar locais seguros para os pedestres distante das ruas. Mas o que acontece quando as cidades não se responsabilizam pela manutenção das calçadas e elas são deixadas sob cuidado das pessoas que apenas as usam?
Você já deve ter ouvido falar sobre o uso de bambu em abrigos temporários criados nos esforços de ajuda humanitária após um terremoto, mas o bambu pode realmente ser muito valioso na construção de edifícios que podem suportar terremotos. Por que devemos olhar a este material como uma solução temporária após um desastre quando poderíamos salvar vidas construindo com ele em primeiro lugar? O bambu é uma ótima opção para construir casas e abrigos em regiões propensas a terremotos, desde que as estruturas sejam bem projetadas, construídas e mantidas. Das antigas estruturas tradicionais a construções modernas, vários exemplos de todo o mundo provaram-se contra as próprias forças da natureza que derrubaram edifícios de concreto e tijolos.
https://www.archdaily.com.br/br/989571/o-bambu-e-um-material-de-construcao-seguro-em-desastres-naturais-como-terremotosLayane Al Madani
O estilista Paul Smith, a banda britânica Radiohead e o diretor de cinema sueco Ingmar Bergman parecem não ter nada em comum, exceto por serem constantemente citados como grandes inspirações para o arquiteto paulistano Isay Weinfeld. Uma gama multidisciplinar de influências que diz muito sobre a sua personalidade e, consequentemente, sobre suas obras.
A prática arquitetônica sempre esteve enraizada no que as pessoas agora chamam de “design centrado no ser humano”. O termo, cunhado pelo engenheiro irlandês Mike Cooley em sua publicação de 1987 “Human-Centred Systems” (Sistemas centrados no ser humano) descreve uma abordagem de design em torno da identificação das necessidades das pessoas e da solução do problema certo com intervenções simples. A arquitetura se equilibra entre arte estética e design prático. Com vários colaboradores e objetivos para o projeto, muitas vezes as necessidades do usuário final ficam comprometidas no projeto. Para ajudar os arquitetos a projetar melhor para as pessoas, novas metodologias podem se inspirar em técnicas de design centradas no ser humano desenvolvidas por designers de experiência do usuário (UX).
A orla da Zona Sul - Divulgação. Fonte: Prefeitura do Rio de Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro teve sua paisagem edificada, ao longo dos seus 457 anos, de diversas formas. Nos primeiros séculos se consolidou no entorno da Rua Direita, atual rua Primeiro de Março, basicamente com casarios de dois pavimentos, normalmente com seu térreo formado por uma porta e duas janelas — isso decorria da medida da época, a braça, e os seus lotes que costumavam ter três braças (cada braça equivale a 2,2 metros). O perfil fundiário carioca sempre foi um indutor da forma urbana e o lote português, com testada pequena e muito comprido, marcou uma época da nossa cidade e é uma marca do desenvolvimento da cidade.
https://www.archdaily.com.br/br/989220/a-paisagem-urbana-e-a-matematica-da-cidadePedro Duarte e Rogerio Goldfeld Cardeman
Em uma nova exposição na Kunst Haus Wien em Viena, o artista austríaco continua sua investigação na arquitetura onde poucos civis pisam.
A busca de Gregor Sailer por estruturas e edifícios incomuns o leva a alguns dos lugares mais extremos da civilização humana – de centros de exercícios militares nos EUA e Europa, a um centro de mineração perto de Chuquicamata, no deserto do Atacama, até campos de neve no Ártico.
Com a retomada do setor de construção a pleno vapor e o anúncio de grandes projetos em diversos países, um grande número de profissionais está se preparando para assumir essas obras. Assim, o acompanhamento do canteiro e a fiscalização são cruciais para a realização de uma boa arquitetura e representam momentos significativos de aprendizagem para profissionais da arquitetura e da engenharia que buscam desenvolver conhecimentos especializados. Mas, apesar de todos os novos esforços que prometem novas tecnologias, um futuro mais sustentável e melhores condições de vida, uma velha questão persiste: a presença de discriminação de gênero no canteiro de obras.
A relação da arquitetura com a natureza é complexa. Se, por um lado, buscamos paisagens naturais para emoldurar, por outro, tentamos a todo custo evitar patologias causadas pela presença de raízes e folhas em nossas paredes e estruturas. Ao mesmo tempo que lançamos mão de tetos verdes, jardins verticais e floreiras para aproximar as cidades da vegetação e melhorar o conforto das pessoas, nos conformamos em construir edifícios com materiais completamente dissociados da fauna e flora. Ainda que a revolução com os biomateriais e novas tecnologias esteja mudando isso aos poucos, devemos nos perguntar se as estruturas e edifícios precisam necessariamente estar separados da natureza em que se apoiam. Foi essa dúvida que motivou os pesquisadores da Universidade da Virginia (UVA) a desenvolverem estruturas geometricamente complexas impressas em 3D feitas de solo, onde as plantas pudessem crescer livremente.
A geração Z compreende o grupo de pessoas nascidas a partir de 1995. Cresceram junto com a popularização da internet e interagem com o mundo integrando todas as formas de tecnologia disponíveis.
A diversidade de mídias disponíveis, a velocidade no tráfego de informação, a interatividade no ambiente virtual e o uso cotidiano desses ativos tecnológicos comuns nos dias de hoje, influencia o comportamento dos indivíduos dessa geração, imprimindo polivalência, agilidade e curiosidade.