“Local” é uma palavra amplamente usada para descrever algo particular sobre um lugar, que o torna diferente de qualquer outro. Em todo o mundo, a “localidade / regionalidade” de cada cidade é o que a torna única — na maneira como as pessoas vivem, trabalham, se socializam e, especialmente, na maneira como planejam e constroem cidades e infraestrutura. Para alguém que mora em um subúrbio, a maneira como se deslocam de um lugar para outro pode ser por meio de um carro, enquanto alguém que mora em uma metrópole densa, utiliza um metrô ou sistema de ônibus como parte de sua vida cotidiana.
Quando se trata de materiais de construção, sustentabilidade e a maneira geral como as coisas são construídas, as cidades também têm definições diversificadas. Com o aumento da pressão para se construir de forma sustentável, projeta-se que cerca de 70% da população mundial viva em cidades até 2050, e com os edifícios sendo responsáveis por quase 30% das emissões globais de carbono, é importante agora, mais do que nunca que as cidades encontrem maneiras de localmente utilizarem materiais ecológicos. Além do aspecto estatístico, a regionalidade de um local desempenha um papel importante nos aspectos experienciais e emocionais de um edifício. É uma forma de identificar a cultura de um espaço com o contexto em que se situa, e de prestar homenagem à história, missão ou patronos do local.
O modelo vernacular que vemos ao redor do mundo também tem influência significativa sobre os recursos naturais disponíveis em várias regiões, pois permitem que uma construção seja mais rápida e barata. É em grande parte uma das razões pelas quais a arquitetura em áreas rurais tem um estilo distinto, enquanto a arquitetura nas cidades parece mais uniforme, independentemente de seu respectivo contexto. Entretanto, são as cidades, que tendem a carecer de recursos naturais e espaço para fabricar materiais de construção em grande escala, desta forma, elas estão encontrando maneiras criativas de reciclar os materiais, como meio de definição pouco convencional de “regionalidade”.
Um estudo realizado em 2011 descobriu que apenas na cidade de Nova York, a indústria da construção civil produziu mais de 7 milhões de toneladas de resíduos a cada ano. Com uma alta taxa de crescimento, arquitetos e empreiteiros estão encontrando maneiras de reutilizar criativamente certos materiais, em vez de enviá-los para o aterro sanitário. Algumas cidades estão implementando programas de voluntariado, em que as pessoas vasculham prédios a serem demolidos, em busca de itens que poderiam ser reaproveitados. O resultado deste programa na cidade de Nova York, produziu uma coleção com 34.000 kg (75.000 Pd) de materiais e eletrodomésticos reutilizáveis. Esses itens, incluindo madeira recuperada, armários, pisos, alvenaria, tintas, móveis e tecidos, tornam-se disponíveis ao público, com grandes descontos, por meio de vários centros de distribuição.
Embora esses esforços não tragam a localidade ou elementos culturais distintos para os centros urbanos, eles têm um impacto significativo na maneira como os arquitetos e empreiteiros entendem a maneira como os materiais podem ser reutilizados. Desta forma, os pequenos elementos dos edifícios continuam circulando, e mantém um pouco da história, fazendo sua parte e contribuindo para uma crescente crise de sustentabilidade global — para algumas cidades, isso é "local" o suficiente.
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