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Materials: O mais recente de arquitetura e notícia

A ventilação natural não é a solução mais eficiente em todos os casos

A ventilação serve a duas finalidades principais em um espaço: em primeiro lugar, retirar os poluentes presentes e fornecer ar limpo. A segunda é atender às necessidades metabólicas dos ocupantes, proporcionando temperaturas agradáveis aos espaços, se o clima permitir. É sabido que ambientes com ventilação inadequada podem trazer sérios malefícios à saúde dos ocupantes e, principalmente em climas quentes, desconforto térmico. Um estudo da Universidade de Harvard mostrou que em edifícios com boa ventilação e melhor qualidade do ar (com menores taxas de dióxido de carbono), os ocupantes apresentam melhores desempenhos das funções cognitivas, respostas mais rápidas a situações extremas e melhor raciocínio em atividades estratégicas.

Não é difícil perceber que a ventilação desempenha papel vital na garantia de uma boa adequada do ar e no conforto térmico em edifícios. Todos já sentimos isso. Mas quando falamos de ventilação, sempre nos vêm à mente uma brisa leve da janela, balançando o nosso cabelo, com um aroma agradável e uma temperatura que nos traz conforto. Em climas amenos, isso pode até ser uma realidade na maioria dos dias do ano. Em climas severos ou locais poluídos isso é bem diferente.

Vila de casas impressas em 3D é construída para sem-tetos nos EUA

A Icon, startup estadunidense de robótica para construção residencial, nasceu com a promessa de construir casas emergenciais usando impressoras 3D. Uma casa modelo foi erguida em Austin, capital do Texas, em 2018. Na mesma cidade, dois anos depois, a empresa começou a entregar uma série de residências para desabrigados.

Dependente químico em heroína, hoje recuperado, Tim Shea era morador de rua e seu último lar foi uma van. O estadunidense de 70 anos foi o primeiro a receber as chaves da casinha impressa em setembro de 2020. 

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Detalhes construtivos: 6 banheiros modulares pré-fabricados para edifícios de construção rápida

O banheiro é um recinto indispensável para qualquer tipo de construção. A Real Academia Espanhola define-a como a "sala de um edifício, com lavatório, ducha, banheira, vaso sanitário ou outras instalações sanitárias". A definição estabelece que é um espaço funcional com um programa específico e que, consequentemente, pode ser facilmente padronizado. Sendo espaços com dimensões praticamente uniformes, é cada vez mais frequente a instalação de banheiros pré-fabricados em diferentes tipos de edifícios. Estes espaços modulares são apresentadas como uma ótima alternativa quando você deseja optar por uma forma de construção rápida, econômica e eficaz.

Conforto e Sustentabilidade na Arquitetura: Tendências 2021

Pouco antes do início dos bloqueios globais em resposta à disseminação da COVID-19, nos reunimos com especialistas da Saint Gobain em sua nova sede em Paris para discutir uma extensa investigação conduzida em 2019, com o objetivo de compreender as transformações que a arquitetura e construção experienciou nos últimos anos. Após uma interessante troca de ideias, escolhemos os temas mais relevantes para serem analisados em profundidade por nossa equipe de editores, resultando em uma série de artigos que combinaram as tendências identificadas com os acontecimentos inesperados ocorridos durante 2020, conectando-os diretamente ao projeto arquitetônico.

Agora, entrando em um 2021 incerto e promissor, paramos e relemos esses artigos com atenção. Quantas dessas tendências ainda são válidas e quanto elas evoluíram? Que novas tendências provavelmente surgirão nos próximos anos?

Translucidez e materiais aparentes: breve análise das soluções de Lacaton & Vassal

Paulo Mendes da Rocha fala, frequentemente, que a função da arquitetura nada mais é do que “amparar a imprevisibilidade da vida”. Assim como uma moldura, que destaca e, principalmente, direciona o olhar do observador ao objeto principal, espaços dão suporte à vida cotidiana, aos encontros, à paisagem. A frase do arquiteto brasileiro combina bem com a forma que o escritório Lacaton & Vassal trabalha. A premiação do casal francês levanta algumas questões sobre como suas escolhas são precisas para o momento atual que vivemos no mundo. Isso abrange a filosofia do seu trabalho, as soluções projetuais adotadas e a paleta de materiais.

Impressão 3d, realidade aumentada e inteligência artificial impactando no design de mobiliários

Dissociar a arquitetura dos mobiliários é algo quase impossível. Como Le Corbusier estacionava carros contemporâneos à obra para fotografar seus projetos, os mobiliários evidenciam a época e o estilo de vida do usuário que habita o espaço. De fato, a partir do momento que a humanidade deixa de ser nômade, há registros de mobiliários rudimentares. Em um sítio escavado, que data entre 3.100 e 2.500 aC, descobriu-se uma variedade de móveis de pedra, de armários e camas a prateleiras e assentos de pedra. Com o tempo, os móveis foram ganhando protagonismo. Além das funções desempenhadas, mobiliários também sempre foram utilizados para exprimir ideias. Sejam os móveis exclusivos e luxuosos do Egito Antigo, para exercer o poder e a riqueza do império, até o design funcional e simplificado da Bauhaus, em um momento de reconstrução e racionalidade no mundo, estudar a evolução do design de móveis é importante para se entender os estilos de arquitetura.

Atualmente, o avanço da tecnologia e a internet faz com que as mudanças sejam cada vez mais rápidas, até difíceis de assimilar e acompanhar. Os mobiliários acompanham essa tendência, seja na maneira de desenhá-los, fabricá-los ou mesmo vendê-los. Abaixo, selecionamos algumas formas que a tecnologia vem impactando neste campo: 

Impressão 3D com termoplásticos ​​cria um sistema de dobras que controla a temperatura da luz

O telhado da Euston Station em Londres é o cenário arquitetônico em grande escala para a aplicação virtual do sistema integral Metaplas, criado por alunos da Bartlett School of Architecture - UCL. Parte de uma investigação realizada no Research Cluster 8 (RC8) do programa de Mestrado em Design de Arquitetura, os alunos desenvolveram um sistema multimaterial impresso em 3D a partir de termoplásticos biodegradáveis ​​e recicláveis. Assim, uma série de painéis planos tornam-se tridimensionais, criando um sistema estrutural com dobras geométricas que permite o controle passivo da temperatura de iluminação dos espaços interiores.

Estufas como espaço de convivência entre a natureza e os seres humanos

Pesquisadores apontam que "proto-estufas" surgiram por conta da vontade do Imperador romano Tibério (42 a.C. a 37 dC) de comer pepinos todos os dias do ano. Como no inverno era impossível cultivar o vegetal na Ilha de Capri, seus jardineiros desenvolveram camas montadas sobre rodas que se moviam para o sol e nos dias de inverno eram postas sob uma cobertura translúcida feita de Selenita (uma variedade de gipsita bem cristalizada e com aparência vítrea). Mas a produção de estufas em grande escala tornou-se mesmo possível após a Revolução Industrial e com a disponibilidade de folhas de vidro produzidas em massa. Desde então, elas têm sido utilizadas para cultivar alimentos e flores, conformando um microclima adequado às espécies vegetais mesmo em locais com climas severos. Mas em alguns casos, essas condições internas também podem ser interessantes para os espaços de vida. A recente premiação de Lacaton & Vassal reacendeu esse assunto. Como é possível criar estufas que possam ser boas para humanos e plantas?

Materiais a 0 km e a ideia de preservar o meio ambiente e as culturas locais

Juntamente com as preocupações com as questões relacionadas nosso ambiente, surgem movimentos, novas palavras, conceitos e termos relacionados ao seu enfrentamento, que nos obrigam a ficarmos sempre atualizados. A própria palavra sustentabilidade enfrentou alguma resistência até ser incorporada no vocabulário e utilizada largamente nos mais diversos contextos. Atualmente se fala muito sobre Economia Circular, Resiliência, 4 Rs, mineração urbana, entre outros. Além disso, há movimentos que são incorporados de outros meios, evidenciando a transversalidade de tais questões. Um deles é o dos Materiais a 0 km, que têm figurado em manifestos e alguns projetos, ainda que timidamente, nos últimos tempos.

É possível reciclar e reaproveitar concreto?

Usado desde a era romana massivamente em construções das mais diversas escalas, é quase impossível pensar em uma edificação que não tenha ao menos um elemento em concreto. De fato, trata-se do material de construção mais utilizado no mundo, por sua versatilidade, resistência, facilidade de manuseio, valor acessível, estética, entre outros fatores. Ao mesmo tempo, sua manufatura também é um dos principais poluidores na atmosfera, sobretudo pelo fato de a indústria de cimento emitir por volta de 8% de todas as emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2).

Mas além da sua produção intensiva, tratando-se de um material tão rígido, pesado e composto por cimento, água, pedra e areia, seria possível dar um uso sustentável ao concreto após a demolição, sem destinar os resíduos como entulhos a locais indevidos, ou sobrecarregando os aterros sanitários? 

Quanto mais você entender como os materiais se encaixam e funcionam, melhor será sua arquitetura

Uma luz incrível, acabamentos brilhando, árvores adultas, saudáveis e figuras humanas devidamente posicionadas parecem ser o kit perfeito para uma boa e tradicional imagem de arquitetura, que nem sempre são tão fidedignas à realidade ou ao contexto. Convencionamos a pensar em renderizações como visões do edifício futuro, pronto e ocupado, que servem para vender ou convencer os clientes sobre um projeto. Mas e se as imagens renderizadas também nos ajudassem a entender a construção, os sistemas e o funcionamento de algumas partes da edificação? Conversamos com dois profissionais que têm desenvolvido imagens que ao mesmo tempo podem ser explicativas e belas. 

Lina Bo Bardi e sua escada helicoidal de madeira: tradição e modernidade

O conjunto do Unhão, cuja construção data do século XVII, constituía-se de um engenho de açúcar com casa-grande, capela e senzala, tombado no ano de 1943. Salvador era a principal cidade brasileira na época da construção, em que o Brasil era uma colônia portuguesa, com a mão-de-obra sobretudo de escravizados, e do seu porto saía grande parte da produção de açúcar para exportação. O conjunto chamou a atenção da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi desde sua primeira visita em 1958, na época que ela passou alguns anos trabalhando e dando aulas na capital baiana. Com participação decisiva de Lina na definição do programa e da própria implantação, as edificações foram restauradas para receberem o Museu de Arte Popular e a Universidade Popular. Mas em todo o conjunto, o elemento que chama a atenção por sua plasticidade, funcionalidade e simbolismo, é a escada helicoidal de madeira.

Autoconstrução assistida: um caminho inexplorado no Brasil

Você sabia que, em quase todo o mundo, pessoas constroem diariamente suas casas sem ajuda de arquitetos e engenheiros?

Comum nas regiões periféricas do Brasil, a autoconstrução é uma opção de quem deseja ter sua casa própria personalizada, sem enfrentar burocracias indesejadas ou dívidas de longo prazo. No entanto, a escolha por construir a própria residência sem o apoio técnico de engenheiros e arquitetos frequentemente é acompanhada pela falta de informação, o que pode acarretar em irregularidades, má qualidade da construção e riscos para os moradores.

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Arquitetos de Hong Kong transformam resíduos plásticos em mobiliário urbano para combater a poluição

O rio Shing Mun em Sha Tin, uma cidade residencial em Hong Kong, luta contra a poluição do lixo plástico há anos. Os resíduos domésticos que não são reciclados de forma adequada vão parar em aterros ou a boiar no rio. Em 2018, quase 17 milhões de itens de plástico, ou 40.000 itens por dia, foram drenados para o oceano através do rio Shing Mun, principalmente embalagens de alimentos, talheres e garrafas de plástico para uso doméstico. Essa quantidade de poluição de plástico no rio e no meio ambiente pode eventualmente colocar em risco o ecossistema natural de forma irreversível.

Construindo casas com blocos gigantes: U-Build e o futuro da autoconstrução

É difícil encontrar alguém que nunca brincou de LEGO quando criança. E se pensássemos em edifícios como grandes jogos de montar? U-Build é um sistema de construção modular em madeira desenvolvido pelo Studio Bark para ser fácil de construir, agradável de habitar e simples de desconstruir no final da sua vida útil. O sistema remove muitas das dificuldades associadas à construção tradicional, capacitando indivíduos e comunidades a construir suas próprias casas e edifícios. O sistema usa usinagem CNC de precisão para criar um kit de peças, permitindo que a estrutura do edifício seja montada por pessoas com habilidades e experiência limitadas, usando apenas ferramentas manuais simples.

A psicogeografia da monumental land art Cretto di Burri

Em 1968, a pequena cidade de Gibellina, na Sicília, foi arrasada pelo colossal terremoto Belice, de magnitude 5,5 que matou centenas e deixou 100.000 desabrigados. Os planejadores não conseguiram reconstruir Gibellina em seu terreno original. A nova cidade - Gibellina Nuova - foi construída a 11 quilômetros (7 milhas) de distância. Antecipando-se ao projeto e à construção de Gibellina Nuova, e na esteira da tragédia do terremoto de Belice, o prefeito convocou vários artistas para apresentarem propostas de projetos para decorar a nova cidade. Um destes artistas foi o prolífico pintor e escultor italiano “polimaterialista” Alberto Burri (1915-1995).

Como a simulação de materiais durante o projeto garante um bom desempenho da construção

Com a quantidade de informações e tecnologias que dispomos atualmente, seja de pesquisas acadêmicas ou dos próprios fabricantes dos produtos de construção, sobra muito pouco espaço para empirismos e experimentações ao projetarmos nas escalas mais diversas. Ainda mais quando equívocos na especificação de projetos representam enormes custos e dores de cabeça. Isso quer dizer que muito antes da construção e a ocupação do edifício, é possível entender claramente como o edifício funcionará termicamente, qual sua capacidade de geração de energia fotovoltaica e mesmo quanto de energia será necessário para resfriá-lo e/ou aquecê-lo. Há softwares, ferramentas e aplicativos que permitem quantificar todas essas decisões de projeto, para evitar erros, deseconomias, geração de resíduos e garantir a eficiência de todos os materiais aplicados.

Tijolos de vidro em casas argentinas: iluminação natural e privacidade com blocos translúcidos

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Ao criar espaços arquitetônicos, muitos arquitetos concordam que não só é importante, mas também necessário incorporar a luz natural aos interiores, utilizando diferentes estratégias para regular sua quantidade e definir qualidades como sua tonalidade e direcionamento. Apesar disso, em projetos residenciais, onde as exigências de privacidade são geralmente mais altas do que em, por exemplo, edifícios para usos comuns - escritórios, restaurantes, lojas -, ao definir as características dos ambientes, muitos optam por trabalhar com materiais que garantem maiores graus de proteção visual e que diluem o contato com o exterior público - seja através da incorporação de elementos opacos, seja por meio de envoltórios de revestimento e telas. Entretanto, há alguns materiais que garantem a entrada de uma grande quantidade de luz natural controlada durante o dia, mas sem implicar em perda de privacidade.