Historicamente, após o declínio da Igreja Católica e a crescente diminuição no número de fiéis em várias regiões da Europa e América do Norte, os custos de manutenção dos espaços sagrados levaram ao eventual abandono de igrejas, santuários e mosteiros - frequentemente obras de grande valor histórico e arquitetônico.
Isso abre uma nova oportunidade para profissionais da arquitetura resgatarem e recontextualizarem o patrimônio histórico representado por estes edifícios. A seguir, apresentamos 15 exemplos de reuso adaptativo em igrejas antigas que foram transformadas em hotéis, casas, museus, bibliotecas e outros espaços culturais.
Com a mudança da indústria no último século, seja em termos de forma, localização ou tipo, os espaços de produção espalhados pelo mundo ocidental foram reaproveitados. Não há dúvidas ao ver essas estruturas. As grandes janelas, tetos altos e plantas otimizadas para o trabalho fabril agora marcam os espaços da “indústria criativa”. Pense na renovação do Tate Modern (de uma antiga central elétrica) realizada pelo escritório Herzog + de Meuron, ou na recente transformação colaborativa de um pátio de locomotivas em biblioteca nos Países Baixos.
https://www.archdaily.com.br/br/912297/frac-dunkerque-do-lacaton-and-vassal-e-um-eco-historico-em-forma-e-conceitoKatherine Allen
O MVRDV apresentou o projeto de um novo edifício de uso misto, desenvolvido em uma área pós-industrial na cidade de Kiel, na Alemanha. A proposta que contará com um total de 65.000 metros quadrados, foi concebida através de um sistema amplamente flexível, permitindo que o edifício se adapte às demandas futuras com o passar do tempo.
Apelidado de “KoolKiel”, a proposta do MVRDV incorpora um grande edifício térreo existente, anteriormente utilizado como depósito e posteriormente como gráfica, aonde foram impressos os famosos quadrinhos alemães Werner durante a década de 1980. A proposta atual, de transformar o local em um novo hub para indústrias e mídias criativas, influenciou decisivamente os arquitetos do MVRDV, o que os levou a criar um edifício dinâmico e divertido ao mesmo tempo que incorporam parte da história do lugar e do edifício existente.
Meio século depois que a nova casa do subúrbio era o sonho de muitos jovens americanos, propriedades reformadas estão ganhando popularidade. Essa tendência se estende para além da América do Norte, com renovações estimulantes de estruturas existentes surgindo em todo o mundo, da Bélgica ao Quênia e à China. A atração por essa tipologia provavelmente está em sua multiplicidade; as renovações são novas e antigas, históricas e voltadas para o futuro, generativas e sustentáveis.
Em nenhum lugar esta tendência é mais visível e popular do que na habitação, onde a transformação é muitas vezes liderada pelos próprios proprietários. Vagamente agrupados sob termos como "fixer-upper" e "reutilização adaptativa", esses projetos começam apenas com os esqueletos estruturais e a história do edifício. Na escala pessoal, a renovação / reforma é uma oportunidade de trazer uma parte de si para sua casa - mas esses pequenos projetos juntos têm o potencial de reverter uma crise imobiliária?
É muito comum, nos dias de hoje, sentir-se extenuado pela enorme quantidade de informações que consumimos, tanto consciente quanto inconscientemente. No mundo da arquitetura não é diferente, é preciso dedicar-se para acompanhar o feed diário do ArchDaily e por isso mesmo, entendemos que nem sempre é possível estar a par daquilo que é notícia no mundo. Mas isto que à primeira vista parece ser uma infinita linha de produção arquitetônica, não necessariamente vem ao encontro das mais recentes preocupações em nossa disciplina, aquelas voltadas à economia e compartilhamento de recursos.
Esta reflexão generosa, à respeito de como e para quem estamos construído nossos edifícios e cidades, encontrava-se oculta em meio a produção massiva que definiu a arquitetura durante o século XX, mas algo estava nascendo, mesmo que em estado embrionário - algo que está se tornando cada dia mais evidente nos dias de hoje. Cada vez mais, arquitetos estão incorporando processos e estratégias de sustentabilidade e/ ou reuso adaptativo. Os mais tradicionais prêmios e reconhecimentos do mundo da arquitetura estão operando uma efetiva mudança de direção em nossa disciplina, chamando à atenção não mais apenas aos mesmos grandes nomes, mas também para pequenos escritórios de arquitetura espalhados pelo mundo, aqueles que têm nos apresentado uma nova maneira de pensar e conceber a arquitetura.
O estereótipo do arquiteto foi por muito tempo o da obsessão pelo ego e pela novidade. Praticamente um sinônimo de egocentrismo e originalidade. Por outro lado, atualmente estamos testemunhando uma mudança de rumo à partir da prática de milhares e milhares de jovens profissionais. Os projetos que foram notícia nesta última semana nos ensinam a repensar a arquitetura à partir da redução e da reutilização, transformando a maneira como concebemos à arquitetura no século XXI.
https://www.archdaily.com.br/br/906653/destaques-da-semana-reduzir-reutilizar-repensarKatherine Allen
O Royal Institute of British Architects, juntamente com o Conselho Municipal de Lancashire, divulgou cinco propostas que buscam transformar a antiga Estação de Ônibus de Preston em um novo espaço público e centro da juventude. Cada projeto foi selecionado entre 100 propostas enviadas através de um concurso internacional de ideias que tinha como objetivo preservar a natureza brutalista do histórico edifício.
O aguardado plano de £13 milhões é um grande passo, considerando-se que a estação dos anos 1960, agora protegida pelo patrimônio histórico, quase foi demolida recentemente. Os esforços de reuso adaptativo são o resultado de uma bem sucedida campanha internacional que garantiu a continuidade da icônica estrutura.
Há algum tempo, falamos sobre as garrafas que iluminam. Mais recentemente, a organização sem fins lucrativos Litro de Luz - com sede na Colômbia - compartilhou conosco seu projeto de iluminação que consiste em levar luz natural a locais com poucos recursos através de garrafas Pet recicladas.
Esse projeto de inovação social, que trabalha lado a lado com A Liter Of Light (Filipinas), tem como objetivo levar luz aos lugares menos favorecidos e melhorar a qualidade de vida nas comunidades mais vulneráveis do mundo.
Em escritórios de arquitetura os tubos de papelão usados para guardar grandes rolos de papel parecem se multiplicar a uma taxa alarmante, ocupando cada canto até atingir o teto. A equipe de Boston do escritório Perkins + Willinventou uma solução simples para conter a proliferação dos tubos de papelão na forma de uma divisória que se comporta simultaneamente como barreira sonora e visual, além de servir como espaço de armazenamento. Composta por dúzias de tubos de papelão reciclados encaixados em uma estrutura de compensado de madeira, a "parede" oferece espaços para guardar desenhos, serve de proteção contra a incidência solar e constitui um elemento lúdico que se insere bem no ambiente de trabalho.
Saiba mais sobre a solução encontrada por Perkins + Will para reaproveitar os tubos de papelão.