Diébédo Francis Kéré fundou seu escritório, Kéré Architecture, em Berlim, Alemanha, em 2005, após o início de uma trajetória defendendo a construção de uma arquitetura educacional de qualidade em seu país de origem, Burkina Faso. Desprovido de salas de aula e condições de aprendizagem adequadas quando criança, e enfrentando a realidade da maioria dos jovens estudantes do país, seus primeiros trabalhos foram o resultado da busca por soluções tangíveis para os problemas que a comunidade enfrentava.
Essa frase chamou a atenção durante a palestra de Diébédo Francis Kéré no AAICO (Architecture and Art International Congress), que ocorreu no Porto, em Portugal, entre 3 e 8 de setembro. Após ser introduzido por ninguém menos que Eduardo Souto de Moura, Kéré iniciou sua fala com a simplicidade e humildade que pautam seu trabalho. Suas obras mais conhecidas foram construídas em locais bastante remotos, onde materiais são escassos e a força de trabalho é dos próprios moradores, utilizando os recursos e técnicas locais.
A arquitetura africana tem recebido merecida atenção internacional na última década e um dos principais responsáveis por isso é, sem dúvida, Diébédo Francis Kéré. Natural de Gando, Burkina Faso, Kéré se formou em arquitetura na Technische Universität Berlin, Alemanha. Hoje, mantém filiais de seu escritório Kéré Architecture em ambos os países, com o qual busca desenvolver trabalhos na "intersecção da utopia com o pragmatismo", explorando a fronteira entre a arquitetura ocidental e a prática local.
Conhecido por envolver a comunidade no processo de construção de seus edifícios, Kéré e seu escritório vêm desenvolvendo trabalhos que extrapolam os limites convencionais da arquitetura e tocam temas como economia local, migrações, cultura e equidade. Tivemos o prazer e o privilégio de conversar com o arquiteto sobre alguns de seus projetos e sua visão mais ampla da arquitetura. Leia a entrevista íntegra a seguir.
“Através de edifícios que demonstram beleza, modéstia, ousadia e invenção, e pela integridade de sua arquitetura e gesto, Kéré defende graciosamente a missão deste Prêmio”, diz o comunicado oficial do Prêmio Pritzker de Arquitetura. Anunciado hoje por Tom Pritzker, presidente da The Hyatt Foundation, Francis Kéré é o 51º vencedor do prêmio criado em 1979, sucedendo Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal. Elogiado por ir além dos limites do campo disciplinar, o arquiteto atua simunltaneamente em Burkina Faso e na Alemanha.
Começou a construção do Instituto Goethe em Dakar, projetado por Kéré Architecture. O projeto é o primeiro espaço construído especificamente para a associação cultural alemã e centro de intercâmbio em seus mais de 60 anos de atividade global. Localizada em uma área residencial e com um exuberante jardim, a estrutura de dois andares é moldada pela copa das árvores e está sendo construída com tijolos de laterita, uma rocha local residual com qualidades isolantes que ajudam a regular passivamente o clima interno. O projeto fornecerá espaços para uma ampla gama de atividades, desde exposições e cursos de idiomas a concertos e encontros, tudo isso com base na paisagem cultural do Senegal.
Pouco menos de dois anos após o início de uma pandemia global, a inclusão na profissão de arquiteto infelizmente ainda é um tema limitado. Uma pesquisa de 2020 do Architects' Journal do Reino Unido revelou uma quantidade preocupante de obstáculos para arquitetos negros naquele país. Nos Estados Unidos, por sua vez, profissionais negros renomados, como Mabel O. Wilson, do Studio &, questionaram a natureza eurocêntrica de uma grande quantidade de estudos arquitetônicos.
O mundo abriga milhares de parques nacionais, os quais podem ser definidos como espaços alocados para a conservação, hospedando terras geralmente deixadas em seu estado natural para as pessoas visitarem. O próprio termo “parque nacional” difere em todo o mundo. No Reino Unido, por exemplo, a frase simplesmente descreve uma área relativamente pouco desenvolvida que atrai turistas. Nos Estados Unidos, essa terminologia é muito mais rígida, descrevendo 63 áreas protegidas operadas pelo serviço de Parques Nacionais dos Estados Unidos.
O Royal Institute of British Architects (RIBA) e a Jencks Foundation anunciaram a arquiteta Anupama Kundoo como o vencedora do RIBA Charles Jencks Award deste ano. O prêmio foi oferecido em reconhecimento às contribuições significativas para a teoria e prática da arquitetura realizadas por Kundoo, cujo trabalho combina investigações teóricas, pesquisa de materiais e métodos de construção sustentáveis.
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Foto de Halley Pacheco de Oliveira, via Wikipedia. Licença CC BY-SA 3.0
Profissionais e estudantes de vários países estão prestes a participar de maneira inédita do maior evento de arquitetura e urbanismo do mundo. A programação principal do 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2021RIO), que estava prevista para acontecer em julho de 2020 no Rio de Janeiro e foi adiada devido à da pandemia do coronavírus, começa no dia 18 de julho (domingo), de forma 100% digital pela primeira vez na história. Até dia 22, os congressistas vão assistir a palestras com vinte dos nomes mais importantes da arquitetura mundial e a mesas-redondas com mais de cem arquitetos premiados internacionalmente, além de apresentações de trabalhos, atividades culturais e premiações. Desde março, quase 90 mil pessoas, de mais de 180 países, vêm acompanhando os painéis preparatórios – um recorde absoluto nos mais de 70 anos do evento realizado pela União Internacional de Arquitetos (UIA) a cada três anos.
https://www.archdaily.com.br/br/965085/grandes-nomes-da-arquitetura-mundial-se-encontram-para-debater-o-futuro-das-cidades-no-uia2021rioEquipe ArchDaily Brasil
A União Internacional de Arquitetos (UIA) anunciou os vencedores de seus prêmios anuais e da Medalha de Ouro, que foi conquistada pelo arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, presidente do Comitê de Honra do 27º Congresso Mundial de Arquitetos – UIA2021RIO. Ele participará do evento também como palestrante, apresentando-se em julho.
Paulo Mendes da Rocha, hoje com 92 anos, acumula reconhecimentos relevantes como o Pritzker, o maior prêmio da Arquitetura no mundo, conquistado em 2006, e o Leão de Ouro, que destacou o conjunto de sua obra na Bienal de Veneza em 2016. Mendes da Rocha foi o primeiro brasileiro a receber a distinção.
Benin's National Assembly in Porto-Novo Proposal. Image Courtesy of Kéré Architecture
O arquiteto e fundador do escritório com sede em Berlim Kéré Architecture, Francis Kéré, acaba de ser galardoado com a Medalha de Arquitetura da Fundação Thomas Jefferson de 2021. Organizado em parceria pela Universidade da Virginia e pela Fundação Thomas Jefferson em Monticello, a Medalha de Arquitetura da Fundação Thomas Jefferson é uma das quatro honrarias concedidas pela Fundação anualmente. Levando o nome do terceiro presidente dos Estados Unidos, as quatro medalhas buscam reconhecer importantes contribuições no campo da arquitetura, cidadania, inovação e direito.
A Kéré Architecture acaba de revelar as primeiras imagens de seu projeto para a Assembléia Nacional do Benin. Implantada na cidade de Porto Novo, na República Popular do Benin, a nova Casa do Parlamento foi encomendada em 2018 ao escritório de Francis Kéré pelo Ministério do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável. Representando os principais valores da democracia e da identidade cultural da República Popular do Benin, o projeto da nova assembléia começará a ser construído já no início de março de 2021.
A história e a arquitetura de Burkina Faso são duas coisas profundamente vinculadas à paisagem natural deste pequeno país da África Ocidental. Geograficamente, Burkina Faso ocupa um extenso planalto com savanas e algumas florestas esparsas. Mais de dois terços da população ainda vive em comunidades rurais e, como tal, a arquitetura contemporânea burquinense é o produto da engenhosidade do seu povo, desenvolvida através da apropriação de sistemas construtivos e materiais locais ao longo do tempo.
Já no início de 2020, o Rio de Janeiro se torna o palco global do debate sobre as cidades do presente e o futuro das cidades. No ano em que sedia o 27º Congresso Mundial de Arquitetos, o UIA2020RIO, a cidade desfruta do título de primeira Capital Mundial da Arquitetura pela UNESCO e pela União Internacional dos Arquitetos (UIA).
https://www.archdaily.com.br/br/924219/francis-kere-carla-juacaba-e-anne-lacaton-entre-os-confirmados-na-programacao-do-uia2020rioEquipe ArchDaily Brasil
O Serpentine Pavilion 2019, do arquiteto japonês Junya Ishigami, está tomando forma em Londres. Uma série de fotografias de Laurian Ghinitoiu mostra o projeto com sua cobertura de forma livre. Ishigami é o segundo mais jovem arquiteto a projetar o pavilhão, e seu trabalho é conhecido por uma abordagem leve e efêmera. O pavilhão de 2019 consiste em uma superfície de ardósia que se eleva do solo, sustentada por pilotis que formam uma espécie de campo interno sob a cobertura.
Em muitos momentos na carreira de arquiteto nos deparamos com dúvidas e inseguranças sobre a nossa profissão. Por isso, estar em contato com a sabedoria de grandes nomes do campo como Alejandro Aravena, Álvaro Siza, César Pelli, Francis Kéré, Jeanne Gang, Norman Foster e Paulo Mendes da Rocha, sirva como um momento de inspiração para enfrentar os desafios que a Arquitetura e Urbanismo nos propõe. Veja, a seguir, conselhos destes grandes arquitetos.
Instalação "Tower of Twelve Stories". Cortesia de Bureau Spectacular
Francis Kéré, Office Kovacs e NEWSUBSTANCE estão entre os arquitetos e designers selecionados para criar instalações de arte para o Festival de Música e Música Coachella, na Califórnia. Entre os músicos confirmados para a edição de 2019 estão Childish Gambino, Tame Impala, e Ariana Grande. Algumas instalações em larga escala serão construídas para o festival, evento em que mais de 100.000 pessoas experienciarão o trabalho de artistas, designers e arquitetos em ascensão.