Viver em um ambiente urbano pode ser cansativo. Estilos de vida ocupados e competitivos deixam as pessoas atordoadas com os efeitos do estresse. Os indivíduos que vivem em áreas urbanas são mais propensos a desenvolver problemas de saúde mental e demonstram uma notória falta de conexão pessoal. Luzes rosadas e arranha-céus da cidade dividem espaço com o aumento dos níveis de estresse, colocando uma questão essencial aos arquitetos — como os espaços afetam o bem-estar?
Além do conforto térmico, acústico e lumínico, as cores são fatores que influenciam a sensação que sentimos ao estar num ambiente e tornam-se um forte dispositivo para influenciar o comportamento do usuário.
Muito além de preferências estéticas, o uso de determinadas cores podem trazer diferentes significados que abrangem outros campos como a psicologia ou simbologia. Portanto, é sabido que uma cor não depende apenas da luz e do ambiente, mas também da percepção que temos dela. O alemão Johann Wolfgang Von Goethe, que se aprofundou no estudo da Teoria das Cores, aponta que a identificação dos tons é subjetivo, mas os efeitos são universais. Como exemplo, as cores quentes (vermelho, amarelo e laranja) são mais dinâmicas e causam sensações de conforto e estímulo nas pessoas, já as cores frias (verde, roxo e azul) possuem um efeito mais suave, acalmante e estático. Sendo assim, criar uma paleta de cores é uma possibilidade de gerar diferentes sensações na percepção do espaço.
Pantone revelou sua Cor do Ano para 2022;17-3938 Very Peri, uma cor totalmente nova "cuja presença corajosa estimula a inventividade e a criatividade pessoais". O tom origina na família da cor azul, mas com toques de vermelho e violeta, ilustrando a fusão dos nossos tempos modernos e como o mundo digital transformou o nosso mundo físico. Na arquitetura, os tons de azul pervinca e lavanda são usados há muito tempo em instalações, espaços comerciais e iluminação, incutindo um efeito geral tranquilizador, otimista e positivo na mente humana.
Visto que seres humanos passam a maior parte de suas vidas em ambientes fechados, não nos surpreende o fato de que determinadas características do espaço construído têm um impacto significativo em nosso comportamento psíquico. A psicologia ambiental é, de fato, a disciplina que estuda o comportamento humano em suas interrelações com os espaços onde a vida humana transcorre. Condições de iluminação, de escala e proporção assim como os materiais e suas texturas são características espaciais que emitem informações para nossos sentidos, afetando a maneira como nos relacionamos com o espaço, produzindo um sem fim de sensações e reações.
Determinadas características do espaço construído são capazes de induzir sensações de tranquilidade e segurança, de fazer com que as pessoas se sintam bem e relaxadas ou até aumentar a concentração e a produtividade dos usuários em seu ambiente de trabalho. Independente de qual sejam as sensações que eles nos provocam, não se pode negar que as características dos espaços em que vivemos – ou trabalhamos – desempenham um papel fundamental na maneira como as pessoas se sentem e como elas se relacionam com o espaço; e portanto, a psicologia ambiental pode ser uma importante aliada no desenvolvimento de projetos que proponham soluções para promover uma maior qualidade de vida aos seus usuários.
Quantas vezes você mudou as coisas de lugar dentro de casa no ano passado? Quer fosse uma mudança temporária ou definitiva, uma parede repintada, uma luminária nova ou aquele quadro que estava esperando para ser pendurado a séculos. No momento em que muitos de nós fomos forçados (ou convidados) a retroceder para dentro do espaço doméstico, passando a trabalhar desde casa, ficou cada vez mais difícil evitar aquelas pequenas mudanças que a tanto tempo se faziam necessárias. Não foi apenas a drástica mudança em nossas rotinas que nos causaram problemas, na verdade, o espaço no qual vivemos e trabalhamos desempenha um importante papel em como nos sentimos ou nos relacionamos uns com os outros. Portanto, para aqueles que se perguntaram por que algumas pessoas pareciam muito mais tranquilas e serenas durante o início da pandemia, pode ser porque a grama do seu jardim era mais verde que a nossa.
Stephanie & Kevin / Atelier Vens Vanbelle. Image Courtesy of Atelier Vens Vanbelle
Como é de praxe em todos os finais de ano, a Pantone anunciou sua(s) cor(es) para o ano de 2021: PANTONE 17-5104 Ultimate Gray e PANTONE 13-0647 Illuminating. Pela segunda vez em sua história—que já dura 22 anos—, a Pantone escolheu não uma, mas duas cores tendência para representar o próximo ano. Embora a Pantone tenha revelado que ambas cores foram escolhidas independentemente, elas podem ser vistas como complementares. Enquanto a PANTONE 13-0647 é “iluminante”, brilhante e vivaz, a PANTONE 17-5104 é uma cor pura e genuína. Quando juntas, estas cores representam a força, o otimismo e a energia necessárias para encaramos os desafios do próximo ano. Na arquitetura, esta paleta tem sido utilizada em uma enorme variedade de espaços, desde ambientes domésticos minimalistas até grandes complexos multiuso. Abaixo, apresentamos 14 exemplos de projetos publicados aqui no ArchDaily que utilizam tons similares das cores escolhidas pela Pantone para 2021.
https://www.archdaily.com.br/br/953804/arquitetura-em-tons-de-amarelo-e-cinza-cores-pantone-2021Lilly Cao
Para que serve a cor na arquitetura? A escolha da cor de uma fachada ou espaço pode afetar diretamente em nosso humor e produtividade: ela influência diretamente na maneira como percebemos e nos relacionamos com o espaço. As possibilidades são infinitas, desde cores que contrastam entre si até ambientes monocromáticos.
Apresentaremos a seguir um índice de artigos relacionados à cor na arquitetura publicados recentemente aqui no ArchDaily. Nesta lista você irá encontrar tudo aquilo precisa saber sobre o uso da cor na arquitetura, desde as principais estratégias de projeto até às últimas novidades e tendências além de um amplo catálogo de obras que exploram a cor em todas os seus tons e nuances.
O policarbonato tornou-se uma alternativa atraente ao vidro para fachadas, pois apresenta distintos níveis de translucidez e pode fornecer transmissão e difusão ideais da luz. Além disso, é leve, flexível, reciclável, durável, resistente a impactos e inclui proteção ultravioleta (UV), além de resistir a temperaturas entre -40 °C e 115 °C. Mas, além de suas propriedades funcionais, este termoplástico também oferece amplas oportunidades estéticas, permitindo que os arquitetos criem fachadas excepcionalmente dinâmicas e expressivas.
Alguns arquitetos são apaixonados por cores, alguns são impassíveis a ela, outros a odeiam e tem aqueles que preferem descartá-la como algo desnecessário na arquitetura. Em um ensaio sobre o assunto, Timothy Brittain-Catlin menciona o "puritanismo inato entre os clientes de arquitetura", os arquitetos e seu "constrangimento em relação ao uso da cor", e como "o modernismo buscou contornar o uso das cores vibrantes na arquitetura". O debate sobre a cor na arquitetura está longe de ser algo novo, no entanto não há uma conclusão unânime, e provavelmente, nunca a teremos.
Atualmente, onde o estereótipo do arquiteto sobriamente vestido de preto ainda persiste, e enquanto meditamos silenciosamente sobre a estranha definição da Cosmic Latte, existem arquitetos que não têm medo de usar amplamente a cor em tudo o que fazem. Por isso, editamos uma lista com 7 importantes arquitetos que seguiram este caminho, tanto no passado como no presente.
https://www.archdaily.com.br/br/881425/7-arquitetos-que-nao-tem-medo-de-usar-as-cores-em-seus-projetosZoya Gul Hasan
04 encontros | 18h30 às 20h | quintas-feiras 24 de setembro + 01, 08, 15 de outubro
O curso sobre cor na arquitetura conduz o observador à importantes produções arquitetônicas com enfoque e olhar para a cromaticidade.
O encontro da cor com a arquitetura provoca sensações, modifica estruturas, amplia e reduz planos e volumes, engrandece monumentos, joga com a luz, interferindo na percepção dos espaços e na relação com a cidade.
A cor está em toda parte. Aprender a observá-la é o caminho para compreendê-la. Assim se faz também na arquitetura. Este curso é um convite para um mergulho nas intenções projetuais
O tijolo é um dos materiais mais populares para arquitetos que buscam uma estética mais rústica ou vintage tornando os projetos de apartamentos, restaurantes e lojas mais quentes e convidativos. No entanto, a cor e o tipo de corte do tijolo podem influenciar significativamente a atmosfera que emana. Enquanto o tijolo branco se presta a um design mais minimalista, o tijolo marrom, por exemplo, tende a parecer mais rústico e terroso. Neste artigo, exploramos algumas das cores mais populares de tijolos, descrevemos formas de colori-los artificialmente e listamos projetos recentes que utilizam o material.
https://www.archdaily.com.br/br/944534/tijolos-e-suas-coresLilly Cao
As técnicas de visualização evoluíram de forma notável ao longo do tempo e com os adventos tecnológicos, os resultados finais estão cada vez mais próximos de simular de maneira fiel aspectos próprios da realidade. Podemos dizer que, no campo da arquitetura, um projeto de visualização busca principalmente evidenciar as características e qualidades de um espaço tridimensional - ainda não construído ou em processo de construção - através de imagens, renderizações, vídeos ou ferramentas de realidade virtual - projetados, de forma geral, em suportes bidimensionais como as telas ou o papel -, considerados ferramentas essenciais para que os clientes, em geral pouco familiarizados com as representações técnicas, ou para um júri nos casos de concursos, compreendam um projeto de forma integral em uma etapa prévia a sua materialização.
Com o objetivo de criar experiências ambientais imersivas em espaços interiores, o estúdio de design Aqua Creations desenvolveu o Manta Ray Light, uma instalação de iluminação construída com a tecnologia LED RGB responsiva que mistura as cores vermelho (Red), verde (Green) e azul (Blue) para gerar mais de 16 milhões de tons de luz. Ao predefinir seu espectro de cores, diminuir o brilho em uma escala de 0,1 a 100% e até carregar imagens e vídeos em sua memória interna, o sistema permite adicionar cor e movimento a espaços expressivos ou proporcionar uma sensação de calor e foco nos espaços íntimos e privados.
Como acontece anualmente, o Pantone Color Institute™ anunciou a cor do ano. Para 2020, foi eleito o PANTONE 19-4052 Classic Blue, um tom que "inspira calma, confiança e conexão" para o processo de transição em direção a uma nova era. Descrita como "atemporal e durável", a cor faz lembrar o céu ao pôr do sol e "ajuda a focar os pensamentos".
Assim como as cores de uma pintura ou de uma fotografia abstrata podem despertar um certo humor, as cores de um edifício ou sala podem influenciar profundamente a sensação das pessoas que o usam. Fisiologicamente, diversos estudos mostraram que a luz azul retarda a produção de melatonina, mantendo as pessoas mais alertas ou acordadas mesmo à noite. Psicologicamente, as pessoas associam determinadas cores a sentimentos por conta de símbolos culturais e experiências vividas - por exemplo, elas podem perceber a cor vermelha como ameaçadora ou assustadora por causa de sua conexão com o sangue.
No geral, a maneira como uma sala é pintada pode ter efeitos complexos sobre como seus usuários se sentem, ao mesmo tempo que uma fachada pode ser percebida de maneiras dramaticamente diferentes, dependendo de como são suas cores. Abaixo, resumimos as associações emocionais de todas as cores, avaliando seus efeitos diferentes à medida que cada uma é usada no espaço arquitetônico.
https://www.archdaily.com.br/br/930326/como-as-cores-influenciam-a-arquiteturaLilly Cao
Existem muitas pesquisas sobre como as cores podem afetar o nosso humor, mas ainda é difícil estabelecer padrões para determinados comportamentos frente a diferentes tonalidades. O que podemos afirmar é que a escolha de uma cor para uma casa, de fato, reflete a personalidade do seu proprietário, o que atribui ao ambiente uma certa identidade e particularidade.
O Poliestireno expandido -também conhecido como isopor- é um material plástico amplamente utilizado na indústria da construção, principalmente para isolamento térmico (e em alguns casos, acústica) das envoltórias das edificações.
Mas é possível reciclá-lo e aplicá-lo novamente em outros processos construtivos? Sabe-se que o EPS pode se tornar matéria-prima para a fabricação de novos produtos plásticos, quando triturados e compactados. No entanto, a reciclagem pode voltar a ter impacto na construção de projetos arquitetônicos e urbanos, ao ser convertido em tintas e revestimentos.