Não necessariamente de pequena escala, mas sim pontuais e estratégicas, as intervenções de acupuntura urbana são rápidas de executar, reversíveis e, muitas vezes, de baixo custo. A prática tem se consolidado como uma possibilidade frente às transformações urbanas que exigem processos extensos e burocráticos não apenas na tomada de decisões, mas também na sua execução, o que muitas vezes exclui os habitantes do desenvolvimento dos projetos em suas diferentes etapas.
A acupuntura urbana é uma tática de design que promove a requalificação urbana em nível local, apoiando a ideia de que as intervenções no espaço público não precisam ser amplas e caras para produzirem um impacto transformador. Como alternativa aos processos convencionais de desenvolvimento, a acupuntura urbana representa um modelo adaptável para a renovação da cidade. Iniciativas altamente focadas e direcionadas ajudam a regenerar espaços negligenciados, ao implantar estratégias urbanas de forma incremental ou consolidar a infraestrutura social de uma cidade.
Jaime Lerner define a acupuntura urbana como uma série de intervenções de pequena escala, altamente focadas, que possuem a capacidade de criar ou iniciar um processo de regeneração de espaços ociosos ou desqualificados.
Mais do que acupuntura urbana, a intervenção na escalonada geografia da Comuna 13 de Medellín foi uma cirurgia de peito aberto, uma ação de grande escala orientada para a mudança física e social daquele que, uma vez, foi um dos bairros mais violentes da cidade mais perigosa do mundo.
Os guias bilíngues passeiam pelas escadas rolantes que deram fama mundial a intervenção enquanto, em uma das tantas praças remodeladas, uma equipe da CNN grava entrevistas dos locais e forasteiros que visitam um local turístico pouco provável há alguns anos atrás. Um drone sobrevoa a cena, não sabemos se é da polícia onipresente, da CNN ou dos turistas.
O Fórum Internacional de Arquitetura e Urbanismo continuou a pleno vapor no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. O Rio Academy concluiu suas atividades com a fase prática, onde os participantes estudantes e profissionais desenvolveram projetos como uma forma de presentear a cidade no ano que completa 450 anos. Iniciada na quarta-feira, dia 22, a segunda etapa do evento segue a dinâmica dos talks pela parte da manhã e o resto do dia para o desenvolvimento dos projetos.
Petare -- PICO + PGRC + Todo por la Praxis. Imagem Cortesia de PICO Estudio
O projeto "Espaços de Paz" está convertendo "áreas de perigo" em "áreas de paz", através do projeto participativo em áreas violentas do país. Liderado pelo escritório venezuelano PICO Estudio, o projeto é o resultado de uma oficina de seis semanas de duração que envolveu cinco grupo de arquitetos - venezuelanos e de outros países. Cada grupo focou no desenvolvimento de um projeto para uma comunidade específica.
Através da transformação dos espaços utilizados, como terrenos vazios e áreas de lixão não regulamentadas, os projetos procuram criar "dinâmicas sociais que convidassem a novas formas de convivência e relações nas comunidades, transformando as categorias fundamentais que regem a vida cotidiana: o uso do tempo e do espaço". A participação da comunidade foi essencial para essa iniciativa.