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Réquiem pelas escadas / Oscar Tusquets

Surpreendentemente, naquela aula Josep Maria Sostres esteve magistral. Josep Maria Sostres, que a partir de agora chamaremos Sostres (ainda que na universidade o chamássemos El Sostres), era um arquiteto e um homem muito, muito peculiar. Como arquiteto, mereceu o típico reconhecimento post mortem, da mesma maneira que José Antonio Coderch, outro arquiteto que poucos de nós admiraram em vida, embora, hoje, pareça que todos o idolatrassem.

Masoro Village Project / GA Collaborative

A construção de uma pequena casa unifamiliar a vinte quilômetros norte de Kigali, Ruanda, está concluída. O edifício é modesto: três pequenos dormitórios, uma sala de estar simples e espaço para cozinhar. Pouca disponibilidade de material e limitações financeiras significaram um compromisso com a praticidade na hora da elaboração do projeto. A casa é um protótipo de uma série de habitações que os designers da GA Collaboratibe, irão construir em Masoro para membros da cooperativa de mulheres l’Association Dushyigikirane. Com o método não usual de construção no projeto – construção em superadobe, a primeira desse tipo em Ruanda – a GA Collaborative pretende capacitar seus clientes através de uma técnica de construção rápida e barata que requer pouco treinamento e nenhuma experiência prévia em construção

Robôs, Carros e Arquitetura

Desde o início da era moderna, sempre houve uma forte relação entre a arquitetura e o carro, especialmente na obra de Le Corbusier. 

Le Corbusier era fascinado por seu carro (o Voisin C7 Lumineuse); a estética desta máquina funcional produzida em massa influenciou profundamente seus projetos. A ênfase na função é traduzida através da ideia de que casas devem ser "máquinas de morar" e inspirou uma série de experiências de casas prefabricadas produzidas em massa (como a Maison Citrohan). A maior parte destes conceitos foram posteriormente materializados através da icônica Villa Savoye, cuja planta térrea fora concebida para acomodar o raio de giro de um carro.

Além da tenda: Por que campos de refugiados precisam de arquitetos (agora mais do que nunca)

Só em 2013 cerca de 1 milhão de pessoas saíram da Síria para escapar de um conflito civil travado há mais de dois anos. O total de refugiados sírios está bem acima de 2 milhões, um número sem precedentes e uma realidade perturbadora que colocou os países que acolhem estes refugiados sob imensa pressão em relação a infraestrutura.

Os países tem ao menos um protocolo a seguir. Manuais da ONU são consultados e utilizados para informar uma abordagem apropriada quanto ao planejamento dos acampamentos. A terra é negociada e uma organização em grelha é definida. O método, em geral, é meticuloso - adequado para uma questão com prazo de validade.

Ou seria, se a questão fosse, de fato, temporária.

Desenho ativo: fazendo a experiência da calçada

O departamento de Planejamento da Cidade de Nova York publicou recentemente dois documentos sobre o desenho ativo nas calçadas e outras vias. Ambos apresentam a obra não a partir daqueles que a constroem, mas aqueles que realmente a utilizam. É centrado no ponto de vista do pedestre, ou seja, se priorizou a pessoa que habita e experimenta a calçada. Em “Desenho Ativo: Fazendo a experiência da calçada”, foi utilizado o marco conceitual da “sala de calçada” para lidar com a complexidade das políticas urbanas, os usuários e a forma física da configuração da experiência dos pedestres neste espaço público.

Teoria Unificada de Arquitetura: Capítulo 3

Iremos publicar o livro de Nikos Salíngaros, Unified Architectural Theory, em uma série de trechos, tornando-o disponível digitalmente e gratuitamente a todos os estudantes e arquitetos. O capítulo a seguir postula que a estrutura geométrica da arquitetura determina sua "vitalidade" e quanto mais a forma incorpora a complexidade, configurações e padrões, o mais vital será a arquitetura resultante. Se você perdeu os outros capítulos, certifique-se de ler antes a Introdução, o Capítulo 1, o 2A e o 2B.

A qualidade de vida percebida em edifícios e áreas urbanas vem da geometria (a forma das estruturas em todas as escalas e a sua coerência), e como a geometria conecta-se ao indivíduo. Ela também catalisa interações entre as pessoas - se for feita com êxito.

A maneira mais fácil de perceber essa qualidade de "vida" é comparar pares de objetos ou configurações e julgar intuitivamente qual deles têm mais "vida". Depois de uma série de experiências deste tipo, torna-se óbvio que o grau de "vida" na arquitetura surge da estrutura geométrica.

Turismo Leve Sustentável: Uma opção para habitar o vulnerável e proteger o diverso

Atualmente se fala muito em turismo sustentável, turismo ecológico, turismo rural ou outras denominações para um modelo com ênfase no meio ambiente. O turismo sustentável parece ser um trem no qual todos têm de embarcar, dadas as tendências internacionais e as condições competitivas do mercado.

Quanto custa para abrir meu próprio escritório de arquitetura?

Iniciar a sua própria empresa é uma tarefa difícil, especialmente se você não está completamente certo do que você quer. Mark LePage, fundador do Arquiteto Empreendedor (Entrepreneur Architect), sabe disso em primeira mão. Este guia, publicado originalmente no Arquiteto Empreendedor, discute as implicações financeiras de iniciar sua própria empresa e ajuda a vencer os desafios, levando-o ao sucesso.

Quanto vai custar abrir minha própria empresa de arquitetura?

Essa é uma pergunta que muitos leitores me fazem toda semana. A resposta certamente difere, dependendo da pessoa para quem você perguntar. Quando os arquitetos me perguntam quanto vai custar para abrir uma empresa de arquitetura, eu digo, "tanto quanto você precisar".

Abaixo, discutirei os conceitos básicos necessários para abrir um escritório de arquitetura de um único proprietário. Dependendo das suas circunstâncias e da região em que você mora, os números podem variar.

O Ensino do Desenho / Lucio Costa

Clive Bell define arte como significant form.

O rabisco não é nada, o risco – o traço – é tudo. O risco tem carga, é desenho com determinada intenção – é o “design”. É por isto que os antigos empregavam a palavra risco no sentido de “projeto”: o “risco para a capela de São Francisco”, por exemplo. Trêmulo ou firme, esta carga é o que importa. Portinari costumava dar como exemplo a assinatura, feita com esforço, pelo analfabeto (risco), com o simples fingimento de uma assinatura (rabisco).

O arquiteto (pretendendo ser modesto) não deve jamais empregar a expressão “rabisco” e sim risco.

Risco é desenho não só quando quer compreender ou significar, mas “fazer”, construir.

Teoria Unificada de Arquitetura: Capítulo 2B

Iremos publicar o livro de Nikos Salíngaros, Unified Architectural Theory, em uma série de trechos, tornando-o disponível digitalmente e gratuitamente a todos os estudantes e arquitetos. A primeira parte do Capítulo 2 descreveu a abordagem científica para a teoria da arquitetura. Esta, a segunda parte do Capítulo 2, explica por que o autor considera a abordagem científica superior à aquelas tomadas pelos desconstrutivistas. Se você perdeu elas, não deixe de ler a Introdução, o Capítulo 1 e o Capítulo 2A.

Algumas tradições são anacrônicas e equivocadas, mas como reservas de soluções tradicionais em relação a qual verificam-se novas propostas que são de imensa importância. Uma nova solução pode, em algum momento, substituir uma tradicional, mas deve ser bem sucedida em restabelecer as conexões com o restante do conhecimento. No contexto dos padrões sociais, arquitetura e urbanismo, novas soluções são úteis caso se conectem a padrões sociais, arquitetônicos e urbanos tradicionais (ou seja, todos aqueles anteriores à década de 1920). Se existe uma lacuna evidente que nada em uma disciplina refere-se a qualquer coisa exterior, então isso poderia ser um problema sério.

Recentemente, Edward Wilson introduziu a noção de "consiliência" como "o bloqueio de explicações causais entre as disciplinas" (Wilson, 1998a). Consiliência reivindica que todas as explicações na natureza estão conectadas e não há fenômenos totalmente isolados. Wilson foca em peças incompletas de conhecimento: a vasta região que separa as ciências das humanidades e está contente em ver isso ser lentamente preenchido por biólogos evolutivos, neurocientistas cognitivos e pesquisadores em inteligência artificial. Ao mesmo tempo, está alarmado com as pessoas nas ciências humanas que estão apagando as partes do corpo de conhecimento existente. Estes incluem filósofos desconstrutivistas. Wilson caracteriza seus esforços como baseados na ignorância.

Como resolver o problema das habitações sociais?

Recentemente os jornais ingleses e o London Evening Standard têm relatado aumentos dramáticos nos preços das residências na capital. Acima de 8% ao ano. Os aluguéis também estão aumentando. Logo, muitos londrinos, especialmente os jovens, não poderão alugar ou comprar uma casa ou um apartamento. Sem dúvida, isso é cada vez mais comum em muitas grandes cidades. Contudo, a Inglaterra ainda está em uma recessão, a pior em quase um século.

Na busca por casas a preços mais acessíveis as pessoas se mudam para locais mais distantes do seu trabalho, especialmente aquelas com baixos salários, e gastam muito do seu salário e seu tempo no deslocamento. O custo da habitação afeta o que comemos e quanto tempo livre temos, afeta a nossa qualidade de vida.

Não se trata de negócio ou propriedade, é algo mais importante, trata-se de um lar. O lar é um refúgio, nosso porto emocional. Na verdade, é um direito humano. Como diz o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: é "o direito de todos a um padrão de vida adequado para si e sua família, incluindo adequada... habitação."

Arquitetos podem ajudar? Sim. Como arquitetos, temos que perguntar o que uma casa realmente é e como ela se encaixa na cidade. Na verdade, a resposta é tão antropológica quanto arquitetônica, é re-pensar a própria casa, na criação, não como propriedade, mas como lar.

Pode a arquitetura de Ho Chi Minh City ser salva por sua economia?

Neste artigo, originalmente publicado em Metropolis Magazine como "A Time-Out," Carl Robinson relembra a arquitetura de Ho Chi Minh City dos anos 1960 e discute como a paisagem urbana mudou nos anos seguintes. Com o Vietnã enfrentando uma crise econômica, ele questiona, como a cidade pode se desenvolver?

Nos últimos 15 anos, com o Vietnã finalmente deixando seus longos anos de guerra para trás, a antiga capital de South Vietnam - Saigon - se tornou a potência econômica do país. Até recentemente, Ho Chi Minh City (HCMC) era uma cidade em crescimento. Mesmo antes de seu movimentado aeroporto internacional, havia novos edifícios se erguendo entre os subúrbios alastrados e lotados, espalhados pela paisagem dos rios sinuosos ao redor da cidade.

No centro, onde as torres da catedral da cidade uma vez dominaram skyline, uma silhueta impressionante de edifícios alcançam o céu tropical. O sentimento do século XXI da cidade continua através de seu novo terminal (projetado por GWA) e por uma ampla avenida com edifícios contemporâneos de escritórios e lojas. Eventualmente cheguei às ruas arborizadas da velha Saigon, o bairro residencial criado pelos franceses há mais de 150 anos.

Podem as cidades virtuais melhorar nossas cidades reais?

Este artigo, por Klaus Philipsen, mebro do Instituto Americano de Arquitetura, foi originalmente publicado em seu blog Community Architect.

À medida que o BIM (Building Information Modeling) lentamente encontra sua aceitação na arquitetura e nas engenharias de edifícios individuais, talvez é hora de considerar a próxima escala: a cidade. Assim como maquetes virtuais nos auxiliam a projetar e entender edifícios e suas demais informações incorporadas, simulações de cidades virtuais poderiam ter uma aplicação no planejamento urbano real, nos permitindo ir além do plano X e Y do GIS para modelamento de informações em três dimensões que incluem o terreno, infraestrutura, edifícios e espaços públicos. Poderiam as cidades virtuais ser a resposta para as "cidades inteligentes"? Descubra na continuação.

Light Matters: Vídeo-mapeamento 3D, fazendo da arquitetura uma tela para narrativas urbanas

Projetores de vídeo a preços acessíveis abriram o caminho para uma jovem e impressionante forma de arte: vídeo-mapeamento 3D, um modo de projeção que usa a própria arquitetura como tela. Artistas e pesquisadores iniciaram o movimento, desenvolvendo uma nova linguagem visual para interpretar a arquitetura. Mais tarde, a publicidade adotou essa técnica para promoção de marcas, com projeções em larga escala em arranha céus; ativistas políticos também iniciaram diálogos, transformando intervenções efêmeras em interessantes formas de destacar e abordar problemáticas de desenho urbano.

Mais sobre como artistas e outros grupos desenvolveram essa linguagem visual para narrativas urbanas na continuação.

Tecnologia e Arquitetura: Diagonal Arquitectura

Esta semana, em nossa série de Tecnologia e Arquitetura, apresentamos o estúdio Diagonal Arquitectura, que se dedica há mais de um ano à visualização em arquitetura .

Neste escritório, seus sócios fundadores David Santos, Pedro Camacho, Ana Cristina Salgado e Eleonora Egge acreditam firmemente que a arquitetura deve responder a dois princípios que denominaram de A e B. O primeiro, constitui de uma relação entre as condições pré-existentes de uma necessidade, podendo ser de lugar, de época e de pessoas. O segundo, o princípio B, se refere ao estado final do objeto, funcionando em seu meio. Desta forma, eles são a diagonal que busca interpretar os fatores do ponto A para transformá-los ao ponto B, através de um conceito de desenho que integre aspectos abstratos, realidades construtivas e aproximações sensoriais do espaço.

A seguir, apresentamos uma seleção das melhores imagens e uma entrevista exclusiva com este estúdio com sede em Quito, Equador. 

Brasília, por Rino Levi / Célia Castro Gonsales

Em 1957, no final de três décadas de prática arquitetônica intensa e, conquistada já, larga maturidade do processo de projetação, Rino Levi e sua equipe[1] têm a oportunidade de realizar um projeto completo de cidade: participa do concurso - obtendo o 3º lugar[2]- para o plano piloto da nova capital brasileira, uma cidade para 500 000 habitantes a ser localizada no planalto central do Brasil, junto ao lago Paranoá - construído artificialmente para criar condições ambientais mais amenas à árida região.

Em direção às Ciclo Cidades: como os arquitetos devem considerar as bicicletas como inspiração

Se Henry Ford reincarnasse como um fabricante de bicicletas, Le Corbusier como um arquiteto para edifícios e cidades cicláveis e Robert Moses como o representante no governo, "amante de bicicletas", os projetos envolvendo bicicletas seriam muito mais ambiciosos. Ford estaria visando vender bilhões de bicicletas, Corbusier estaria procurando salvar todo o mundo e, mesmo se levasse toda uma vida, Moses estaria tentando deixar sua marca permanente.

Eles gostariam de dar ao transporte ativo um empurrão, assim como o que a indústria automotiva recebeu com a criação de terra urbanizada nos subúrbios. Então, quem são nossos Le Corbusiers dos tempos modernos, amantes das bicicletas? E quais, exatamente, são suas tarefas?

Honrando os Pioneiros da Arquitetura Digital

Muitos poderiam considerar Greg Lynn o líder do projeto baseado em meios digitais na arquitetura - mas o próprio Lynn pede que não o considerem. Ele e o Centro Canadense de Arquitetura (CCA) recentemente colaboraram em "Arqueologia do Digital", a primeira de uma série de exposições que irão exibir o trabalho dos pioneiros no uso de computadores como ferramentas de auxílio em projetos de arquitetura - incluindo alguns dos mentores do próprio Lynn. Nesta entrevista, originalmente publicada na revista Metropolis Magazine como "Computer Control," Avinash Rajagopal conversa com Greg Lynn sobre alguns dos projetos e a inspiração por trás da exposição em si.