A Bienal de Arquitetura de Veneza 2023 anunciou nesta terça-feira, 21 de fevereiro, que a edição deste ano incluirá 63 pavilhões nacionais. A exposição internacional, com curadoria de Lesley Lokko, contará com 89 participantes, mais da metade dos quais são da África ou da diáspora africana.
Entre os escritórios convidados estão Adjaye Associates, atelier masōmī, Kéré Architecture, MASS Design Group, Sumayya Vally e Moad Musbahi, Theaster Gates Studio, Andrés Jaque / Office for Political Innovation, Liam Young e Neri&Hu Design and Research Office, para citar apenas alguns.
Com foco nos chamados "agentes de mudança", a edição da Bienal de Veneza deste ano apresenta muitas novidades: 63 pavilhões nacionais e uma exposição internacional com curadoria de Lesley Lokko e 89 participantes, mais da metade dos quais da África ou da diáspora africana. O Níger participará pela primeira vez, enquanto o Panamá terá seu próprio pavilhão independente. A Santa Sé voltará à Bienal de Arquitetura, participando com seu próprio pavilhão na ilha de San Giorgio Maggiore. Da mesma forma, com uma idade média de 43 anos entre os participantes - que cai para 37 nos Projetos Especiais, onde o mais jovem tem 24 anos - a exposição de 2023 tem 46% de seus 89 participantes focados na etapa formativa da arquitetura. Além disso, 70% das exposições serão produzidas por profissionais independentes ou por equipes muito pequenas.
Tomando empréstimos da estrutura e formato de exposições de arte, mas diferindo em aspectos críticos, como afirmou Lesley Lokko, a edição deste ano se concentra na "mudança". "É impossível construir um mundo melhor se não pudermos imaginá-lo", acrescentou a curadora. O Pavilhão Central no Giardini reunirá 16 práticas que representam uma "grande força da produção arquitetônica africana e diaspórica". No complexo do Arsenale, pela primeira vez, os chamados Projetos Especiais são tão numerosos quanto as outras categorias. Em ambos os locais, jovens profissionais africanos e da diáspora mostrarão trabalhos diretamente relacionados aos dois temas desta exposição: decolonização e descarbonização.
Pela primeira vez, o foco será a África e a diáspora africana, aquela complexa cultura fluida e emaranhada de descendência africana que atravessa o globo. O que queremos dizer? Como é que o que dizemos mudará algo? E, talvez o mais importante de tudo, como o que dizemos vai interagir com o que os 'outros' dizem, de modo que a exposição não seja uma única história, mas múltiplas histórias refletindo o incômodo e magnífico caleidoscópio de ideias, contextos, aspirações e significados que cada voz busca atribuir aos problemas de seu tempo? — Lesley Lokko
Numa tentativa de preencher a lacuna entre arquitetos e o público, o programa será apoiado pelo Carnaval, uma série de seis meses de eventos, palestras, painéis de discussão, filmes e apresentações que aprofundarão os temas. Nesta nova forma de prática arquitetônica, "políticos, formuladores de políticas, poetas, cineastas, documentaristas, escritores, ativistas, organizadores comunitários e intelectuais públicos dividirão o palco com arquitetos, acadêmicos e estudantes". Também pela primeira vez, a Bienal de Arquitetura incluirá a Bienal College Architettura, a ser realizada de 25 de junho a 22 de julho de 2023. Quinze renomados tutores internacionais trabalharão com cinquenta estudantes, profissionais em início de carreira e acadêmicos de todo o mundo, selecionados por Lesley Lokko através de um processo de chamada aberta que recebeu 986 inscrições.
Descrevemos os participantes como "profissionais" em vez de "arquitetos" e/ou "urbanistas", "designers", "arquitetos paisagistas", "engenheiros" ou "acadêmicos", porque acreditamos que as condições ricas e complexas tanto da África como de um mundo em rápida hibridização exigem uma compreensão diferente e mais ampla do termo "arquiteto". — Lesley Lokko
Em um esforço para combater a crise climática, a Bienal de Veneza pretende promover "um modelo mais sustentável para o projeto, instalação e operação de todos os seus eventos", e se concentrará em 2023 na conscientização da pegada global de carbono, que também inclui a mobilidade dos visitantes. A pré-estreia da exposição internacional acontecerá nos dias 18 e 19 de maio de 2023, com a cerimônia de premiação e abertura oficial no sábado, 20 de maio. Os eventos paralelos, organizados em vários locais da cidade de Veneza, apoiados pela curadora e promovidos por organizações e instituições sem fins lucrativos nacionais e internacionais, serão anunciados nas próximas semanas.
Convidamos você a acompanhar a cobertura do ArchDaily da Bienal de Arquitetura de Veneza 2023.
