A estética da era espacial: influenciando a arquitetura e os interiores

O surgimento da energia nuclear, avanços dramáticos no desenvolvimento de foguetes e o desejo de ser o primeiro a colocar homens no espaço e na lua deram início a uma era conhecida como a "Era Espacial". Após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, tanto os soviéticos quanto os aliados se encontraram em um estado de antagonismo, pois ambos começaram a lutar para avançar na exploração espacial antes do outro, uma corrida pelo espaço. A era daria lugar a rápidos avanços na tecnologia e grandes realizações, incluindo o pouso na Lua em 1969. A estética da Era Espacial mudou completamente a forma como os designers visualizavam o novo mundo e deixou uma marca dramática na arquitetura e nos interiores. Uma nova visão de futurismo e prosperidade.

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A ascensão da arquitetura Googie nos EUA, de meados dos anos 40 aos anos 70, aconteceu na Califórnia. Popular no design de postos de gasolina, hotéis de beira de estrada e cafés, o estilo é caracterizado pelo uso pesado de vidro, aço, neon, telhados e formas geométricas. Apresenta formas simbólicas do movimento, como reproduções de discos voadores, átomos, etc. Influências como a cultura do carro e a era espacial e atômica ofereceram uma base para essas novas e estranhas formas arquitetônicas.

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A família Robinson em sua casa, a nave espacial Júpiter 2. Imagem via Perdidos no Espaço, 1965-1968 / Irwin Allen

Após os eventos catastróficos da Segunda Guerra Mundial, os subúrbios nos EUA cresceram dramaticamente. Para cativar e capitalizar as pessoas, as empresas precisavam de novos edifícios atraentes. Um edifício Googie simbolizaria que um negócio estava de acordo com os tempos, mostrando-se popular entre os visitantes. Os letreiros de néon, popularizados entre as décadas de 1920 e 1950, foram o modelo ideal para atrair atenção, com um amálgama de cores vivas e formas arquitetônicas exuberantes. A arquitetura Googie era um exemplo dessa visão: era acessível e refletia uma aura de otimismo, otimismo de um futuro de alta tecnologia.

Havia uma sensação de expectativa e entusiasmo. O nascimento da ciência atômica trouxe a promessa de sociedades futuristas movidas a energia nuclear e a corrida espacial fez muitos perceberem que os humanos poderão em breve se aventurar no desconhecido do Espaço. A emoção da aventura foi intensificada por meio de imagens de alta tecnologia na televisão. Programas de TV como Os Jetsons (1962-1963) retratavam essas visões apresentando um ambiente futurista repleto de visualizações da arquitetura Googie. À medida que o entusiasmo crescia, também crescia a imaginação. Perdidos no Espaço, exibido entre 1965 e 1968, mostrou aos espectadores uma família futurista de colonizadores espaciais que se lançaram ao desconhecido do espaço. Um mundo de robôs e naves espaciais, uma visão do futuro breve.

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Edifício Theme (1961) no Aeroporto Internacional de Los Angeles. Imagem © Alberto Gonzales

Um símbolo da arquitetura Googie é o edifício Theme (1961) no Aeroporto Internacional de Los Angeles. Assemelhando-se a um disco voador que pousou sobre quatro pernas, é um exemplo clássico de arquitetura influenciada pela cultura popular da época. Inicialmente projetado por Pereira & Luckman Architects e depois por Paul Revere Williams, o primeiro membro afro-americano do American Institute of Architects (AIA) e Welton Becket, possui um restaurante suspenso no centro de dois arcos de aço revestidos de estuque, com uma camada de blocos de concreto decorativos. Projetado como parte da expansão do pós-guerra, passou recentemente por uma extensa reforma para garantir que continue sendo um ponto de referência e ponto cultural.

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The Union 76 Station (1965). Imagem © Markvanslyke / Flickr

A Union 76 Station (1965), projetada pelo arquiteto Gin Wong em Los Angeles, é outro exemplo clássico do estilo Googie. Assemelhando-se a um tapete voador ancorado ao solo com pilares, apresenta um dossel decorado com azulejos vermelhos e luzes fluorescentes que acompanham sua forma curva. O edifício torna-se amplamente conhecido, tendo a aparência de um tapete voador ou até de uma nave espacial bonita e cativante, e continua sendo um posto de gasolina em funcionamento, além de um ícone indiscutível da arquitetura Googie.

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O primeiro McDonald's do mundo (1953), Califórnia. Imagem © Mary Anne Enriquez

Como o restaurante sobrevivente mais antigo da rede, o McDonalds em Downey, Califórnia (1953) é outro exemplo clássico da arquitetura Googie. Projetado pelo arquiteto Stanley C Meston para chamar a atenção dos transeuntes, a estrutura apresenta dois arcos parabólicos em amarelo, projetados para imitar o M dentro do logotipo do McDonald's. Projetado com a intenção de ser simples e fácil de replicar, este projeto de arco dourado é um dos primeiros e mais bem-sucedidos exemplos de marca arquitetônica.

A estética da Era Espacial no mundo do design de interiores começou a se concretizar, reflexo de sua presença dominante na cultura popular. Formas imaginativas e cores brilhantes capturaram o espírito do período, e os móveis modernos foram comprados por sua natureza elegante e não por sua capacidade de durar. Peças efêmeras e visualmente cativantes que rejeitaram o tradicional; a ascensão do plástico para substituir a madeira como o principal material do momento. Como exemplo, na série de TV de ficção científica Space 1999 (1975-77), a direção de arte procurou usar recursos futuristas, como o popular abajur Sorella, de Harvey Guzzini, em um esforço para parecer tão contemporâneo quanto possível. A partir de interiores brancos com toques de cores vivas, o período popularizou cadeiras de pedestal, móveis brancos e desenhos de cores vivas.

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Base lunasr. Imagem via Space 1999, 1975-1977 / Gerry & Sylvia Anderson

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Sobre este autor
Cita: Leete, Rebecca Ildikó. "A estética da era espacial: influenciando a arquitetura e os interiores" [The Space Age Aesthetic: Influencing Architecture and Interiors] 02 Jun 2022. ArchDaily Brasil. (Trad. Simões, Diogo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/981604/a-estetica-da-era-espacial-influenciando-a-arquitetura-e-os-interiores> ISSN 0719-8906

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