
É indiscutível a capacidade de adaptação dos profissionais da arquitetura no Brasil. Confrontados, nos anos recentes, com crises de diversas espécies que vêm dificultando a realização de trabalhos e, talvez ainda pior, imersos em uma estrutura que sistematicamente desvaloriza a profissão, o profissional e o projeto, é de surpreender a ampla diversidade e alta qualidade da produção atual.
Em 2014, publicamos uma matéria intitulada Jovens talentos da arquitetura brasileira, onde compilamos alguns dos escritórios e profissionais em atuação no país que, na época, mostravam uma produção interessante e coerente com seus contextos específicos. Alguns daqueles jovens profissionais vieram a consolidar, nos anos seguintes, produções de ampla envergadura - pensemos, por exemplo, em Carla Juaçaba, MAPA e Metro Arquitetos, para mencionar apenas alguns.
Cinco anos mais tarde, reunimos em um novo artigo algumas das práticas e escritórios que, na nossa opinião, refletem o atual estado da arquitetura no Brasil - e tudo o que isso implica em termos sociais, políticos, econômicos e estéticos - e apontam na direção de um futuro um pouco mais otimista, aberto e diverso.
Alguns dos grupos reunidos aqui, embora jovens, têm se destacado por uma produção consistente e de notável qualidade, outros têm figurado em premiações nacionais e internacionais. Certos escritórios vêm produzindo obras admiráveis em regiões menos documentadas do país, enquanto outros têm explorado a relação entre arquitetura e campos adjacentes, como arte e design. Finalmente, algumas das práticas a seguir têm trabalhado no sentido de ampliar o acesso à moradia digna, ao passo que outras têm se empenhado em desvelar a natureza política da arquitetura, que traz consigo questões incontornáveis de raça e gênero.
A seguir, 15 jovens escritórios, coletivos e práticas que mostram o que está por vir na arquitetura brasileira:
