As 7 causas mais comuns de congestão viária e as estratégias (exitosas) para enfrentá-la

As horas que anualmente se perdem nos congestionamentos de trânsito (ou semáforos) é cada vez maior em diferentes cidades do mundo, e não só nos Estados Unidos como poderia se imaginar.

De fato, em Estambul os motoristas perdem 110 horas por ano simplesmente por conta do trânsito das vias, e nas nove cidades mais congestionadas dos Estados Unidos, são cerca de 42 horas, segundo o Índice de Tráfego TomTom.

Este problema não surgiu do nada, trata-se de uma consequência do desenho que, durante as últimas décadas, foi privilegiado nas cidades e que foi centrado no automóvel, com mais projetos para aumentar sua infraestrutura penando que, assim, criaria-se uma solução para tal questão.

Apesar disso, há cidades que decidiram de fato enfrentar esse problema, mas com uma solução que responde a outro foco, colocando em primeiro lugar a mobilidade sustentável. Para conhece-la, o centro de soluções de Transporte de Xerox escolheu quais são as sete causas mais comuns do congestionamento viário e como diferentes cidades desenvolveram diversos projetos como resposta a estas (e com resultados positivos).

Causa Nº 1: A capacidade viária está sobrecarregada

Metrô Singapura. Imagem © Flickr Usuário: Lucian Teo. Licença CC BY-NC 2.0

As ruas foram projetadas para receber uma capacidade de automóveis em particular, mas quando ela é excedida, colapsam.

Em Singapura, decidiram que implementariam duas medidas para desincentivar o uso de automóveis. Primeiro, investir em transporte público e, em segundo lugar, aplicar uma tarifação viária.

Sobre a primeira, o que fez-se foi aumentar o número de serviços em diferentes meios (ônibus, metrô e transporte marítimo), enquanto a segunda medida consistiu em estabelecer impostos, não só para ingressar ao centro, mas em várias de suas avenidas principais.

Como resultado, 48% das viagens realizadas na cidade são feitas utilizando transporte público e a propriedade de automóveis caiu para a taxa de 0,18 per capita.

Causa Nº 2: Não existem alternativas reais à direção

Estação de Autolib, Paris. Imagem © Flickr Usuário: Stephen Rees. Licença CC BY-NC-ND 2.0

Nos setores onde não há serviços de transporte público, muitas vezes distantes dos centros urbanos, seus habitantes são mais dependentes do automóvel para viverem suas rotinas. Para evitar que isso se mantenha, certas cidades estão impulsionando outros meios acessíveis com bons resultados.

Neste sentido, a publicação destaca o que foi feito por Paris com seu sistema de bicicletas públicas, Velib, e com seu serviço de automóveis compartilhados (car-sharing), Autolib, que conta com uma frota de 2.000 veículos elétricos que permitiram reduzir o uso de 22.500 automóveis particulares.

Por último, o que foi feito em Portland, nos Estados Unidos, também é digno de destaque. Aqui, no início dos anos 90 começou um forte investimento em infraestrura cicloviárias e agora a cidade é reconhecida como uma das mais amigáveis do mundo com as bicicletas.

Causa Nº 3: Pedágios em dinheiro

EZ-Pass. Imagem © Flickr Usuário: VaDOT. Licença CC BY-NC-ND 2.0

O sistema de pagamento televia, conhecido no Chile como tag, está em funcionamento desde 2012.

Na publicação, este sistema é destacado não só por que permite evitar os tempos tempos de viagem e os acidentes, principalmente choques por alcance, mas também pois permite evitar 20% das emissões poluentes em comparação com os pagamentos em dinheiro.

Causa Nº 4: A conduta dos motoristas

© Flickr Usuário: Dylan Pasmore. Licença CC BY-NC 2

Criar as condições para que os condutores transitem a uma velocidade adequada é possível com a instalação solavancos na estrada.

Segundo se menciona na publicação, estas pequenas intervenções trazem grandes benefícios, entre eles, evitar o risco de acidentes, reduzir as emissões de poluentes e uma regulamentação dinâmica do tráfego.

Este último ítem significa que várias reduções de velocidade localizadas a certa distancia são mais eficientes para o fluxo de veículos que uma freada repentina.

Causa Nº 5: Não se prioriza o transporte público

Curitiba, Brasil. Imagem © Flickr Usuário: mariordo59. Licença CC BY-SA 2.0

Em muitas cidades, os ônibus do transporte público devem circular junto aos veículos particulares, apesar de levarem uma quantidade muito maior de passageiros. Em Curitiba, a situação é diferente desde 1974, quando construiu-se o primeiro corredor de ônibus, motivo pelo qual se destaca, desde então, por priorizar os meios de transporte sustentáveis.

Inclusive, em dezembro de 2015 foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um caso exitoso de redução de contaminação ambiental por "implementar políticas que priorizem o transporte rápido, através de investimentos no transporte público e a construção de redes seguras para ciclistas e pedestres", e por "aplicar exigências mais estritas para reduzir as emissões geradas por veículos movidos a combustíveis fósseis", entre outros motivos.

Na publicação do centro de soluções de transporte de Xerox, também se destaca o empenho da cidade que transporta 2,3 milhões de passageiros diariamente, sendo que a maioria tem uma parada a não mais que 400 metros.

Além disso, estima-se que com sua implementação foram evitadas 27 milhões de viagens em automóveis anualmente.

Causa Nº 6: Os semáforos não estão otimizados

© Flickr Usuário: cgc76. Licença CC BY-NC-ND 2.0

Uma causa do congestionamento é cada pelos semáforos que não estão coordenados para ajustarem-se em tempo real. Em Los Angeles, Estados Unidos, os semáforos possuem este sistema e resultado disso foi a redução dos tempos de viagem em 13%.

Em outras cidades, como São Francisco e Amsterdã, a estratégia também foi implementada, mas orientada aos ciclistas e ao transporte público, respectivamente.

Na primeira, os ciclistas podem manter uma velocidade constante na rota, enquanto na segunda, os transvias reduziram os tempos em um minuto e meio, e os ônibus em três minutos.

Causa Nº 7: Motoristas que procuram locais para estacionar

© Flickr Usuário: karinorling. Licença CC BY 2.0

Esta causa é real e de fato está comprovado que 30% dos automóveis que conformam um congestionamento estão procurando locais de estacionamento.

Novamente em Los Angeles, destaca-se uma medida ainda em fase de testes na qual elimina-se os estacionamentos em superfície, algo que está de fato sendo feito em outras cidades (conheça elas aqui), buscando desincentivar o uso desse meio de transporte.

Esta medida consiste em aplicar uma tarifa dinâmica no custo dos estacionamentos para que entre 10 e 30% destes se mantenham livres durante o dia.

Durante as provas, este programa começou a demonstrar bons resultados, entre eles o alcance mencionado dos 10%, e o fato de que 76% dos condutores que estacionavam nas áreas incluídas na tarifação deixaram de fazer isso.

Você pode baixar a publicação aqui.

Sobre este autor
Cita: Gaete, Constanza Martínez. "As 7 causas mais comuns de congestão viária e as estratégias (exitosas) para enfrentá-la " [Las 7 causas más típicas de congestión vial y las estrategias (exitosas) para enfrentarla] 19 Nov 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Daudén, Julia) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/799252/as-7-causas-mais-comuns-de-congestao-viaria-e-as-estrategias-exitosas-para-enfrenta-la> ISSN 0719-8906

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