A infraestrutura cicloviária tem crescido rápido nas cidades latino-americanas ao longo da última década. Cidades como Bogotá e Santiago mais do que dobraram a extensão de suas redes cicloviárias. Uma boa notícia, pois estudos mostram que cidades que priorizam infraestrutura segura registram reduções significativas no número de mortes e ferimentos de ciclistas e somam benefícios econômicos consideráveis a partir da redução de congestionamentos e de pedidos de licença médica.
Ainda assim, boa parte da infraestrutura cicloviária já existente nas cidades latino-americanas foi construída em vias locais e secundárias. A implementação pode ser mais fácil em ruas menos movimentadas, mas também diminui a eficiência e o impacto geral do uso da bicicleta, além de criar problemas de segurança. Os ciclistas tendem a procurar por atalhos e pelos caminhos mais diretos, possivelmente gerando interações perigosas com os carros quando entram em vias arteriais não planejadas para o transporte não motorizado.
https://www.archdaily.com.br/br/955259/buenos-aires-expande-rede-cicloviaria-para-avenidas-principais-em-resposta-a-covid-19Bruno Rizzon e Bruno Batista
Parque Ibirapuera em São Paulo. Foto: Fernando Stankuns, via Visualhunt / CC BY-NC-SA
Quem poderia prever 2020? Mesmo no início do ano, quando já se sabia da existência de um novo coronavírus, era difícil imaginar que o mundo passaria por tantas mudanças. Os impactos não se limitaram à saúde e espalharam-se pelo comportamento, a economia e muitos outros aspectos da vida no planeta, incluindo o meio ambiente.
Neste momento, não é possível prever como as vacinas contra o vírus podem mudar o destino da humanidade no próximo ano, nem como será a trajetória do Brasil na recuperação da crise causada pela Covid-19. O ano de 2021 começa com essa mistura de incertezas e expectativas – e um forte senso de urgência. Janeiro também marca o início de uma nova década cheia de grandes desafios como a emergência climática, a necessidade de tornar as economias mais limpas, de mudar a nossa relação com as florestas, o uso da terra, os espaços urbanos, reduzir as desigualdades, o racismo e muitos outros.
https://www.archdaily.com.br/br/954895/de-olho-em-2021-clima-cidades-e-florestas-para-acompanhar-no-brasilWRI Brasil
Imagine Lagos, na Nigéria, uma cidade de 22 milhões de pessoas. O que uma vez foi uma pequena cidade costeira, há apenas algumas décadas explodiu em uma megacidade dispersa que se estende por mais de 1.170 quilômetros quadrados. O rápido crescimento pressionou os serviços municipais ao máximo: menos de 10% das pessoas vivem em casas conectadas às redes de esgoto; menos de 20% têm acesso à água encanada. Muitas casas estão em favelas ou assentamentos informais na periferia da cidade.
Agora imagine Lagos duas vezes maior.
https://www.archdaily.com.br/br/911313/cidades-estao-crescendo-na-horizontal-e-nao-na-vertical-3-razoes-por-que-isso-e-um-problemaJillian Du e Anjali Mahendra
Frequentemente as crianças não recebem prioridade ou até são desconsideradas no planejamento urbano. Estima-se que morram até 500 crianças por dia no mundo em acidentes de trânsito. Outras milhares acabam feridas em decorrência das colisões ou desenvolvem traumas psicológicos que podem acompanhá-las por anos. Seja nas ruas ou em espaços públicos, o sentimento de insegurança ou desconforto desencoraja as crianças da atividade física ao ar livre – e isso em um momento em que 80% das crianças entre 11 e 17 anos não são fisicamente ativas e outras 38 milhões com até 5 cinco anos estão acima do peso ou obesas.
https://www.archdaily.com.br/br/949972/como-desenhar-espacos-urbanos-mais-seguros-e-saudaveis-para-criancasNikita Luke, Rohit Tak, Ariadne Samios e Claudia Adriazola-Steil
Um bazar Rythu temporário em Visakhapatnam, na Índia. Ilustração: Rajeev Malagi/WRI
Quando foi a última vez em que você caminhou por um mercado sem estar consciente se pessoas estão caminhando por perto ou a última vez em que você deu um passeio no parque do bairro sem pensar nas condições de higiene ao seu redor?
A pandemia de Covid-19 deixou o mundo em um estado de paralisação. Embora em muitos lugares as pessoas já tenham passado um longo tempo trancadas em casa, ainda estamos nos acostumando a esse novo normal, trabalhando para mudar a maneira como nos relacionamos com as pessoas e com os espaços públicos ao ar livre.
Cidade do México implementou 40 km de ciclovias temporárias na Avenida Insurgientes, uma das mais extensas do mundo. Foto: Manuel Solá Pacheco/SEMOVI
Cidades têm implementado ciclovias temporárias para viabilizar deslocamentos seguros durante a pandemia de COVID-19 e evitar que usuários do transporte coletivo migrem para carros e motos. Aos poucos, a prática ganha corpo na América Latina, inclusive no Brasil. É uma oportunidade de ouro para fortalecer a mobilidade urbana por bicicleta – mas para isso, é preciso que as intervenções emergenciais incorporem boas práticas de segurança viária.
https://www.archdaily.com.br/br/946450/ciclovias-temporarias-a-resposta-de-cinco-cidades-do-brasil-e-america-latina-a-covid-19Andressa Ribeiro e Fernando Corrêa
Pólis é uma (hipotética) metrópole costeira e tem uma população crescente. No entanto, a maior parte de sua infraestrutura foi construída 100 anos atrás e carece de manutenção, sendo incapaz de atender a necessidades futuras da cidade.
Para piorar, Pólis vive os danos causados pelo aumento das inundações e erosão das áreas costeiras. Seus habitantes, em especial os já afetados pela poluição ambiental, sofrem com o calor e a má qualidade do ar resultantes da atividade industrial e do trânsito congestionado.
https://www.archdaily.com.br/br/944159/planejamento-integrado-de-solucoes-baseadas-na-natureza-a-chave-para-a-resiliencia-urbanaLisa Beyer e James Anderson
Cidades como Paris foram reformadas e qualificadas no século 19 com pretexto de enfrentar doenças. Foto: Alexus Goh/Unsplash
Cidades e epidemias têm uma relação intrincada. Ao longo da história, cidades se constituíram como locais propícios à disseminação de doenças. Centros econômicos, sociais e culturais, vocacionadas para conectar ideias e desenvolver soluções, responderam às epidemias com inovação. Mas a melhoria do espaço urbano – com saneamento e fornecimento de água, construção de parques e espaços abertos, melhores condições de transporte – frequentemente veio acompanhada da recriação da cidade precária nas periferias.
https://www.archdaily.com.br/br/939978/planejamento-urbano-e-epidemias-como-doencas-do-passado-transformaram-as-cidadesFernando Corrêa, Luis Antonio Lindau, Henrique Evers e Laura Azeredo
As recentes enchentes em Belo Horizonte e em outras cidades mineiras assustaram a população. Vídeos mostrando a força das águas arrastando carros e derrubando estruturas impressionaram todo o país. O estado de alerta não se resumiu a Minas Gerais. Grande parte do Sudeste enfrentou fortes chuvas, provocando grandes transtornos. No Espírito Santo, por exemplo, mais de 5 mil pessoas tiveram que deixar suas casas, e São Paulo entrou em estado de atenção por alagamentos. Enquanto isso, no Rio, uma situação envolvendo algas nos mananciais provocou o contrário: crise de água causada pela qualidade da água que chegava à torneira das pessoas.
https://www.archdaily.com.br/br/933675/infraestrutura-natural-pode-evitar-desastres-como-as-enchentes-de-minas-gerais-e-sao-pauloWRI Brasil
Não depende só dos ônibus um sistema de transporte coletivo de qualidade: a qualidade também está diretamente associada a elementos adjacentes – como os pontos de ônibus. Em todas as cidades que fazem parte do Grupo de Benchmarking QualiÔnibus, esse foi o elemento apontado pela população como um dos fatores mais problemáticos. Mas o que as cidades podem fazer para melhorá-los?
https://www.archdaily.com.br/br/928810/pontos-de-onibus-boa-impressao-ou-frustracao-no-transporte-coletivoMariana Müller Barcelos, Priscila Pacheco e Manon Masi
Centro de São Paulo. Foto: Mariana Gil/EMBARQ Brasil
Cinco brasileiros morrem em acidentes de trânsito a cada hora. Estatísticas de extrema relevância como essa podem despertar muitas reações positivas, mas nem sempre são o suficiente para mudar a realidade. Porém, saber que na cidade de São Paulo os cruzamentos concentram mais acidentes por quilômetro e que esses aumentaram 5% de 2017 para 2018, já é uma informação capaz de dar insumos aos tomadores de decisão sobre medidas que possam reduzir tais números. Agir nos cruzamentos mais perigosos salvará vidas.
https://www.archdaily.com.br/br/928474/como-o-desenho-das-ruas-de-sao-paulo-influencia-nos-acidentes-de-transitoWRI Brasil
Quantas crianças vemos diariamente brincando nas ruas, se relacionando com elementos dos espaços urbanos, correndo em parques ou praças, andando de bicicleta? Essas cenas podem dizer muito em relação a uma cidade. Não apenas sobre como ela está cuidando das novas gerações, mas qual a qualidade de vida que ela oferece para as famílias, ou seja, para todos.
https://www.archdaily.com.br/br/904319/como-construir-cidades-para-as-criancas-em-14-passosWRI Brasil
Área exclusiva para pedestres em Copenhague. Foto: City Clock Magazine/Flickr
Caminhar é mais do que um movimento mecânico: é apropriar-se cotidianamente do espaço da cidade. Estar no ambiente urbano de forma ativa, percebendo a cidade e os detalhes que dela fazem parte. Essa escolha, no entanto, nem sempre depende apenas da vontade das pessoas; está atrelada também a fatores externos, como as condições físicas e sociais dos indivíduos e a existência ou não de infraestruturas que permitam essa opção.
https://www.archdaily.com.br/br/926247/5-cidades-que-sao-exemplos-de-caminhabilidadeLara Caccia e Priscila Pacheco
O ambiente afeta o comportamento, assim como o comportamento afeta o ambiente. Essa é uma das principais proposições da psicologia ambiental, área que estuda a inter-relação entre o comportamento humano e o ambiente que o circunda, seja ele construído ou natural. Se o ambiente tem o poder de influenciar nossas escolhas e hábitos, então é possível planejá-lo para que incentive escolhas mais sustentáveis. E as ruas completas oferecem uma forma de fazer isso.
Na última semana, milhares de focos de incêndio na Amazônia brasileira atraíram atenção global na imprensa e nas mídias sociais, onde a hashtag #PrayForAmazonia foi mencionada mais de 150 mil vezes em um único dia. Mas o que os dados de satélite podem nos dizer sobre o que realmente está acontecendo nas florestas brasileiras?
https://www.archdaily.com.br/br/923850/o-que-os-mapas-revelam-sobre-as-queimadas-na-amazoniaMikaela Weisse e Sarah Ruiz
O governo de Salvador está aumentando parques e incentivando a população a plantas árvores nativas, um esforço para revitalizar o entorno da Floresta Atlântica. Foto: Manu Dias/SECOM
E se você pudesse enviar uma mensagem de WhatsApp e uma van verde colorida entregasse mudas de árvores nativas diretamente para você? Em Salvador, a prefeitura faz exatamente isso. Pintada com a imagem de uma floresta brasileira biodiversa, esta van verde faz parte do programa "Disque Mata Atlântica". Desde que foi lançado em 2017, o programa já entregou 4.500 árvores para os moradores que desejam plantar em casa.
https://www.archdaily.com.br/br/923578/salvador-e-sao-paulo-investem-em-iniciativas-para-recuperar-a-mata-atlanticaSabin Ray, Will Anderson e Maria Franco Chuaire
Os patinetes elétricos compartilhados estão chegando também às cidades brasileiras, e sete delas já possuem regulamentações específicas. Foto: Portland Bureau of Transportation/Flickr
O uso dos patinetes elétricos compartilhados como meio de transporte tem se mostrado uma das grandes revoluções na mobilidade urbana nos últimos anos. Com operações iniciadas em setembro de 2017, nos Estados Unidos, os patinetes viraram rapidamente um fenômeno e, em menos de dois anos, uma realidade em diversas metrópoles do mundo.
https://www.archdaily.com.br/br/923044/as-regras-para-o-uso-de-patinetes-eletricos-em-sete-cidades-brasileirasGuillermo Petzhold e Francisco Pasqual
De toda a emissão global de carbono, 18% é proveniente de apenas 100 cidades, ainda que metade da população mundial viva em áreas urbanas. Esta é uma das conclusões do estudo intitulado Carbon footprints of 13 000 cities, desenolvido por uma equipe internacional de pesquisadores. A pesquisa comparou a pegada de carbono de 13 mil cidades com base em dados nacionais sobre as emissões, perfis de consumidores urbanos e rurais, população e renda das cidades.