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Mobilidade: O mais recente de arquitetura e notícia

Equipe de estudantes brasileiras vence concurso para transporte público pós-pandemia no Canadá

As Universidades de Concordia e Montreal, ambas no Canadá, organizaram um concurso internacional para estudantes que desafiava os participantes a reimaginar a experiência do transporte público em uma metrópole pós-pandemia. O certame tinha como objetivo estimular o debate sobre novas experiências proporcionadas pelo transporte público visando melhorar a resiliência urbana.

Entre as mais de oitenta propostas recebidas, os organizadores buscaram identificar aquelas que melhor abordavam a temática a partir das novas narrativas associadas ao transporte público no contexto de (pós)pandemia; propostas de desenho que promovam o uso do transporte público; e princípios de design que fomentem novas experiências dos sistemas públicos de transporte. 

A mobilidade para a diversidade

Planejar mobilidade urbana vai além de projetos pontuais, de ciclovias ou reestruturação de vias, (que são extremamente importantes, mas não suficientes). Uma cidade com um bom padrão de mobilidade deve viabilizar que a população realize os deslocamentos necessários para desenvolver suas atividades de forma eficiente, segura e agradável. Mas o planejamento de mobilidade precisa atender às necessidades de toda a diversidade de usuários da cidade.

Ampliar os deslocamentos a pé e por bicicleta é altamente desejável por vários motivos, por questões de saúde (uma população que pratica exercício é mais saudável); por questões econômicas individuais (são mais baratos); mas principalmente por questões ambientais e pela eficiência sob o ponto de vista de uso do espaço. Modos ativos de deslocamento contribuem para a qualidade do espaço urbano (uma região com pedestres e ciclistas é mais viva, mais agradável).

Dia Mundial sem Carro: como seria uma cidade que não prioriza o automóvel?

Os carros ainda são um dos principais meios de locomoção e seguem como um dos vilões da crise climática, pois a grande maioria deles consome combustíveis fósseis e geram poluentes, principalmente o gás carbônico - que intensifica o efeito estufa e, por consequência, o aquecimento global. Sendo assim, no dia 22 de setembro se celebra internacionalmente o Dia Mundial sem Carro, como incentivo para que as pessoas passem um dia sem utilizar seu automóvel e possam refletir sobre o uso excessivo dele. Para trazer novas ideias a esta reflexão, apresentamos hoje o trabalho do arquiteto letão Oto Ozols, que imagina as cidades projetadas para as pessoas e não para os automóveis, através de vídeos que demonstram como o espaço público pode ser aprimorado a partir desta perspectiva.

Paris reduz velocidade de carros para 30 km/h

Desde o dia 30 de agosto deste ano, passou a vigorar em Paris, capital da França, um novo limite de velocidade para automóveis de 30 quilômetros por hora. Tornar as ruas mais seguras, silenciosas e menos poluídas são alguns dos objetivos da medida. Pode parecer lento demais para muitos, mas a iniciativa vem sendo pavimentada pouco a pouco. O limite de 30 km/h já se aplicava a cerca de 60% da área de Paris e agora se estende cobrindo quase toda a cidade. Além disso, há alguns anos, Paris vem implementando ações para restringir o uso do carro em algumas vias. Ao mesmo tempo tem aumentado as zonas restritas a pedestres.

A Cidade de 15 Minutos é um beco sem saída

As intenções da Cidade de 15 Minutos são louváveis. Há muito tempo acredito que caminhar é o melhor de todos os modos de transporte. Também creio que as cidades devem ser livres das regulamentações comerciais que dificultam o surgimento de pequenas lojas e cafés aconchegantes em bairros residenciais. Um bairro de uso misto vivo e dinâmico pode ser um dos melhores presentes do empreendedorismo urbano.

Nos Estados Unidos, regulamos o empreendedorismo dos pobres muito mais do que o dos ricos. Os ricos inovam no ciberespaço, uma zona, em grande parte, livre de regulamentação. Do outro lado, os pobres inovam na prática, em coisas reais, sob as regras do governo local, que microgerenciam o físico.

Nossas cidades não são projetadas para pessoas com deficiência

Embora as leis que abordam as deficiências tenham sido postas em prática décadas atrás, os arquitetos ainda lutam com os requisitos e aperfeiçoamentos necessários. Um artigo recente do CityLab explorou como o aumento da velocidade e da eficiência nas cidades negligenciou a acessibilidade em bairros adensados. E, embora a "cidade de 15 minutos", cuja ideia central é que a população possa acessar serviços essenciais em um raio de 15 minutos de caminhada, possa parecer o futuro dos ambientes construídos, ela não atende à pessoas com deficiência ou seus movimentos.

Nossas cidades não são projetadas para pessoas com deficiência - Image 1 of 4Nossas cidades não são projetadas para pessoas com deficiência - Image 2 of 4Nossas cidades não são projetadas para pessoas com deficiência - Image 3 of 4Nossas cidades não são projetadas para pessoas com deficiência - Imagem de DestaqueNossas cidades não são projetadas para pessoas com deficiência - Mais Imagens

Fortaleza, Caruaru e Conde vencem o primeiro Prêmio Cidade Caminhável

Planejar e implementar projetos para priorizar os deslocamentos ativos deve ser prioridade nas cidades brasileiras, desde 2012, de acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana. O deslocamento a pé é o transporte mais expressivo na vida urbana, representando 39% dos deslocamentos diários nas cidades brasileiras; além disso, cidades mais caminháveis são mais sustentáveis, resilientes, saudáveis, sociáveis e democráticas.

Nesse sentido, o Prêmio Cidade Caminhável, realizado pelo SampaPé! com apoio do ITDP Brasil e Walk 21, buscou conhecer e reconhecer os projetos e iniciativas que o poder público realizou nos últimos anos no caminho da priorização do caminhar. Sua primeira edição teve 28 projetos válidos inscritos, de 16 cidades diferentes, de 10 estados e do DF, tendo inscritos de todas as regiões do país, menos do norte. Todos os projetos, estão em um mapa de iniciativas públicas para caminhabilidade disponíveis no site do Prêmio, para que inspirem mais projetos.

Mobilidade urbana e primeira infância: a transformação das cidades

Cidades boas para as crianças são cidades boas para todos. São cidades mais humanas, que constroem comunidades mais sustentáveis e fortes. Por isso, mobilidade urbana e primeira infância têm tudo a ver. São intrínsecas, inerentes uma à outra. As crianças e seus cuidadores - sejam pais, avós, tios, primos ou babás - vivem mais a cidade do que muitos adultos em sua rotina diária casa-trabalho. E precisam dela para crescer bem, física e socialmente. As cidades devem ser provocadoras desse desenvolvimento integral e necessário. Sem a participação ativa na vivência dos espaços urbanos ele não acontece como deveria. E produzimos o emparedamento da infância, algo que não faz bem nem às pessoas nem às cidades.

Foster + Partners projeta Pavilhão na Mobilidade na Expo 2020 Dubai

Projetado pelos arquitetos do Foster + Partners, o Alif-The Mobility Pavilion exposto na Expo 2020 Dubai discute as fronteiras entre o mundo físico e digital e convida os visitantes a conhecer os ícones históricos da mobilidade, cujas inovações ajudaram a trilhar o caminho até os dias de hoje. O pavilhão possui o maior elevador de passageiros do mundo, capaz de transportar mais de 160 pessoas ao mesmo tempo, e uma pista semi-subterrânea de 330 metros de extensão que permite aos visitantes verem dispositivos de mobilidade de última geração em ação.

Foster + Partners projeta Pavilhão na Mobilidade na Expo 2020 Dubai - Image 2 of 4Foster + Partners projeta Pavilhão na Mobilidade na Expo 2020 Dubai - Image 1 of 4Foster + Partners projeta Pavilhão na Mobilidade na Expo 2020 Dubai - Imagem de DestaqueFoster + Partners projeta Pavilhão na Mobilidade na Expo 2020 Dubai - Image 3 of 4Foster + Partners projeta Pavilhão na Mobilidade na Expo 2020 Dubai - Mais Imagens

Como Londres usa taxas pelo uso das vias para combater a poluição do ar e a desigualdade

Há meio século, uma névoa letal de fumaça e neblina, também conhecida como o Grande Nevoeiro de 1952, cobriu Londres e matou pelo menos 12 mil pessoas. Mais recentemente, em 2013, Ella Adoo-Kissi-Debrah morreu em decorrência da poluição do ar. “[Ella] foi a primeira pessoa no mundo a ter a poluição do ar apontada como a causa de sua morte”, diz Anjali Raman-Middleton, de 17 anos, cofundadora da organização Choked Up e amiga de Ella. Mas o ar tóxico de Londres, um problema de longa data associado a 9 mil mortes prematuras por ano, é mais do que uma questão ambiental e de saúde pública.

População negra seria a maior beneficiada com o BRT TransBrasil no Rio de Janeiro

Em construção desde 2014 e com previsão de finalização para 2022, o BRT TransBrasil tem potencial para se tornar um dos corredores de BRT de maior capacidade do mundo. O corredor pode redefinir o uso e a ocupação da Avenida Brasil, uma das principais vias do Rio de Janeiro e que, no último ano, liderou o ranking de colisões com vítimas. A avenida corta e divide uma série de bairros predominantemente de baixa renda, segregando e dificultando o acesso entre ambos os lados da via. A finalização das obras do corredor TransBrasil é uma oportunidade para reestruturação urbana desses bairros e aprimoramento dos espaços para os moradores, trabalhadores e visitantes da região.

Cidade mineira adota tarifa zero no transporte público

A 60 km de Belo Horizonte, Caeté é a mais nova cidade brasileira a adotar a gratuidade no transporte público. O modelo começou a valer a partir do dia 1 de julho e será testado por seis meses – podendo ser implementado de forma definitiva. O projeto aprovado pela Câmara garante que os moradores possam usar as seis linhas de ônibus, que atendem o município, gratuitamente. Antes, a passagem era de R$ 4.

O custeio veio em forma de subsídio de R$ 90 mil por mês à empresa Transcol Caeté, concessionária de transporte que opera na cidade e cogitou encerrar a prestação de serviço após relatar dificuldades financeiras. 

Parem de construir viadutos para resolver problemas de mobilidade

Treze anos atrás, o então prefeito de Maceió, Cicero Almeida, inaugurou duas grandes obras na cidade, os viadutos Washington Luiz e João Lyra. A expectativa, na época, era de que ambos trouxessem uma possível solução para os problemas de mobilidade urbana na capital a partir de uma maior fluidez do tráfego na região. Porém, com o passar do tempo, o que se pôde observar foi um aumento da frota de veículos na cidade que trouxe de volta o fantasma dos congestionamentos nos horários de pico, e as obras que prometiam solucionar a mobilidade da cidade já não eram mais suficientes.

Áreas de baixa velocidade salvam vidas. Como projetar uma que seja efetiva?

Uma vez que a pandemia de Covid-19 alterou as paisagens urbanas e aproximou muitas pessoas da mobilidade ativa, há uma urgência maior de tornar as ruas mais seguras para pedestres e ciclistas. Muitas cidades têm agora a tarefa de proteger os usuários mais vulneráveis, além de criar espaços públicos seguros que permitam a recuperação econômica e que as pessoas aproveitem a cidade ao ar livre. Ao mesmo tempo, existem motivos de longo prazo para apoiar essa transição.

“Caminhar e pedalar estão entre as maneiras mais sustentáveis de se deslocar nas cidades – mas não se forem opções extremamente perigosas”, afirma Claudia Adriazola-Steil, diretora interina de Mobilidade Urbana e diretora de Saúde & Segurança Viária do WRI Ross Center for Sustainable Cities.

Transporte em cápsula idealizado por Elon Musk pode chegar ao Brasil

Um transporte em formato de cápsula que se movimenta por propulsão magnética, locomove pessoas e mercadorias a até 1.200 km/h e utiliza energia renovável. Essa ideia futurista pode se tornar realidade no Brasil graças à empresa Hyperloop Transportation Technologies, que desenvolve e licencia o hyperloop – tecnologia de mobilidade urbana criada pelo empresário Elon Musk, da Tesla.

Parecido com um avião sem asas e turbinas, o hyperloop tem capacidade para até 50 passageiros e funciona em um ambiente de baixa pressão, o que permite que ele opere em alta velocidade com quase zero atrito.

Transporte em cápsula idealizado por Elon Musk pode chegar ao Brasil - Image 1 of 4Transporte em cápsula idealizado por Elon Musk pode chegar ao Brasil - Image 2 of 4Transporte em cápsula idealizado por Elon Musk pode chegar ao Brasil - Image 3 of 4Transporte em cápsula idealizado por Elon Musk pode chegar ao Brasil - Image 4 of 4Transporte em cápsula idealizado por Elon Musk pode chegar ao Brasil - Mais Imagens+ 1

França oferece dinheiro a quem trocar carros por bicicletas elétricas

A França está investindo em ações que ajudam a combater as mudanças climáticas, entre elas a escolha por meios de transporte mais sustentáveis. Donos de carros antigos poderão receber do governo um subsídio de até 2,5 mil euros para trocar o veículo por bicicletas elétricas.  

“Pela primeira vez, reconhece-se que a solução não é tornar os carros mais verdes, mas simplesmente reduzir seu número”, comemora Olivier Schneider, da Federação Francesa de Usuários de Bicicletas.

Ciclovia de plástico reciclado é inaugurada no México

Uma ciclovia modular e pré-fabricada foi recentemente inaugurada no Parque Florestal de Chapultepec, na Cidade do México. O modelo é feito com resíduos plásticos pós-consumo, cujo design inteligente oferece ainda drenagem e armazenamento de água pluvial.

Os plásticos reaproveitados na construção da ciclovia seriam descartados ou incinerados. Outra vantagem é que se o material se desgasta, pode ser reciclado novamente criando uma vida útil cíclica.

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Evaporação do tráfego: o que acontece quando o espaço viário é redistribuído

A construção de ruas ao longo do século XX foi baseada principalmente na premissa de que mais infraestrutura facilita o trânsito. Evidências mostram, porém, que, em vez de reduzir o congestionamento, construir mais ruas na verdade aumenta o tráfego. Quando se reduz o tempo dos deslocamentos feitos de carro, aumenta a conveniência – com isso, em paralelo ao apelo exercido pelo veículo particular como indicador de riqueza e posição social, as pessoas tendem a fazer mais viagens de carro. Um estudo recente de pesquisadores da Universidade de Barcelona analisou dados de 545 cidades europeias entre 1985 e 2005 e confirmou que os esforços empreendidos ao longo dessas duas décadas para ampliar a capacidade das ruas levaram ao aumento do tráfego de veículos, e não à redução, e os congestionamentos não foram amenizados.