Rino Levi entendia que o projeto de hospitais deveria prescindir de modelos preestabelecidos e que as formas deveriam resultar da organização adequada de três diretrizes: programa funcional, circulações e flexibilidade física. Esses ensinamentos foram transmitidos durante o curso Planejamento de Hospitais, realizado em abril de 1953 pelo IAB-SP e organizado por Levi, Jarbas Karman e Amador Cintra do Prado.
https://www.archdaily.com.br/br/943652/iph-e-iabsp-disponibilizam-para-download-o-livro-planejamento-de-hospitais-com-ensinamentos-de-rino-leviErick Vicente e Renata Baralle
Quando se é internado no hospital, entra-se numa experiência de angústia e incertezas. No momento em que sobreviver é o único objetivo, atributos estéticos parecem irrelevantes e a análise da ambiência do espaço hospitalar pode parecer um capricho inoportuno.
Entretanto, estar numa Unidade de Terapia Intensiva pode ser ainda mais aflitivo se o paciente não tem uma janela que indique se é dia ou noite. Ou quando, no momento da triagem do primeiro diagnóstico, a pessoa passa por corredores estreitos e uma sequência de saletas fechadas para os primeiros contatos com plantonistas e enfermeiros: um verdadeiro labirinto.
A pandemia do COVID-19 caracteriza-se pela abrangência territorial de seu contágio. Não se trata de uma epidemia restrita a um local específico. O contágio ocorre por meio de uma rápida proliferação que se aproveita do mundo urbanizado em que vivemos. O vírus espalha-se pelas aglomerações nos espaços públicos e nos equipamentos privados de serviços, pelos terminais e estações de transporte, pelos assentamentos precários sem saneamento e, em última instância, pelo intenso fluxo nacional e internacional de pessoas e mercadorias que ocorre na rede de cidades que caracteriza o mundo urbano. A rede de aeroportos foi a grande entrada do vírus pelo mundo. Mas, a rede de trabalhadores informais que percorre as ruas da cidade entregando mercadorias em meio à pandemia e que não deixa o comércio parar parece ser uma das faces mais frágeis desse risco. Mas, se a vida urbana facilitou o contágio, alguns padrões de urbanização também podem ajudar a combatê-lo.
Embora o risco de transmissão do COVID-19 esteja aumentando em todo o mundo, a situação estável em Wuhan - cidade chinesa onde se originou a epidemia - permitiu que as autoridades interrompessem as operações nos hospitais temporários recém-construídos para combater o surto de Coronavírus.
As autoridades da cidade de Wuhan decidiram construir um hospital com mil leitos em apenas seis dias para combater o recente surto de coronavírus. O projeto se baseia no Hospital Xiaotangshan em Pequim, construído em apenas uma semana em 2003. Com os hospitais de Wuhan sobrecarregados, pacientes infectados com o vírus começaram a ser recusados.
A planta arquitetônica é uma interessante forma de representação e aproximação ao programa funcional dos hospitais e centros de saúde, onde a complexidade do sistema implica a necessidade de estudos específicos de distribuição e organização espacial para uma correta atenção sanitária.
Entre nossos projetos publicados encontramos numerosos exemplos que trazem diferentes respostas e tipos evidenciando desde as plantas mais abertas, que são orientadas a partir dos benefícios da luz solar, até as mais compactas, que priorizam as particulares circulações internas e os acessos.
A seguir, selecionamos uma série de 50 exemplos que podem nos ajudar a compreender como diferentes arquitetos enfrentaram esse desafio.
O escritório e think tank CAZA (Carlos Arnaiz Architects) anunciou seus planos para o Ospital Pacifica de Juan e Juana Angara, um protótipo de hospital híbrido e centro de trauma localizado em Baler, Filipinas. Como o primeiro hospital geral combinado e Centro de Traumas no país, o projeto irá melhorar drasticamente o apoio médico nesta área remota.
Com uma capacidade diária de 75 pessoas, o espaço de 120 metros quadrados contará com uma variedade de serviços médicos, incluindo maternidades, imagens, salas de operação, uma capela e um café.
"O Hospital também oferecerá aos pacientes uma presença terapêutica da natureza, já que a paisagem exuberante exterior de Baler permeia a instalação através de uma série de copas ondulantes que criam uma figura arquitetônica em um campo verde aberto" - descreveu os arquitetos em um comunicado de imprensa.
Há dois anos, o Hospital Great Ormond Street em Londres possuía um grande quintal em seu fundo. Então, como parte da reforma, um segundo edifício foi construído a poucos metros da primeira propriedade, resultando em um espaço sem uso entre as edificações. Para aproveitar esta nova área, a empresa Studio Weave criou uma instalação artística e musical que foi posicionada neste pequeno pátio, que pode ser desfrutada pelos pacientes em seus quartos.
“Lullaby Factory” é uma rede de caldeiras, chaminés, megafones e grandes tubulações que juntos criam uma paisagem metálica para todos aqueles que passam pelo primeiro hospital infantil da Inglaterra. Para adequar-se a seus jovens pacientes, as estruturas converteram-se em instrumentos musicais e reproduzem canções de ninar.