O planejamento urbanístico da cidade deve andar junto com a natureza. Foto: Daniel Costa, via Unsplash
A capacidade das árvores de climatizar naturalmente as cidades é um dos benefícios de promover os plantios em áreas urbanas. No Distrito Federal, a questão da arborização tem sido objeto de estudo para promover o uso sustentável dos recursos naturais como políticas públicas. Estudante de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Júlia Almeida mensurou as influências da microclimática da vegetação na escala residencial de Brasília, comprovando o poder da vegetação na qualidade de vida.
Ao contrário do que muitos acreditam, as ilhas artificiais têm uma longa história em muitas regiões do mundo, como as ilhas recuperadas no Antigo Egito, as centenas de crannogs de palafitas encontradas em lagos e cursos de água escoceses e irlandeses e as ilhas cerimoniais construídas durante o Império Asteca. Por definição, uma ilha artificial é uma ilha que foi construída por seres humanos, em vez de ser formada por processos naturais. Ilhas artificiais podem ser construídas por muitas razões diferentes, e essas razões estão aumentando à medida que o mundo enfrenta o iminente problema da escassez de espaço.
No passado, essas ilhas tinham fins cerimoniais ou agrícolas, e às vezes eram usadas como espaço urbano. Mais recentemente, as ilhas foram construídas para mitigar a superlotação, recuperar terras, proporcionar expansões urbanas e atender às necessidades de infraestrutura da indústria. Ilhas artificiais também possuem certas vantagens estratégicas e benefícios econômicos, e podem trazer benefícios geopolíticos. No entanto, esses tipos de projetos têm um custo significativo para nosso ecossistema, causando danos graves e extensos ao meio ambiente.
Arquitetos, urbanistas e pesquisadores de todo o mundo estão trabalhando em soluções para combater a crescente ameaça da crise climáticas, em especial no que diz respeito ao aumento do nível do mar e frequência de inundações. Entre eles, o MVRDV, como parte do North Creek Collective, lançou uma série de propostas para a cidade de Vancouver, mapeando possíveis adaptações de edifícios, paisagens e infraestruturas à beira-mar. Em uma iniciativa semelhante, um grupo de pesquisadores liderado por Adrian Lahoud desenvolveu a Second Sea Calculator, uma ferramenta digital que estima os danos financeiros causados à cidades costeiras, ao passo que a Human Climate Horizons desenvolveu uma plataforma para visualizar como diferentes níveis de aquecimento global afetarão a vida das pessoas.
O Burning Man, o festival anual que ocorre no DesertoBlack Rock em Nevada, foi aberto em 27 de agosto com milhares de participantes reunindo-se para criar a Cidade Black Rock, uma "metrópole temporária" com várias instalações, obras de arte e pavilhões que celebram a "comunidade, arte, autoexpressão e autossuficiência". No entanto, este ano, a experiência do festival tem sido diferente, já que fortes chuvas no deserto inundaram o local do evento, criando um lamaçal. As estradas de acesso e saída do festival foram fechadas, pois veículos grandes correm o risco de ficar presos na lama. Enquanto algumas pessoas deixaram o local a pé, a maioria dos 70.000 participantes permanece isolada no local, conforme relatado pela CNN.
No início da década de 1980, enquanto trabalhava com o povo Ka'apor, na região leste da Amazônia, o botânico norte-americano William Balée, naquela época um jovem pesquisador, deparou-se pela primeira vez com o que os Ka'apor chamam de taper, isto é, um tipo específico de formação florestal que reconhecem como sendo “plantada” por seus ancestrais:
Courtesy of Green&Blue | Vincent Ledvina on Unsplash
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023, mais frequentemente referida como COP28, é um encontro de mais de 160 países que concordam em combater os impactos prejudiciais das atividades humanas no clima. A Cúpula Internacional sobre o Clima acontece anualmente, reunindo chefes de estado, delegados e representantes de vários países para negociar ações e acordos relacionados à mitigação da crise climática. No ano passado, a COP 27 foi realizada de 6 a 18 de novembro de 2022, em Sharm El Sheikh, Egito. Com a próxima COP 28 nos Emirados Árabes Unidos prestes a acontecer, vale a pena examinar o impacto da conferência e o que esperar.
Junho de 2023 foi o mês mais quente já registrado no planeta. No Irã, o índice de calor atingiu 66,7 graus Celsius, perto dos limites da sobrevivência humana. Este não é o novo normal – à medida que as mudanças climáticas avançam, o mundo ficará ainda mais quente.
O aumento está sendo relacionado por cientistas às mudanças climáticas provocadas pelo homem e ao fenômeno El Niño o aquecimento natural das águas do Oceano Pacífico, que também vem sendo agravado pelo aquecimento global.
O que é a cidade? E o contrário de mata. O contrário de natureza. A cidade é um território artificializado, humanizado. A cidade é um território arquitetado exclusivamente para os humanos. Os humanos excluíram todas as possibilidades de outras vidas na cidade. Qualquer outra vida que tenta existir na cidade é destruída. Se existe, é graças à força do orgânico, não porque os humanos queiram.
Fui criado numa casa de chão batido, onde andava descalço. As galinhas e os outros animais conviviam conosco dentro de casa. Quando uma galinha estercava na casa de chão batido, a parte úmida do esterco, das fezes da galinha, era absorvida pela terra. Tirávamos a parte sólida e jogávamos no quintal para servir de adubo. Para o povo da cidade, isso é um horror. Pisar as fezes da galinha? Impossível! Tem que ter uma cerâmica bem lisinha para poder enxergar qualquer outra vida, qualquer outro vivente que estiver ali, para poder desinfetar e matar qualquer microrganismo. Matar até o que não se vê. Para andar descalço, é preciso desinfetar o chão: a cerâmica foi criada porque os humanos não podem pisar a terra. Os calçados foram criados porque os humanos não podem pisar a terra. Porque a terra é o anseio original.
https://www.archdaily.com.br/br/1004170/cidades-e-cosmofobiaAntônio Bispo dos Santos
A Sun Tower, da OPEN Architecture, projetada como um marco para a cidade costeira chinesa de Yantai, atingiu sua altura máxima — 50 metros — no mês passado, no dia do solstício de verão. A inauguração está prevista para 2024. Projetada para ser um espaço cultural, o edifício se propõe a redefinir o entendimento comum de "projetar com a natureza".
Até hoje, mais de 90 países estabeleceram metas para emissões líquidas zero, comprometendo-se a contribuir para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Mas permanecem dúvidas quanto à credibilidade de muitos desses compromissos e se essas metas serão de fato cumpridas.
Juntos, os países que estabeleceram metas de zerar emissões líquidas – um grupo de inclui China, Estados Unidos e Índia – são responsáveis por quase 80% das emissões globais de gases do efeito estufa. Além deles, milhares de outras regiões, cidades e empresas também estabeleceram suas metas. Nunca antes tivemos tanta ambição e um momento tão propício para reduções tão profundas nas emissões.
https://www.archdaily.com.br/br/1004494/cinco-paises-que-estao-no-caminho-para-chegar-a-emissoes-liquidas-zeroClea Schumer, Cynthia Elliott e Rebecca Gasper
O parlamento da Indonésia aprovou um projeto de lei para transferir a capital, Jacarta para uma cidade completamente nova a ser construída na ilha de Bornéu, a 1.300 quilômetros da capital atual. A decisão, anunciada pela primeira vez em 2019, surge como uma reação aos inúmeros desafios enfrentados por Jacarta, incluindo poluição, congestionamento de tráfego e, talvez o mais ameaçador, o aumento do nível do mar. Como consequência da extração excessiva de água subterrânea, urbanização rápida e aumento do nível do mar, 40% da cidade está atualmente abaixo do nível da água. O presidente Joko Widodo propôs uma alternativa: realocar o centro administrativo do país para uma nova metrópole, chamada de Nunsantara, que significa "arquipélago" em javanês antigo.
Designado pela Organização das Nações Unidas (ONU), 17 de junho foi definido como Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, uma data que serve para sensibilizar as pessoas em relação a esses fenômenos, bem como promover ações de enfrentamento. Em linhas gerais, a desertificação refere-se ao processo de degradação da terra em regiões mais áridas, causado principalmente por atividades humanas e variações climáticas. Esse fenômeno leva à perda de cobertura vegetal, erosão do solo e redução da produtividade agrícola, entre outras consequências negativas. A seca, por outro lado, é um período prolongado de chuvas anormalmente baixas, resultando em escassez de água, que pode ter impactos severos nos ecossistemas, na agricultura e na subsistência humana.
Bairro Jardim Paulistano. Foto de Alexandre Giesbrechtm, via Flickr. Licença CC BY-SA 2.0
Diante da crise climática, ruas arborizadas, que já eram algo desejável, tornaram-se um atributo imprescindível para a qualidade de vida em São Paulo. O adensamento populacional no centro expandido, rico em infraestrutura, por sua vez, parece ser o caminho mais eficiente para o crescimento da capital. Será, contudo, que os dois objetivos são conflitantes, que adensamento populacional está correlacionado a mais concreto e menos árvores?
Uma chamada internacional de trabalhos foi divulgada em 2022 e 296 das mais de 750 inscrições de 77 países foram convidadas a participar do Congresso Mundial de Arquitetos da UIA 2023 em Copenhague. O ArchDaily está colaborando com a UIA para compartilhar artigos relacionados aos seis temas como preparação para a abertura do Congresso.
Neste terceiro artigo, nos reunimos com os co-presidentes do painel arquitetura para Comunidades Resilientes,Anna Rubbo, Pesquisadora Sênior, Centro de Desenvolvimento Urbano Sustentável (CSUD), The Climate School, Columbia University, e Juan Du, Professor e Reitor da John H. Daniels Faculty of Architecture, Landscape and Design Universidade de Toronto.
À medida que os desafios impostos pelas mudanças climáticas aumentam em número e intensidade, aumenta também a necessidade de encontrar práticas de construção sustentáveis que se conectem aos ecossistemas e meios de subsistência, em vez de prejudicá-los. Embora muitas vezes negligenciada na busca por inovação, a arquitetura vernacular pode oferecer respostas para questões contemporâneas. Essa linha da arquitetura não apenas depende de materiais disponíveis localmente, mas também do conhecimento indígena das condições locais, como orientação solar, padrões de vento, necessidades de ventilação e comportamento dos materiais ao longo do tempo. A Dra. Sandra Piesik, diretora e arquiteta da 3 ideas e fundadora da HABITAT Coalition, explora esse potencial em seu novo livro,Habitat: Vernacular Architecture for a Changing Climate [Habitat: Arquitetura Vernacular para um Clima em Mudança].
Resposta ao Estudo de Gerenciamento de Risco de Tempestades Costeiras do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA / Curtis + Rogers Design Studio. Cortesia da imagem de Miami Downtown Development Authority
No Dia da Terra, a Vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, destacou os muitos benefícios das soluções baseadas na natureza e reconheceu o importante papel dos arquitetos paisagistas neste trabalho. Na Universidade de Miami, ela também anunciou US$ 562 milhões em financiamento para projetos de resiliência costeira, apoiando 149 projetos em 30 Estados, por meio da Iniciativa de Prontidão Climática das Costas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). As observações da Vice-Presidente Harris se baseiam no apoio da administração Biden-Harris ao planejamento e ao design com sistemas ecológicos de maneira equitativa.
Deslizamento de terra no Morro da Oficina, em Petrópolis, em fevereiro de 2022. Foto: Fernando Frazão | Agência Brasil
Eventos relacionados ao clima podem levar de 800 mil a 3 milhões de brasileiros à pobreza extrema a partir de 2030. Os dados são do Relatório sobre Clima e Desenvolvimento para o Brasil (CCDR), divulgado no início de maio pelo Banco Mundial. Segundo o estudo – que avalia políticas e opções para que o país cumpra seus objetivos climáticos e de desenvolvimento –, secas, enchentes e inundações nas cidades causam perdas de R$ 13 bilhões (0,1% do PIB de 2022) ao ano.