Helena Tourinho

NAVEGUE POR TODOS OS PROJETOS DESTE AUTOR

A história da maior ilha de plástico flutuante do mundo (e o que fazer com ela)

A urgência das pautas ambientais e do aumento da temperatura do planeta não são novidade. São muitos os fatores que contribuem para o desgaste ambiental corrente, mas existem dois que podem ser tomados como representantes de pontos críticos do sistema de funcionamento do mundo atual: o plástico e o descarte de resíduos — mais conhecidos como lixo.

Não se deve tomar esses dois exemplos como os maiores e nem os únicos fatores problemáticos da crise ambiental, eles serão usados aqui como exemplos para mobilizar questões que envolvem agentes múltiplos, materiais e métodos diversos e que se desdobram em consequências por ora devastadoras, e cada vez mais próximas de irreversíveis.

O chamado do Chthuluceno para a arquitetura

Questões climáticas têm sido pauta principal nas discussões sobre o futuro das cidades, mas certamente não são novas. O alerta para a irreversibilidade das ações humanas sobre o planeta percorre o discurso científico desde a década de 1980, pelo menos. Frente às urgências ambientais cada vez mais frequentes, Donna Haraway, no livro Staying with the trouble: Making kin in the Chthulucene, sugere uma mudança de atitude da parte humana do planeta para assegurar não apenas uma recuperação ambiental (ainda que parcial), mas a própria sobrevivência da espécie.

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Desabitado e promissor: conhecendo a obra do Vazio S/A

Os espaços desocupados dentro da cidade normalmente são encarados como situações entre o problema e o potencial. Cabe em parte à arquitetura e ao urbanismo mobilizar esses espaços de maneira qualificada no contexto citadino. Com essas questões em mente, o escritório Vazio S/A propõe a ativação de espaços tidos como residuais na paisagem urbana ou em contextos particulares, apoiando-se na potência que espaços vagos oferecem.

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Aprendendo com Manaus: conhecendo a obra de Laurent Troost Architectures

Fazer arquitetura envolve mobilizar aspectos diversos em relação ao meio onde se insere o edifício: contexto sócio-cultural, político, econômico; estética, legislação, funcionalidade, e, dentro desta última, eficiência de uso, ocupação e conforto. As obras de Laurent Troost têm mostrado a articulação entre esses diversos fatores, com particular atenção ao último: o conforto, especialmente o térmico. Em geral, seus projetos priorizam a ventilação natural em detrimento do uso de climatização artificial, quase que obrigatória nas construções dentro do modelo de cidade atual.

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Sem revestimento: 11 apartamentos com estrutura aparente

Desde que existe arquitetura, existe a residência. A moradia é um dos programas primordiais da profissão, e pode ser explorado de muitas maneiras. Desde um programa subordinado a outros, por exemplo, um claustro religioso, até o esplendor da casa unifamiliar. Luis Fernández-Galiano se diz dividido entre o “desperdício” de área com baixa densidade dessa tipologia e seus encantos formais tão sedutores. De maneira esclarecida, lembra do contexto urbano vigente e atesta que habitações coletivas e de densidade alta – apartamentos – fazem mais sentido na cidade.

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O espaço do interstício: conhecendo a obra do Vão

O campo da arquitetura, em teoria, se separa da arte. Ou se discute uma espécie de hierarquia entre os dois. Por sorte, o escritório Vão é um exemplo de que a separação não precisa existir, e que a hierarquia é infrutífera para qualquer um dos lados. Fundado em 2013 por Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo Delonero em São Paulo, o escritório desenvolve projetos arquitetônicos alimentados pelo pensamento artístico, e trabalhos artísticos em escala arquitetônica.

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Uma breve história das cidades-satélites de Brasília

A construção de Brasília é um feito relevante em termos históricos e arquitetônicos. Para o movimento moderno brasileiro, consagrou definitivamente os nomes de Lucio Costa e Oscar Niemeyer como seus maiores representantes, e erigiu a cidade modernista para ser colocada à prova como a nova ordem urbana. Contudo, a cidade não surgiu sozinha, e nem completamente utópica, moderna e modernizante. Veio acompanhada de cidades vizinhas, entre planejadas e orgânicas, construídas simultaneamente à nova capital.

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Entre a luz e a sombra: explorando a iluminação para criar atmosferas na arquitetura

A luz é parte constitutiva de diversas disciplinas, dá forma para o mundo como se conhece. Na física, serve como medida de velocidade, explica a visão, o registro de imagens pelo olho, pela lente da câmera. Ao longo da história da arte, a representação da luz – ou ausência dela – pautou movimentos seculares em manifestações diversas com técnicas e suportes igualmente diferentes. O que significa dizer que a luz – e sua derivada, a sombra – são capazes de criar ambientes, atmosferas e sensações diversas, e que podem ser percebidas sobre os objetos e espaços. Dessa forma, a luz é constitutiva também da arquitetura.

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Banheiros que inovam nos materiais, layout e aberturas

Dentro de diversos – senão todos – programas arquitetônicos, existe uma função que é um requisito básico e comum a eles: o banheiro. Não se projeta uma residência, escritório, espaço comercial, teatro, museu, espaços religiosos, parques, escolas, sem ele. Em alguns países, o sanitário público faz parte da infraestrutura urbana, da mesma forma que o são transporte público ou coleta de resíduos. Direito básico da humanidade, ainda que negado para uma parcela considerável da população global, o sanitário acompanha o desenrolar histórico. A modernidade trouxe consigo a separação entre público e privado, e o cômodo passou a ser cada vez mais reservado na sociedade ocidental.

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Melancolia e arquitetura: leituras de Aldo Rossi e o Cemitério de San Cataldo

Cemitérios estão entre os programas arquitetônicos com maior carga simbólica. Sugerem rituais, rigor e solenidade, ao mesmo tempo que devem oferecer algum tipo de conforto ou acolhimento, senão para aqueles que se despedem de seus entes queridos, pelo menos para “garantir" um pós-morte digno para aqueles que se foram. O Cemitério de San Cataldo, de Aldo Rossi e Gianni Braghieri, à primeira vista, cumpre com a primeira parte da afirmação anterior. Em parte porque o projeto não foi inteiramente construído, a austeridade e vazios predominam. Mas ao se considerar o projeto proposto, talvez a aridez se mantivesse, e a dureza fosse sentida com mais ênfase. Composto de edifícios de formas puras quase abstratas, sem detalhes ou revestimentos nobres, o projeto do cemitério é um bom exemplo da produção de Aldo Rossi à época de sua concepção, por volta de 1970.

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