Temos o prazer de apresentar o documentário Women in Architecture, um projeto iniciado pela Sky-Frame e dirigido por Boris Noir.
Um ambiente construído melhor também é inclusivo. Por isso, a diversidade é fundamental em nossa profissão, pois amplia nossa visão de mundo e nos conecta com as reais necessidades da sociedade. Então, abrimos uma janela para a vida profissional e pessoal de três arquitetas que trazem algo único para o debate e que podem inspirar outros profissionais da arquitetura.
O projeto foi iniciado pela Sky-Frame com o objetivo de lançar luz sobre o papel das mulheres na arquitetura, aumentando sua visibilidade.
“Para tornar nosso mundo um lugar melhor. Todos deveriam ter uma ideia de como a arquitetura funciona e no que ela pode impactar. Vivemos na época em que os humanos estão transformando o planeta, e a arquitetura é uma das ferramentas mais importantes para isso”, comentou o cineasta Boris Noir sobre a ideia por trás do filme.
Conversamos com Toshiko Mori, Gabriela Carrillo e Johanna Meyer-Grohbrügge, três arquitetas de países diferentes, que vivem em contextos diversos e que estão em fases diferentes de suas vidas e carreiras, mas que têm muito em comum: são profissionais reconhecidas, com paixão pela educação, trabalhando com comunidades locais e apresentam uma grande sensibilidade em relação às necessidades da sociedade e do ambiente construído.
Das intensas ruas de Nova York à riqueza cultural da Cidade do México, ao dinamismo de Berlim, também tivemos a oportunidade de visitar seus projetos e conversar com clientes e usuários sobre o impacto de seus trabalhos.
Toshiko Mori, é uma arquiteta japonesa radicada nos Estados Unidos, para quem contexto é tudo o que desperta curiosidade sobre as pessoas para quem projetamos. Em quase quatro décadas à frente de seu escritório em Nova York, Mori teve a oportunidade de exercer seu interesse na prática de design e na academia, conseguindo construir seus edifícios premiados em contextos tão diversos como China, EUA e Senegal. Além da prancheta, Mori foi a primeira mulher efetivada como professora titular na Harvard Graduate School of Design, em 1995, e em 2002 ela se tornou a primeira mulher a ser presidente do Departamento de Arquitetura — ainda a única duas décadas depois (leia mais - siga Toshiko no Instagram).
A arquiteta mexicana Gabriela Carrillo construiu uma carreira exemplar e apaixonada pela cidade, pelo território e pela diversidade. Suas obras amplamente premiados, primeiro em parceria com Mauricio Rocha e agora dirigindo seu próprio escritório, tornaram-se a imagem de referência quando se trata de arquitetura contemporânea no México. Seu trabalho se desenvolve entre a prática, teoria e pesquisa, bem como entre o local e o global, traduzindo as necessidades do mundo em uma arquitetura diversificada e inclusiva. Nesta linha, ela está à frente de uma prática flexível e dinâmica que lhe permitiu incorporar a maternidade e a vida pessoal, mantendo um equilíbrio entre o trabalho e a vida. (leia mais - siga Gabriela no Instagram)
Radicada em Berlim, Johanna Meyer-Grohbrügge lecionou em várias instituições, como Columbia GSAPP, Northeastern University Boston, Washington University St. Louis e DIA Dessau. Desde 2021, ocupa o cargo de Presidente do Departamento de Arquitetura e Design Espacial da TU Darmstadt. Entendendo que a liberdade a ajuda a se desenvolver profissionalmente, Johanna começou com alguns projetos ligados à cena artística, como galerias de arte, feiras de arte, coleções e projetos de exposições. Sabendo que sua atuação acadêmica a desafia e lhe permite enxergar sua prática de forma diferente, a arquiteta tenta traçar o seu próprio caminho e fugir do habitual “construir menos e pensar mais”. Para Johanna, habitação e o trabalho para Johanna são prioritários em termos das questões do futuro, pois estas duas tipologias nunca desaparecerão, devendo ser mais integradas nas nossas vidas. (read more - siga Johanna no Instagram).
Após nossa experiência de filmagem em 2022, Andrea Zürcher, produtora executiva do documentário, declarou: “No meu papel na Sky-Frame, conheci arquitetos fantásticos em todo o mundo e sempre me pergunto por que há tão poucas mulheres em cargos de liderança. Quando surgiu a discussão para iniciar um documentário dedicado a este tema, ele se tornou uma questão afetiva. Com projetos como Women in Architecture e com as vozes que falam através dele para um público mais amplo, podemos alcançar uma vida mais bela uns com os outros."
Como a arquitetura pode ser mais aberta? Boris Noir diz que “o ArchDaily é uma plataforma perfeita para isso, um lugar onde a arquitetura de qualquer tipo, de todo o mundo, está acessível a todos, absolutamente todos. Chega de luxo, nada para sociedade fechada — arquitetura é cultura pop. E em relação à nossa tarefa como cineastas, devemos tornar este assunto mais compreensível, mais digerível para o grande público.”
A arquitetura e suas histórias sempre foram um desafio de representação através do cinema. Noir considera que “a arquitetura é muito emocional, muito vibrante, tanto no processo de sua criação quanto na sua expressão final. O maior desafio é capturar essas emoções de algo imóvel em um filme, fazendo-as afetar o espectador. A ideia era mostrar a vida real das arquitetas. Quem são as pessoas por trás dos projetos finalizados? Como elas vivem? O que as leva a fazer arquitetura, como elas se inspiram? Em nosso filme Women in Architecture, o espectador é conduzido por uma viagem de vinte minutos passando por três metrópoles mundiais muito diferentes e tem a oportunidade de ver de perto a vida de nossas protagonistas. A arquitetura, que desempenha um papel secundário em nosso filme, tem um efeito completamente diferente”.
Neste mundo, existem inúmeros exemplos de mulheres que estão impactando diferentes campos e na arquitetura não é diferente. O ArchDaily seguirá com o compromisso de destacar o trabalho de arquitetas e outros grupos até então invisibilizados ou pouco representados.
Agradecemos à Sky-Frame por apoiar nosso Tópico Mensal “Mulheres na Arquitetura” e por tornar este documentário possível.
Agradecemos também a toda a equipe nos bastidores: Andrea, Boris, Daniel, Junus, Nikolaus, Julian, David, Anne, Sirius, Risa, Nayeli, Patrizia, Nadia, Neo, Dmitrii, Johanna, Paul e Nancy.
A Sky-Frame procura assumir diferentes perspectivas e pontos de vista. Estamos interessados em pessoas e suas visões, seja na arquitetura ou em um contexto social. Buscamos criar espaços vividos e, ao fazê-lo, também questionamos o papel das mulheres na arquitetura. Das artes às ciências, as mulheres moldam nossa sociedade. Queremos lançar mais luz sobre esse papel, aumentar a visibilidade das mulheres na arquitetura e, de alguma forma, humildemente, contribuir com esta importante discussão.
