Entendendo as escalas de emissões de carbono: quem causa os maiores impactos?

A pegada de carbono e emissões de CO2 são assuntos importantes em nossas conversas sobre como criar um futuro mais sustentável. Ao longo do tempo, diferentes empresas, organizações e indivíduos prometeram alterara seus estilos de vida e hábitos para realizar mudanças que mostrem que eles são dedicados a combater as mudanças climáticas. Especialmente no setor de design, no qual edifícios geram quase 40% das emissões anuais de CO2 entre operações diárias e construção/demolição, os arquitetos há muito tempo sentem a pressão de explorar novas maneiras e provar que estão fazendo sua parte.

Quando examinamos diferentes escalas de emissões, uma pergunta normalmente vem à tona: como podemos medir diferentes níveis de impacto? É nossa responsabilidade individual reciclar e nunca mais usar canudos de plástico? Será que isso tem um grande impacto?  Será que mais fabricantes de carros precisam encontrar alternativas para automóveis abastecidos por gasolina? Será que os arquitetos precisam apenas encontrar materiais sustentáveis? Quais são medidas factíveis que provocam um impacto verdadeiro? 

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© Brian Urasits on Unsplash

O que é importante entender é o quão amplo e complexo é o assunto da sustentabilidade e os impactos que ele pode ter. Tudo nesses dias parece ser facilmente consertado com a aplicação de alguns clichês que garantem um senso de que algumas coisas são mais "verdes" ou "ecológicas" do que outras. É um aspecto de uma estratégia de marketing que convenceu as pessoas que se a adaptação ecológica se tornou uma responsabilidade do indivíduo. O Greenwashing, ou green sheen, como é normalmente chamado, é quando uma empresa parece ser ambientalmente conscientemente por uma questão de marketing, mas não adota medidas notáveis para se tornar sustentável em uma escala que cause um impacto real. Elas se sentem pressionadas por influências externas para aderir ao movimento, mas fazem pouco para causar impacto ou pressionar indivíduos a participarem mais do que precisam. Quando o Starbucks lançou suas tampas sem canudos, pesquisadores descobriram que a nova tampa na verdade tem mais plástico do que a antiga combinação de tampa e canudo. Embora a empresa tenha admitido isso, foi dito que uma nova iniciativa foi criada para criar um objeto reciclável e depender dos clientes para descartá-lo de maneira apropriada. No entanto, apenas 9% do plástico do planeta é reciclado, e os Estados Unidos sozinhos exportam um terço de seus recicláveis a países em desenvolvimento, fazendo com o que o problema passe a ser de nações mais empobrecidas.

compromisso AIA 2030, que pede que empresas entreguem estatísticas inclusive pelo uso previsto de intensidade de energia, tipo de construção, economias, área e outros detalhes. 

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via UN Environment Program

Diferentemente das empresas públicas, a arquitetura está fazendo algo de único em sua estratégia para combater as mudanças climáticas. Está tomando passos factíveis, oferecendo padrões e relatórios de progresso sobre suas metas, pressionando designers e arquitetos a serem parte, subvertendo a ideia de que é preciso apontar dedos e forçar a participação de todos, mas incentivando a participação ao prometer um mundo melhor para o público geral através do ambiente construído. 

É esperado que as áreas construídas no mundo dobrem até 2060, o que significa que 200 bilhões de metros quadrados a mais ao atual montante de construções (o equivalente a uma cidade de Nova York por mês pelos próximos 40 anos). O papel que o carbono capturado desempenha nessas novas construções está sendo observado de perto enquanto buscamos maneiras de aprimorar estruturas existentes e encontrar fontes baratas de energia renovável. Uma vez que um edifício é construído, a cabine incorporada é instalada no local - o que significa que a soluções terão de vir muito antes de atingirmos essa marca. Mas, de volta à pergunta original: quem precisa assumir a responsabilidade? E como garantimos que os passos que os arquitetos tomarem não sejam apenas retratados como um esquema de marketing? Levará muitos anos para que os usuários experimentem de fato a diferente que um prédio sustentável faz. Embora algumas medidas não sejam acessíveis ao olho do público e aconteçam no próprio processo de construção, as pessoas estão começando a olhar além da certificação LEED à qual todas as novas construções almejam hoje em dia, e querem ver outras ações mensuráveis que as permitam acreditar que os arquitetos estão fazendo a coisa certa.

Este artigo é parte dos Tópicos do ArchDaily: Caminho para uma arquitetura neutra em carbono. Mensalmente, exploramos um tema específico através de artigos, entrevistas, notícias e projetos. Saiba mais sobre os tópicos do ArchDaily. Como sempre, o ArchDaily está aberto a contribuições de nossos leitores; se você quiser enviar um artigo ou projeto, entre em contato.

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Sobre este autor
Cita: Overstreet, Kaley. "Entendendo as escalas de emissões de carbono: quem causa os maiores impactos? " [Understanding the Scales of Carbon Emissions: Who Makes the Most Impact?] 06 Abr 2022. ArchDaily Brasil. (Trad. Belo, Pedro) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/979549/entendendo-as-escalas-de-emissoes-de-carbono-quem-causa-os-maiores-impactos> ISSN 0719-8906

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