CAU/DF cria selo para celebrar a arquitetura não monumental do Plano Piloto de Brasília

No ano em que a capital do país completa 60 anos, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal – CAU/DF lança o Selo CAU/DF - Arquitetura de Brasília. A iniciativa celebra a arquitetura moderna do Conjunto Urbanístico do Plano Piloto, valorizando a arquitetura não monumental da cidade. O objetivo é reconhecer o valor histórico dessas edificações e de seus autores – pouco conhecidos pelo público geral –, bem como divulgar as boas práticas de conservação e manutenção predial que preservaram a linguagem arquitetônica do movimento moderno.

A marca do Selo foi doada pelo arquiteto e urbanista Danilo Barbosa – coordenador da equipe que criou o projeto das placas de sinalização da cidade, em 1976. O Selo é constituído por uma placa alusiva à obra, a ser fixada nas suas imediações, acompanhada de certificados emitidos pelo CAU/DF e entidades apoiadoras ao autor do projeto original (ou um representante de sua família), ao autor do projeto de reforma/restauro (se houver), ao responsável técnico pela execução da obra e ao condomínio.

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Cortesia de CAU/DF

A iniciativa tem o apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Distrito Federal (IAB-DF), da Associação das Empresas de Arquitetura e Urbanismo de Brasília (AEarq), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), da Secretaria de Turismo (Setur) e da Administração Regional de Brasília. O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal, Daniel Mangabeira, comenta:

Importantes edifícios que fazem parte do nosso cotidiano não tiveram o mesmo reconhecimento dos destacados palácios, igrejas e edifícios públicos de Brasília. Muitos foram alvo de reformas que alteraram ou destruíram suas características originais. O Selo vem, portanto, reconhecer o trabalho de profissionais que souberam preservar os atributos dessas edificações em seus projetos de reforma, sem deixar de adaptá-las às exigências da legislação atual, às normas técnicas e às funcionalidades contemporâneas. Pretende, sobretudo, funcionar como incentivo a arquitetos, síndicos e moradores de edifícios à preservação da arquitetura moderna da cidade, que tem sido desfigurada por reformas deploráveis e desrespeitosas com o nosso patrimônio arquitetônico.

Ressalta, ainda, que o Selo não é um tombamento, mas um certificado de reconhecimento desta autarquia federal e de seus apoiadores pelo relevante trabalho de preservação da história e cultura da cidade. O coordenador da Comissão Temporária de Patrimônio do CAU/DF, Pedro de Almeida Grilo, destaca a importância de saber conservar o patrimônio histórico e moderno da Capital Federal para que as próximas gerações possam usufruir não apenas da plasticidade arquitetônica, mas também das boas técnicas construtivas de uma cidade planejada.

Existe, hoje, uma cultura de reformas que, sob o pretexto de motivação técnica e conservação, acabam por remover seus principais atributos, descaracterizando a paisagem da cidade. Torna-se cada vez mais raro encontrar exemplares bem cuidados de edifícios cotidianos da arquitetura moderna e pioneira da cidade que tenham preservado suas principais características, tão essenciais para a formação da imagem da Brasília que conhecemos e amamos quanto seus monumentos. O Selo vem, portanto, sensibilizar a sociedade de que as reformas prediais podem e devem ser compatíveis com a preservação da linguagem arquitetônica do movimento moderno.

A entrega do primeiro Selo CAU/DF - Arquitetura de Brasília a edificações do Plano Piloto está prevista para ocorrer após o dia 15 de outubro. Até lá, a Comissão Avaliadora, composta pelos membros da Comissão Temporária de Patrimônio do CAU/DF, fará um levantamento das edificações que cumprem os critérios de avaliação para serem certificadas. São eles:

  • respeito à arquitetura original;
  • manutenção adequada das fachadas;
  • respeito às linhas gerais de composição do edifício;
  • manutenção dos tipos de revestimento e cores originais, sempre que possível;
  • manutenção de elementos originais, se não for possível, critério na reconstituição/substituição;
  • manutenção dos pilotis livres, sem cercamento;
  • ausência de ocupações excessivas dos pilotis, e
  • se houver intervenções, que respeitem a autenticidade do edifício.

Além disso, serão valorizadas as intervenções que ofereçam acessibilidade universal ao edifício, resolvam de maneira adequada problemas atuais, como a inserção de aparelhos de ar condicionado e passagem de cabos, visem a sustentabilidade ambiental e conservação de energia do edifício, e estejam sem pendências administrativas em órgãos do Governo do Distrito Federal.

Via CAU/DF.

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Sobre este autor
Cita: Equipe ArchDaily Brasil. "CAU/DF cria selo para celebrar a arquitetura não monumental do Plano Piloto de Brasília" 22 Ago 2020. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/946093/cau-df-cria-selo-para-celebrar-a-arquitetura-nao-monumental-do-plano-piloto-de-brasilia> ISSN 0719-8906

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