Antichamas ou Corta-fogo: Qual vidro escolher para resistir efetivamente a um incêndio?

Insuficientemente regulada em grande parte do mundo, a resistência de vidros ante o fogo é uma questão essencial que geralmente é mal resolvida, colocando em risco a vida dos ocupantes das edificações. Que características um vidro deve ter para resistir ao fogo? Quais opções escolher em cada caso? Conversamos com os especialistas da Cristales Dialum para aprofundarmos nas opções disponíveis.

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Cortesía de Jansen

Líder na proteção contra incêndio, a Europa desenvolveu normas muito completas, incorporando soluções e produtos que em outros países nem mesmo aparecem nomeados. Suas especificações dão ênfase especial ao fato de que a resposta ao fogo deve ser considerada uma solução integral, e que o próprio vidro, por si só, pode não ser eficaz se não for acompanhado por uma estrutura adequada com a qual trabalha em conjunto. Quanto ao vidro, dois tipos de produtos são especificados principalmente:

Vidro Antichamas

No caso de um incêndio, o vidro antichamas interrompe a propagação das chamas nos espaços adjacentes, impedindo a passagem de fumaça e gases tóxicos decorrentes da queima de materiais, móveis e objetos. A fumaça e sua toxicidade são a principal causa de morte em incêndios; por exemplo, a queima de madeira e PVC gera monóxido de carbono, enquanto a combustão de plásticos, resinas e nylon libera cianeto, dois dos agentes tóxicos mais perigosos para os seres humanos.

Para oferecer a segurança necessária, o vidro antichamas deve manter sua integridade em até 120 minutos, suportando assim a temperatura que vai subindo do outro lado. Sua transparência não deve ser completamente perdida, assegurando um certo nível de visibilidade em caso de evacuação.

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No entanto, esse tipo de vidro permite a passagem de uma alta porcentagem de calor, portanto deve ser usado em áreas onde esse aumento não representa um perigo real para seus ocupantes. Embora seu preço ainda seja acessível e seja uma opção viável entre vidro à prova de fogo e um vidro sem proteção, é necessário considerar que sua temperatura aumentará com o passar dos minutos e que pode ser perigoso em caso de evacuação às escuras.

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Proteção contra incêndio baseado no folheto "Vidros resistentes ao fogo e de segurança" da Schott. Image © ArchDaily

Vidro Corta-fogo

O vidro corta-fogo deve não apenas cumprir todas as funções do vidro antichamas, mas também impedir quase completamente a passagem de temperatura para o espaço adjacente, funcionando como uma barreira que absorve o calor que está sendo gerado do outro lado e impedindo sua propagação. No caso de uma evacuação às escuras, as pessoas podem até se apoiar no vidro e não se queimar, escapando efetivamente. Sua composição inclui uma camada protetora transparente com propriedades intumescentes, que forma um escudo antitérmico quando confrontado com uma temperatura acima de 100ºC. Quanto mais camadas você incluir, maior será o seu tempo de resistência.

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Para testá-lo, o conjunto vidro + armação é exposto a 1.200 graus de temperatura, em um teste onde, além da integridade e temperatura, são analisados aspectos como a emissão de gases inflamáveis ou vazamentos de fumaça. O elemento testado deve permanecer intacto e não transmitir calor do lado oposto por 30, 60, 90 ou 120 minutos, para obter as classificações F30, F60, F90 ou F120, respectivamente.

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O que deve ser levado em consideração ao especificar?

O mais importante é definir se o vidro deve ser corta-fogo ou antichamas, de acordo com os parâmetros estabelecidos acima. No entanto, há vários pontos relevantes que devem ser considerados:

  • Conhecer os requisitos de proteção contra incêndio. O projeto, a posição do pano de vidro, a carga combustível do edifício e fatores como a operação, o tempo e as rotas de evacuação, entre outros aspectos relacionados, devem ser estudados.
  • Entender se o elemento envidraçado cumpre alguma função adicional. Normalmente, os elementos resistentes ao fogo não apenas se isolam do fogo, mas também cumprem funções como permitir acesso e evacuação aos edifícios, podendo inclusive bloquear ou abrir remotamente. Todas essas funções e recursos especiais podem condicionar o desenho do elemento.
  • Conhecer a localização do vidro. Os vidros localizados no exterior ou que possam receber radiação solar devem ser protegidos para evitar que a radiação UV os danifique ao longo do tempo. Para isso, são utilizadas variantes do mesmo vidro com filtros UV.
  • Integrar os elementos antichamas e corta-fogo à arquitetura. O alto grau de sofisticação técnica do vidro e de caixilhos resistente ao fogo permite que os elementos sejam perfeitamente integrados nos projetos atuais. A estética, as dimensões, as formas e as ferragens são idênticas às usadas ​​em elementos de vidro 'não protegidos', sendo invisíveis ao usuário, mas igualmente eficazes.

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Perfis de aço de alta rigidez são um excelente aliado para todos esses efeitos.

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O projeto de áreas protegidas contra eventuais incêndios é essencial em qualquer projeto arquitetônico, especialmente em edifícios públicos e de uso geral. Portanto, o uso adequado dos sistemas de vidros pode ser decisivo ao permitir a evacuação adequada de seus espaços interiores, marcando a diferença entre a vida e a morte de seus ocupantes.

Revise um guia para especificar vidro em projetos de arquitetura e encontre mais informações técnicas aqui.

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© Schott
Sobre este autor
Cita: Franco, José Tomás. "Antichamas ou Corta-fogo: Qual vidro escolher para resistir efetivamente a um incêndio?" [Parallamas o Cortafuego: ¿Qué vidrio elegir para resistir efectivamente al fuego?] 10 Mar 2020. ArchDaily Brasil. (Trad. Souza, Eduardo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/935144/antichamas-ou-corta-fogo-qual-vidro-escolher-para-resistir-efetivamente-a-um-incendio> ISSN 0719-8906

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