Lina por escrito / Silvana Rubino e Marina Grinover (org.)

Da editora. Primeira publicação dedicada aos textos da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992), este livro revela a extraordinária capacidade que ela tinha de transformar seu universo criativo em palavras. Esta seleção de 33 textos reúne seus artigos publicados em periódicos e jornais diários, desde a década de 1940 até os anos 90, numa criteriosa seleção que traz a público o melhor de sua produção, muitas vezes esparsa ou inacessível.

© Cosac Naify

A edição, 13º título da Coleção Face Norte, é ilustrada por desenhos originais, fotografias e obras gráficas da própria arquiteta, incluindo alguns leiautes empregados na publicação de seus textos.

© Cosac Naify

No volume, o leitor poderá percorrer momentos da história de nossa cultura moderna através do olhar denso de uma mulher que dedicou a maior parte de sua vida à construção da arquitetura, mas acima de tudo à construção de uma opinião pública crítica e atenta às questões da convivência urbana. Autora de obras emblemáticas em nossa história arquitetônica, como o Masp, o Sesc Pompéia, o Museu de Arte Moderna da Bahia ou a Ladeira da Misericórdia em Salvador, Lina Bo Bardi foi uma verdadeira agitadora cultural, além de uma pensadora, procurando sempre tornar pública sua posição ante os grandes temas da cultura urbana modernas.

Tanto na Itália quanto no Brasil, sua participação em periódicos de arte e arquitetura foi intensa. Durante a segunda guerra mundial colaborou, em Milão, de editorias importantes como a Domus e a Lo Stile, construindo com seus colegas Bruno Zevi, Giò Ponti e Ernesto Rogers uma visão contemporânea e crítica sobre o habitar urbano e a difusão das conquistas modernas na arquitetura e nas artes.

© Cosac Naify

No Brasil, ao lado de seu marido Pietro Maria Bardi, construiu o Museu de Arte de São Paulo e dirigiu a revista Habitat. Este importante periódico da década de 1950 e 60 em São Paulo difundiu, na provinciana capital que enriquecia com a indústria, os valores modernos das vanguardas artísticas européias. Incentivando artistas e arquitetos locais a publicar na revista, Lina contribuiu para divulgar e qualificar a arte moderna brasileira.

© Cosac Naify

Na década de 1960, em Salvador, ao lado de outros intelectuais e estrangeiros ligados à universidade, participou da formação de outra vanguarda, aquela que fundaria a Tropicália e o Cinema Novo. Sua atitude inclusiva para a formação do Museu de Arte Moderna da Bahia, focada na educação de um público crítico e atento à arte, abriu os olhos da nação para o valor de nossa arte e cultura populares. Nas décadas de 1970 e 80, Lina continuou publicando e projetando, consolidando sua visão de cultura como resultado dos conflitos e das conquistas da vida em sociedade. Sempre atenta às questões da profissão de arquiteta, colaborou para o entendimento desta atividade fundamental para a formação da cultura urbana nacional.
Durante a vida, Lina Bo Bardi procurou sensibilizar o público para a poética do simples, não como constatação da miséria, mas como riqueza de nossa nação. Com muita clareza, seus textos revelam as questões do espaço de convivência entre homens livres, da memória edificada, da cultura popular e contemplam os temas que permearam sua ação profissional: o design industrial, a habitação, a arte popular, a museografia, a cidade, a preservação e a memória.

© Cosac Naify

Sobre a arquiteta. Lina Bo Bardi [Roma, Itália, 1914 — São Paulo, 1992], diplomada pela Faculdade de Arquitetura de Roma em 1940 integrou a resistência à ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial. Trabalhou em Milão com Giò Ponti, tendo dirigido a revista Domus. Em 1946, casada com Pietro Maria Bardi, veio para o Brasil, fixando-se em São Paulo no ano seguinte. Sua diversificada atividade, envolvendo teatro, cinema, produção cultural, preservação do patrimônio, edição de revistas, organização de museus, desenho gráfico e de móveis em série, teve a procura de nossas raízes como substrato e assegurou-lhe posição especialíssima no cenário arquitetônico nacional. Projetou a residência do casal Bardi (1949), o MASP (1957) e o Centro de Lazer do SESC (1977). Em Salvador, projetou e dirigiu o Museu de Arte Moderna (1959) e participou do projeto de preservação e renovação urbana de seu centro histórico.

© Cosac Naify

Sobre as organizadoras. Silvana Rubino [São Paulo, 1959] é doutora, professora do Departamento de História da UNICAMP e conselheira do IPHAN e Marina Grinover [São Paulo, 1970] é arquiteta e mestre pela FAU-USP e professora da Escola da Cidade.

© Cosac Naify

Lina por Escrito
Editora: Cosac Naify
Tipo de capa: Brochura
Número de páginas: 208
Número de ilustrações: 180
ISBN: 978-85-7503-764-5
Dimensões: 17 cm x 24 cm
Organizadoras: Silvana Rubino e Marina Grinover
Lançamento: 2009
1ª reimpressão:2011

© Cosac Naify

Você pode comprar esse livro pela página da Cosac Naify clicando aqui.

Galeria de Imagens

Ver tudoMostrar menos
Sobre este autor
Cita: Audrey Migliani. "Lina por escrito / Silvana Rubino e Marina Grinover (org.)" 05 Dez 2014. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/758489/lina-por-escrito-silvana-rubino-e-marina-grinover-or> ISSN 0719-8906

¡Você seguiu sua primeira conta!

Você sabia?

Agora você receberá atualizações das contas que você segue! Siga seus autores, escritórios, usuários favoritos e personalize seu stream.