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Subúrbios: O mais recente de arquitetura e notícia

Nossas cidades ainda não estão mortas!

Este artigo foi publicado originalmente na Common Edge.

Desde que a pandemia atingiu às cidades, é possível perceber uma alta no número de reportagens urbanas pessimistas. E não é difícil entender o porquê. Em 2020, as cidades centrais dos Estados Unidos passaram das histórias de sucesso de "volta por cima" para lugares fantasmas; o transporte perdeu quase todos os passageiros; dezenas de milhares de lojas e restaurantes fecharam; e boa parte da população com maior poder aquisitivo se mudou para os subúrbios e ou cidades distantes.

O que é necessário para um bom subúrbio?

Os subúrbios experimentaram uma espécie de renascimento na última década. Durante a pandemia de Covid-19, as pessoas fugiram dos núcleos urbanos em busca de espaços abertos e equipamentos descentralizados. Para algumas pessoas, a palavra “subúrbio” remete à imagens de gramados bem cuidados e fileiras de casas idênticas, mas o que torna um subúrbio bem-sucedido pode ter mais em comum com as cidades do que se imagina.

A periferia da cidade: subúrbios e habitação de baixo custo

No urbanismo, os subúrbios podem ser um tópico controverso. Isso em parte porque o termo possui definições nebulosas e em constante mudança. Em sua forma mais simples, os subúrbios são comunidades residenciais a uma distância que se afasta um pouco do coração das áreas metropolitanas. O contexto americano vê os subúrbios com alguma hostilidade, com práticas racistas como o "redlining", um legado sombrio para determinados locais do país. Num sentido mais superficial, os subúrbios americanos têm sido frequentemente criticados por sua uniformidade visual — retratados como moradias sem alma, ausentes de um senso de comunidade.

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A evolução da planta residencial nos EUA: o período pós-guerra

Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo buscava um recomeço e a população dos Estados Unidos, o lugar certo para viver o sonho americano. Passando por um amplo processo de desenvolvimento e crescimento populacional, porém com um estoque habitacional insuficiente, soluções rápidas e eficientes tiveram que ser inventadas da noite para o dia para poder suprir a paulatina demanda por moradia. Neste sentido, o surgimento de novas técnicas de construção e a popularização de materiais de construção industriais e pré-fabricados pareciam abrir caminho para um novo futuro mais digno e equitativo para todos.

Um quilômetro de habitações: o complexo residencial Corviale, em Roma

Com cerca de um quilômetro de extensão, o complexo residencial Corviale, localizado na periferia sudoeste de Roma, foi idealizado na década de 1970 como uma alternativa à expansão dos bairros-dormitórios nos subúrbios romanos, consequência do aumento populacional significativo entre as décadas de 1950 e 1970 — quando a cidade passou de aproximadamente 1,6 milhão para 2,7 milhões de habitantes — e do consequente espraiamento urbano nas zonas periféricas.

Também conhecido como Serpentone, por suas extensas dimensões, o projeto foi realizado por uma equipe de arquitetos coordenada por Mario Fiorentino entre 1972 e 1974. A construção ocorreu entre os anos de 1973 e 1982, mas a intenção inicial de destinar o quarto pavimento do edifício principal do complexo para usos de comércio, serviços e áreas comuns foi abandonada devido à falência da empresa responsável pela execução da obra. Ao longo do tempo, o pavimento foi tomado por ocupações informais e o acontecimento é tido como a origem dos problemas deste emblemático projeto na história da habitação na Itália.

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A obra de arquitetura na era de sua reprodutibilidade técnica

Este artigo foi publicado originalmente no Common Edge.

Fiz pós-graduação em geografia em Tucson, Arizona, Estados Unidos, no final dos anos 1990. Tucson obtém fama por uma série de coisas, incluindo sua herança mexicano-americana, suas chimichangas, suas montanhas que formam as "ilhas do céu" e sua abundante população de cactos saguaro.

Seriam os subúrbios as cidades do futuro?

Os subúrbios americanos—como os conhecemos hoje—estão mudando, e embora esta transformação já esteja em curso a algum tempo, sua situação foi decisivamente agravada pela corrente pandemia. Em um momento em que temos sido convidados a passar mais tempo em casa do que talvez gostaríamos, passamos a reavaliar nossas próprias prioridades e a questionar o nosso atual modo de vida. Como consequências disso, boa parte dos habitantes das grandes cidades nos Estados Unidos, a qual historicamente se concentra em áreas urbanas, está se deslocando para o interior de forma aparentemente definitiva. Por assim dizer, estamos testemunhando um recente fenômeno de esvaziamento dos grandes centros do país, com a população urbana deixando as cidades em em busca de melhores condições de vida, neste caso, mais espaço, privacidade e tranquilidade. Acontece que, com o passar dos anos, os subúrbios americanos caíram nas graças da classe média, transformando-se na principal vertente de expansão urbana no país.

Por que ainda não chegou a hora de abandonar nossas cidades

Ao longo dos últimos meses, em razão da crise sanitária que está afetando a todos nós, fomos forçados a nos afastar uns dos outros e retroceder silenciosamente para dentro de nossas casas. Neste contexto, fomos bombardeados constantemente com uma enxurrada de diferentes narrativas, relatos íntimos de pessoas confinadas e preocupadas com o futuro de nossas cidades. Como uma resposta imediata, muitas delas fugiram para suas casas de praia, retiros no interior ou até para a casa dos pais — tudo por um pouquinho mais de espaço ao ar livre.

Clássicos da Arquitetura: Casa Vermelha / William Morris e Philip Webb

No coração de um subúrbio a leste de Londres, fica uma incongruente casa de campo em tijolos vermelhos. Com seus caixilhos arqueados ogivais e altas chaminés, a casa foi projetada para parecer uma relíquia da Idade Média. Na realidade, seu estilo vintage data da década de 1860. Esta é a Casa Vermelha (Red House), o lar Arts and Crafts do artista William Morris e sua família. Construída como uma refutação para uma era cada vez mais industrializada, a mensagem da Casa Vermelha foi diminuída pela passagem do tempo e, ao longo dos séculos, foi construída como um alívio em seu entorno.

Clássicos da Arquitetura: Casa Vermelha / William Morris e Philip Webb - ResidencialClássicos da Arquitetura: Casa Vermelha / William Morris e Philip Webb - ResidencialClássicos da Arquitetura: Casa Vermelha / William Morris e Philip Webb - ResidencialClássicos da Arquitetura: Casa Vermelha / William Morris e Philip Webb - ResidencialClássicos da Arquitetura: Casa Vermelha / William Morris e Philip Webb - Mais Imagens+ 9

"A Country of Cities": um manifesto para uma América urbana

A Escola de Arquitetura, Planejamento e Preservação da Universidade de Columbia (GSAPP) abrigou recentemente o tão esperado evento que recebeu acadêmicos e profissionais respeitados da arquitetura e do mercado imobiliário. Vishaan Chakrabarti, sócio do escritório SHoP Architects e diretor do Center for Urban Real Estate de Colúmbia, palestrou sobre seu novo livro A Country of Cities: A Manifesto for an Urban America (Um País de Cidades: Um Manifesto para uma América Urbana).

Após vinte minutos de palestra, uma lista de reconhecidos arquitetos e historiadores - que inclui Kenneth Frampton, Gwendolyn Wright, Bernard Tschumi, Laurie Hawkinson e Reinhold Martin - discutiram o trabalho de Chakrabarti.

O glamour dos subúrbios: efeitos de um desenvolvimento desigual

O glamour dos subúrbios: efeitos de um desenvolvimento desigual - Imagem de Destaque
via Plataforma Urbana

Texto por Guillermo Tella via Plataforma Urbana. Tradução Archdaily Brasil.

O processo de sub-urbanização das elites, um fenômeno que desde a difusão do automóvel foi característico das metrópoles dos Estados Unidos, podem ser também encontrados importantes exemplos nas grandes cidades latino-americanas. Esse fenômeno não se manifestou em Buenos Aires até meados da década de 80, momento a partir do qual se iniciou um desenvolvimento imobiliário sem precedentes.

Subúrbios verticais: os limites da densidade

Em um artigo publicado no The Wall Street Journal chamado For Creative Cities, the Sky Has Its Limit (Para Cidades Criativas, o céu tem seu limite) o autor Richard Florida reflete sobre o desenvolvimento dos entornos urbanos e a relatividade de seu êxito. Isto, no contexto das últimas décadas em que a migração do campo para a cidade é uma clara tendência mundial, é fato que o desenho e a apropriação do espaço estão se tornando assuntos cada dia mais importantes.

A maioria dos estadunidenses procura bairros mais caminháveis, não casas grandes.