O aumento exponencial da população versus a falta de acomodações acessíveis é um problema que afeta áreas urbanas de todo o mundo. Para auxiliar nesta questão, a empresa italiana Mario Cucinella Architects propõe um novo modelo de habitação circular. Trata-se de uma casa impressa em 3D com materiais orgânicos.
O protótipo usa recursos encontrados regionalmente, como é o caso da argila de origem local – sendo a primeira casa impressa do tipo. Isso reduz as emissões de transporte de materiais e também garante que o edifício seja zero desperdício.
Em Her, filme de 2013 dirigido por Spike Jonze, um solitário escritor desenvolve uma relação de amor com a assistente virtual de um sistema operacional. Admirável Mundo Novo, livro escrito em 1932 pelo inglês Aldous Huxley, fala de uma sociedade cujo culto à eficiência, racionalização e à máquina desencadeou uma humanidade que desconhece o esforço e a dor, mas também reprime o amor e a liberdade. Já em Frankenstein, livro de 1823, considerado o primeiro romance de ficção científica, uma vida é criada artificialmente, produzindo um monstro com características humanas: vontades, desejos e medos. Seja, respectivamente, em relação ao receio com a inteligência artificial, as incertezas com a industrialização ou os limites da ciência, obras de ficção científica nos revelam muito mais que apostas certeiras do futuro – no tempo em que foram criadas, falam sobre os temores e anseios da época.
Quando exploramos as visões urbanas do passado sobre o futuro, é comum encontrarmos exemplos exagerados e até engraçados. Acerca das promessas da arquitetura e, consequentemente, das nossas cidades, também não é tarefa fácil apontar caminhos com clareza. Observando as tendências no campo e usando toda a nossa imaginação, será que podemos afirmar como as cidades se parecerão em dezenas ou centenas de anos? Seus materiais, sua aparência, a maneira de construir e pensar? Este futuro será mais minimalista e impoluto ou mais orgânico e complexo? Como as novas tecnologias e materiais de construção afetarão a forma, a estética e a prosperidade das cidades de amanhã?
Francis D. K. Ching [1] caracteriza uma chaminé como “estrutura vertical incombustível, que contém um conduto através do qual a fumaça e os gases de uma fogueira ou fornalha são impelidos para o exterior e por meio do qual é criada uma corrente de ar”. Enquanto seus canos podem ficar ocultos em paredes ou outras estruturas, o topo da chaminé geralmente permanece proeminente, com o intuito de levar os gases de dentro para fora, sem sujar o ambiente ou prejudicar a saúde dos ocupantes. Sendo elementos verticais, há chaminés que se tornam grandes marcos na paisagem urbana, sobretudo em projetos industriais. No momento do desenho, decidir sobre o “peso” que terá a chaminé no projeto é imprescindível. Na Casa Milá, por exemplo, Gaudí coroa o edifício de formas sinuosas e curvilíneas com chaminés esculturais. Há casos em que a sobriedade da construção é espelhada em sua chaminé e outros que o elemento vertical busca ser o mais oculto possível. Recentemente, também, muitas chaminés têm sido reformadas para novos usos ou novas tecnologias mais limpas. Seja no papel de destaque, de integração ou oculto na edificação, veja abaixo algumas dicas de projeto e possibilidades de uso.
Foi-se o tempo em que a cozinha enquanto área dedicada aos serviços, seguindo o tradicional sistema da tripartição residencial burguesa, eram projetadas como espaços isolados e fechados. Hoje, cada vez mais, os projetos buscam integrá-la enquanto espaço aos demais cômodos da casa e criar certa interação entre seus moradores. A partir disso, a escolha de seus materiais e revestimento também mudou e os tradicionais revestimentos cerâmicos e pedras aplicadas em suas superfícies, deram espaço à novos materiais.
Das esculturas de Michelangelo, às estruturas dos templos gregos, interiores de castelos, palácios e chegando ao icônico Pavilhão de Barcelona de Mies van der Rohe, quando abordamos a história da arquitetura e escultura, é inevitável falarmos do mármore. Originado a partir de uma reação química do calcário quando exposto a pressão e temperaturas muito altas durante milhares de anos, este nobre material é uma rocha metamórfica geralmente encontrada em regiões onde houve atividade vulcânica. Sua extração, por si só, já é um espetáculo.
As infraestruturas urbanas permitem proporcionar conforto aos habitantes e mitigam possíveis riscos de desastres, como os alagamentos. As subterrâneas, especificamente, retiram dos nossos olhos os sistemas urbanos e configuram-se como verdadeiros labirintos sob as ruas. Distribuição de água potável, drenagem urbana, esgoto, e até fiação elétrica e fibra óptica em alguns casos, passam sob nossos pés sem que nos damos conta. Para tal, a indústria desenvolveu há cerca de 100 anos peças pré-moldadas de concreto que proporcionam rapidez construtiva, resistência adequada aos esforços e, principalmente, ao tempo. Tubulações de concreto de seção circular, nos mais diversos diâmetros, talvez sejam os condutos mais utilizados e são onipresentes no mundo. Mas há quem também use essas estruturas aparentes, em criativos usos arquitetônicos.
A fachada é dos elementos mais importantes em um projeto de arquitetura. Além de ser a primeira barreira da construção contra o calor, a chuva, a neve ou o vento, também determina, em grande parte, a aparência de uma edificação. Pode fazer o projeto se destacar, mesclar-se no contexto ou mesmo manifestar, à primeira vista, valores de sobriedade, transparência, leveza e até despojamento que o arquiteto busca transmitir através do desenho. Junto a isso, também corresponde a uma significativa parcela do custo total da obra e deve ser especificada com muita atenção, levando em conta, além da estética, sua funcionalidade, necessidade de manutenção e seu comportamento a longo prazo.
https://www.archdaily.com.br/br/948404/paineis-metalicos-nao-laminados-dicas-e-detalhes-de-construcao-para-envelopes-de-construcaoSponsored Post
Enquanto a imagem tradicional da cabana é a de uma casa de madeira rústica localizada longe de qualquer vestígio da sociedade, os arquitetos têm refutado tais convenções, experimentando com materiais mais novos e considerações tecnológicas para expandir os limites da "cabana" hoje. Quer seja reimaginando a estética, utilizando técnicas de fabricação avançadas para modernizar o rústico, ou mesmo reconfigurando a cabana de madeira para o cenário da cidade, arquitetos e designers têm transformado integralmente a arquitetura da cabana tradicional para uma existência mais contemporânea. Abaixo, consideramos 10 projetos inovadores que alcançam essa transformação por meio de experimentações com diferentes materiais e tecnologias construtivas. Embora cada uma explore diferentes estratégias e funções, muitas compartilham semelhanças em seu uso de sistemas de pré-fabricação, em sua dedicação à sustentabilidade e em sua atenção e otimização de propriedades específicas de materiais.
https://www.archdaily.com.br/br/955223/10-cabanas-que-inovam-com-seus-materiais-e-sistemas-construtivosLilly Cao
O uso de malha metálica para dividir espaços internos permite definir áreas semi-abertas, mas privativas. O material - composto por um tecido de arame enrolado - oferece certa textura, mas mantêm uma aparência suave e levemente diáfana.
A seguir, apresentamos o uso do material como divisória de espaços de trabalho, embora este também possa ser usado em estabelecimentos comerciais, revestimentos de parede, elementos artísticos, entre outros.
Entre 1914 e 1915, Le Corbusier projetava a Maison Dom-Ino, uma proposta de sistema estrutural que subvertia os modelos de então substituindo densas paredes portantes por pilares e lajes de concreto reforçado com aço. Muito mais leve e composto por elementos esbeltos, a este sistema se uniria o uso de grandes superfícies de vidro que garantiriam, de uma só vez, a entrada de higiênica luz solar nos espaços interiores e uma almejada transparência arquitetônica que diluiria as fronteiras entre interior e exterior – ao menos, metaforicamente.
O tramado ortogonal é a manifestação de um princípio de ordem, condição reforçada pela repetição de elementos que expressam a racionalidade construtiva incorporada a um sistema estético. Há também a liberdade enaltecida pela desvinculação entre estrutura e paredes que, aliada à eficiência pragmática, faz com que as grelhas estruturais se mantenham presentes nas construções de diferentes escalas no Brasil e no mundo.
Em uma linguagem técnica, as grelhas são compostas por estruturas lineares, no caso vigas, situadas em um mesmo plano por meio do qual formam uma malha capaz de resistir a cargas estruturais. Geralmente, são vistas com espaçamentos regulares cruzados em ângulos retos que variam em dimensões conforme o material utilizado.
Antes restrita a estações espaciais e satélites, a energia fotovoltaica vem ganhando espaço e tornando-se uma opção cada vez mais viável. Diariamente, o sol libera uma enorme quantidade de energia no planeta Terra, muito mais do que toda a população consome. Deixar de aproveitar essa fonte sustentável, renovável e inesgotável para gerar energia elétrica é quase um contra senso, sobretudo se levarmos em conta todo o impacto ambiental e social das outras formas de geração de energia. Mas a tecnologia para criar energia elétrica a partir do sol não é tão simples e ainda apresenta algumas pequenas limitações, sobretudo de preço. A ideia desse artigo é explicar alguns conceitos básicos sobre o processo e evidenciar o que é importante levar em conta ao projetar um sistema solar.
O projeto reBENT, desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa 9 do Programa de março de 2019-20 da Bartlett School of Architecture (UCL), explora a relação interativa entre a Realidade Aumentada (RA) e processos manuais de construção, utilizando tubos de PVC -altamente resistentes e baratos- como material básico de pesquisa. Além de aproveitar suas propriedades ativas de flexão para interagir com AR, este material propõe um sistema rápido e acessível para a criação de estruturas complexas de concreto, por meio da tecelagem de uma série de tubos de PVC e barras de reforço, que são utilizadas como fôrmas para concreto armado com fibra de vidro (GRC).
Até agora, a exploração desta abordagem híbrida - nem puramente analógica nem totalmente automatizada - levou ao design de protótipos, elementos arquitetônicos e estruturas habitáveis. Além disso, a equipe desenvolveu uma plataforma de realidade aumentada para Microsoft Hololens, a fim de orientar o processo de construção e customização por meio de hologramas.
O policarbonato tornou-se uma alternativa atraente ao vidro para fachadas, pois apresenta distintos níveis de translucidez e pode fornecer transmissão e difusão ideais da luz. Além disso, é leve, flexível, reciclável, durável, resistente a impactos e inclui proteção ultravioleta (UV), além de resistir a temperaturas entre -40 °C e 115 °C. Mas, além de suas propriedades funcionais, este termoplástico também oferece amplas oportunidades estéticas, permitindo que os arquitetos criem fachadas excepcionalmente dinâmicas e expressivas.
O ambiente aquático sempre fascinou sonhadores e pesquisadores. Por volta de 1960, em meio à acirrada corrida espacial da Guerra Fria, o explorador francês Jacques Cousteau desenvolveu equipamentos para desvendar as profundezas do mar - como o Aqualung - que permaneciam tão ou mais inexploradas que o próprio espaço sideral. Ele chegou a afirmar que em 10 anos poderíamos ocupar o fundo do mar como “aquanautas” ou 'oceanautas”, onde seria possível passar períodos longos, extraindo recursos minerais e até cultivando alimentos. Sessenta anos depois o fundo do mar ainda é reservado a poucos, e a humanidade tem se preocupado mais com as enormes quantidades de plástico nos oceanos e o aumento do nível dos mares por conta do aquecimento global. Mas estar próximo de um corpo d’água continua fascinando grande parte das pessoas. Seja por interesse ou pela necessidade de ganhar espaço em cidades com riscos de inundação ou populosas demais, propostas utópicas e exemplos interessantes de arquiteturas flutuantes têm figurado no arquivo de projetos do ArchDaily. Mas quais as diferenças fundamentais entre construir casas em terra e casas na água e de que forma esses edifícios permanecem na superfície e não afundam?
Os dias em que a domótica era uma dor de cabeça para o arquiteto, o construtor e o usuário, parecem estar ficando para trás. Preços altos, desconfigurações reiteradas do sistema, poucos resultados estéticos e desconhecimento geral sobre sua correta instalação e manuseio resultaram em um processo complicado que nos impeliu a descartar a ideia de automatizar nossos projetos.
Hoje em dia, a situação mudou e desenvolver um novo projeto sem considerar a domótica parece um tanto absurdo, já que seu custo é desprezível no total da obra. Como e por que incorporar a domótica em nossos projetos? Analise uma série de dicas para aplicá-la com eficácia, graças às informações que a AVE Chile compartilhou conosco.
É difícil começar qualquer texto de retrospectiva de 2020 sem cair em clichês. O ano de 2020 nos ensinou, a duras penas, que a humanidade pode ser mais frágil do que imaginávamos. O mundo tem enfrentado um inimigo invisível que alterou o cotidiano de todos. Por outro lado, os edifícios são compostos por materiais, que têm peso, cheiro, textura e custos. Eles dependem de recursos naturais, processos de produção, mão-de-obra, transporte etc. Ainda é muito cedo para dizer como a crise causada pela Covid-19 mudará o mundo e, mais especificamente, a arquitetura. Mas será que nossa percepção do que é boa arquitetura mudou durante este ano? E nossa relação com a tectônica das construções se alterou com todas os impedimentos que tivemos?
Em filmes distópicos, é comum que o céu esteja sempre envolto de uma névoa espessa, bloqueando os raios solares, trazendo uma atmosfera sombria às cenas. Seja em Blade Runner ou em episódios do Black Mirror, a falta do sol representa um futuro que não gostaríamos de viver. O sol fornece calor ao planeta Terra e é uma grande fonte de energia luminosa, fundamental para a sobrevivência de muitos seres vivos. Podemos gerar energia elétrica a partir do sol e ainda usamos apenas uma fração do que ele pode nos proporcionar. A luz solar também regula o nosso ciclo circadiano, que afeta nosso humor e disposição. Mas incêndios florestais recentes e a poluição industrial de algumas grandes cidades já têm tornado estes cenários bem mais comuns, privando parte dos habitantes de horas de sol. Em uma época em que estamos vivendo um enredo que poucos roteiristas de ficção científica poderiam prever, com a pandemia de Covid-19, tecnologias e diversas soluções surgem para tentar conter a disseminação destes inimigos invisíveis aos olhos. O sol, ou especificamente a radiação ultravioleta, seria capaz de matar vírus e bactérias? E isso funcionaria para o coronavírus?