1. ArchDaily
  2. Espaço sacro

Espaço sacro: O mais recente de arquitetura e notícia

Entre formas geométricas e materiais brutos: o brutalismo na Itália

Nascido no período pós-guerra no Reino Unido, o movimento brutalista inicialmente foi recebido com ceticismo, mas posteriormente cativou a imaginação de novos designers fascinados pela interação entre formas geométricas impactantes e os materiais brutos expostos com os quais são concebidos. Este artigo se aprofunda nas particularidades que definem a contribuição da Itália para o movimento brutalista, explorando o estilo pelas lentes de Roberto Conte e Stefano Perego. Os dois fotógrafos também publicaram um ensaio sobre o tema no livro intitulado "Brutalist Italy: Concrete Architecture from the Alps to the Mediterranean Sea".

Entre formas geométricas e materiais brutos: o brutalismo na Itália - Image 1 of 4Entre formas geométricas e materiais brutos: o brutalismo na Itália - Image 2 of 4Entre formas geométricas e materiais brutos: o brutalismo na Itália - Image 3 of 4Entre formas geométricas e materiais brutos: o brutalismo na Itália - Image 4 of 4Entre formas geométricas e materiais brutos: o brutalismo na Itália - Mais Imagens+ 11

Convertendo o sagrado em profano

Cotidianamente nos deparamos com imagens de edifícios históricos que foram recentemente modernizados, ressignificados e trazidos de volta à vida. O contraste entre passado e presente, entre memória e a história viva de um determinado lugar ou edifício e a tensão entre estas duas coisas é algo que muito contribui para com a experiência da arquitetura e do espaço construído. E mais do que isso, a reabilitação de estruturas históricas pode ter um significado ainda mais profundo, principalmente quando tratamos da vida das pessoas que habitam estes lugares. Neste sentido, a arquitetura pode ser vista como um contentor de memórias coletivas compartilhadas, e o seu desenvolvimento, um livro que narra a própria história da humanidade, seus desafios, conquistas e traumas.

Clássicos da Arquitetura: Mesquita al-Nouri / Nur ad-Din Zangi

Ao longo da história, a arquitetura islâmica se mostra como uma das mais significativas em termos de diversidade cultural. De modo geral, os edifícios não apenas servem a seus propósitos originais, mas se desdobram em centros de encontro comunitário e serviços sociais, refletindo as crenças e a moral muçulmana e revelando a rica história dos povos do Oriente Médio.

Clássicos da Arquitetura: Mesquita al-Nouri / Nur ad-Din Zangi - Fotografia de Interiores, MesquitaClássicos da Arquitetura: Mesquita al-Nouri / Nur ad-Din Zangi - Mesquita, ArcoClássicos da Arquitetura: Mesquita al-Nouri / Nur ad-Din Zangi - Fotografia de Exterior, MesquitaClássicos da Arquitetura: Mesquita al-Nouri / Nur ad-Din Zangi - Fotografia de Interiores, MesquitaClássicos da Arquitetura: Mesquita al-Nouri / Nur ad-Din Zangi - Mais Imagens+ 14

Miniaturas de arquiteturas sacras feitas de papel, por Michael Velliquette

Miniaturas de arquiteturas sacras feitas de papel, por Michael Velliquette - Image 7 of 4
via Michael Velliquette

O artista americano Michael Velliquette produziu sua mais recente série de obras de arte baseadas em papel, criando intricados modelos da arquitetura sagrada. Suas formas de papel cortadas à mão são reunidas em estruturas complexas “semelhantes à arquitetura sagrada e à mandalas tridimensionais”.

Priorizando a simetria formal, o equilíbrio e a ordem, os modelos visam evocar “uma sensação de unidade visual” através de uma paleta de tons neutros ou monocromáticos.

Miniaturas de arquiteturas sacras feitas de papel, por Michael Velliquette - Image 1 of 4Miniaturas de arquiteturas sacras feitas de papel, por Michael Velliquette - Image 2 of 4Miniaturas de arquiteturas sacras feitas de papel, por Michael Velliquette - Image 3 of 4Miniaturas de arquiteturas sacras feitas de papel, por Michael Velliquette - Image 4 of 4Miniaturas de arquiteturas sacras feitas de papel, por Michael Velliquette - Mais Imagens+ 13

A arquitetura religiosa ainda é relevante nos dias de hoje?

Algumas das mais importantes obras de arquitetura ao longo da história da humanidade se devem à religiosidade e espiritualidade do ser humano. Ao longo das últimas décadas, um crescente número de pessoas têm se importado cada vez menos com as práticas religiosas no sentido mais tradicional, isso não significa que a maioria delas seja completamente cética, mas o fato é que muitos destes monumentos arquitetônicos têm lentamente começado a perder parte de seu significado. Aquilo que Louis Kahn chamou de “imensurável” e Le Corbusier se referia como “inefável” estaria deixando de ser relevante para as pessoas?

A proposta do Vaticano para a Bienal de Veneza de 2018 - primeira participação do país no mais importante evento de arquitetura do mundo - é apresentada como “uma espécie de peregrinação não apenas religiosa, mas também cética”. Com isso, está cada vez mais evidente que o papel dos espaços “religiosos” está se transformando pouco à pouco, de espaços iconográficos para ambientes mais ambíguos que procuram refletir a "espiritualidade" de uma maneira mais ampla.

E o que isso significa? Ainda há espaço para a espiritualidade na arquitetura? É possível criar espaços religiosos abertos para pessoas de diferentes crenças e até mesmo para aquelas mais céticas? E o que faz com que um espaço seja dotado de "espiritualidade"?