A arquitetura sempre desempenhou o papel primordial de prover abrigo e proteção para os seres humanos. Na pré-história, buscamos refúgio em cavernas naturais, aproveitando-se da estrutura rochosa para proteção contra os elementos naturais e os predadores. Com o tempo, os abrigos começaram a ser feitos de materiais encontrados na natureza, como galhos, folhas e peles de animais, evoluindo para casas mais permanentes e complexas, com paredes feitas de pedra, tijolos ou madeira, telhados para proteger contra a chuva e o sol, e portas para controlar o acesso. Desenvolvendo habilidades de construção mais avançadas, utilizamos materiais como madeira, pedra, argila e a arquitetura evoluiu significativamente, com a construção de templos, palácios, casas e fortificações que proporcionaram não apenas abrigo, mas também simbolizavam poder, status e identidade cultural. Mesmo assim, basicamente, nossas construções permanecem sendo uma envoltória que nos protegem das intempéries.
Das pedras maciças dos templos gregos aos arranha céus envidraçados, flertamos com uma gama de possibilidades e espessuras para separarmos o que consideramos interno e externo. Este artigo busca explorar essa diversidade de espessuras na arquitetura, desde materiais simples até técnicas construtivas complexas, destacando como essa variação não só proporciona proteção, mas também influencia nossa percepção e interação com o ambiente construído.
https://www.archdaily.com.br/br/1014935/de-veus-finos-a-barreiras-espessas-explorando-diferentes-larguras-em-envelopes-arquitetonicosJosé Tomás Franco and Eduardo Souza
Torre PIF, Riyadh, Arábia Saudita Foto: Bader Otaby. Imagem Cortesia: The International High-Rise Award 2022/23
Dois quilômetros. Essa é a altura esperada para a futura torre saudita que Foster + Partners está projetando. Com o dobro da altura do atual recordista - Burj Khalifa de Dubai -, o edifício multibilionário coroará o céu da cidade de Riad abrigando escritórios, residências e espaços de entretenimento. O projeto faz parte de um programa de desenvolvimento pelo qual a Arábia Saudita está passando, liderado pela visão do príncipe herdeiro Mohammad bin Salman de marcar o país com escala e ambição por meio de uma série de empreendimentos gigantes. Dentro desse plano de ação, as torres super altas destacam-se como símbolos de visibilidade e fama global, mas também como alvos de críticas pelos seus excessos, tais quais os custos de construção astronômicos e a falta de preocupação ambiental.