Como parte de uma iniciativa do Tec de Monterrey, este ano está sendo realizado o Primeiro Prêmio do 213º Sorteio Tec Tradicional com uma obra do arquiteto chileno vencedor do Prêmio Pritzker 2016, Alejandro Aravena. A Casa Elemental, é a segunda das Casas do 75º Aniversário da Sorteos Tec, que se celebra este ano.
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta casa foi desenvolvida para contribuir com o projeto solidário dos sorteios do TEC. Por meio da venda dos bilhetes de loteria, cujo primeiro prêmio é uma casa, o Instituto Tecnológico de Monterrey arrecada fundos para conceder bolsas de estudo a alunos sem condição financeira. O encargo foi aperfeiçoado por décadas e o recebemos na forma de uma lista muito precisa de terreno e uma metragem quadrada muito precisa: máximo 600m2 e mínimo 600m2.
Para enfrentar o projeto partimos de múltiplas frentes, uma delas tipológica. Sempre nos impressionou a dupla condição dos castelos: são fortalezas voltadas para dentro, protegendo algo que não podemos ver e ao mesmo tempo sendo uma presença forte, monumental, abstrata no mundo. Os castelos são introvertidos, mas não são tímidos.
Queríamos capturar um pouco disso nesta casa: um lugar que quase silenciosamente acolhe e cuida da vida privada mas, ao mesmo tempo, é um lugar que inevitavelmente serve como uma declaração de princípios na vida pública. Uma estrutura concêntrica nos pareceu a maneira mais sintética de responder a essa dupla condição por meio de uma única operação. Mas também foi a maneira mais limpa de responder a um lote irregular com orientações e geometrias contraditórias. Optamos por uma silhueta que respondesse a todas as direções.
Por outro lado, embora concordamos estritamente em cumprir as áreas estabelecidas no encargo, queríamos expandir ao máximo cada um de seus componentes programáticos. Foi assim que, ao levantar o volume do solo, o tamanho das áreas públicas da casa praticamente se tornou o tamanho do lote. Ou o quarto principal, cujo interior climatizado se detinha no limite a circunferência, do ponto de vista da experiência espacial, estendeu-se a todo o perímetro da estrutura. O mesmo aconteceu com o vazio vertical central: um único olhar abarca desde o térreo até o céu aberto.
Também queríamos aplicar algumas lições da arquitetura mexicana, especificamente sobre as estratégias mais pertinentes em termos ambientais e climáticos. Por esta razão, embora a geometria seja inédita, o fato de ser uma arquitetura de paredes, que coloca a massa térmica no perímetro, se relaciona ao que tradicionalmente identifica a melhor arquitetura mexicana.
O resto baseia-se em usar com a maior virtude possível o conhecimento disponível sobre a história da habitação: as relações de Kahn entre os espaços, os circuitos públicos e privados da vida cotidiana de Robin Evans ou o plano espacial de Loos.
Lugar: Monterrey, México
Arquitetos: ELEMENTAL (Alejandro Aravena, Gonzalo Arteaga, Víctor Oddó, Diego Torres, Juan Cerda)
Arquiteto responsável: Juan Cerda
Colaboradores: André Barros, Carla Donato, Diego Teran, Mara Cruz, Federica Tebaldi (iluminação)
Engenharia Estrutural: SODICO ingeniería y Diseño – Raúl y Jorge Santos
Construtora: EDAGA - Homero Galindo
Interiores: Línea Vertical – Ana Landa
Estrutura e Materiais: Concreto armado, bloco de cimento, vidro
Superfície terreno: 568 m2
Ano do Projeto: 2020-2021
Ano da Construção: 2021-2022
Para mais informações visite Sorteos Tec.
