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Este artigo foi feito em parceria com o Design Indaba, um site e festival anual que prestigia a inovação. A arquiteta Nicole Moyo apresentou seu projeto no primeiro dia do festival de 2019. Clique aqui para saber mais sobre o evento anual.
Nosso planeta abriga mais de 7 bilhões de pessoas. Desses 7 bilhões, mais de 5 bilhões têm acesso a telefones celulares, no entanto, menos pessoas têm acesso a banheiros, e mais de 1 bilhão ainda despeja seus dejetos a céu aberto.
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A verdade é que muitas cidades em todo o mundo estão evoluindo em um ritmo muito rápido, mas várias comunidades, como as da África do Sul, por exemplo, continuam subdesenvolvidas com acesso limitado aos recursos básicos. Como os governos muitas vezes não conseguem suprir todas as necessidades básicas de seu povo, os cidadãos são forçados a resolver o problema com suas próprias mãos.
Nicole Moyo, cidadã sul-africana, nascida no Zimbábue e graduada em arquitetura na Universidade de Carleton, desenvolveu o projeto "Ukubutha", uma arquitetura social inovadora projetada e construída pela comunidade.
Ukubutha, que significa "reunir" em Zulu, é uma série de assentamentos liderados pela comunidade que fornecem meios de converter resíduos em energia. Poços, cabanas, digestores, jardins e espaços públicos atenderão às necessidades da comunidade e refletirão sua vibrante cultura.
O projeto está situado ao longo da fronteira de Mamelodi, na África do Sul. A cidade foi criada sob o regime do Apartheid, com o objetivo de alienar as divisões culturais e as raças. Embora o país tenha conseguido superar a opressão socioeconômica, as pessoas ainda vivem em situações alarmantes que estão muito abaixo dos níveis internacionais de qualidade de vida. Milhares de pessoas permanecem com acesso limitado a água encanada ou eletricidade, sendo abastecidas de água por caminhões-pipa. Apenas 83 banheiros químicos estão disponíveis para duas mil pessoas, e estes são limpos apenas duas vezes por semana.
O sistema da Moyo é projetado para incentivar a independência e a autossuficiência, baseando-se na natureza e na contribuição pessoal, de modo que é necessário pouco envolvimento com a infraestrutura existente ou com as pretensões do governo. Os dejetos são transformados em fertilizante, promovendo espaços verdes, enquanto que o gás metano também é coletado das instalações de saneamento por meio de um processo de digestão aeróbica e convertido em energia.
O papel da arquitetura é mediar entre as necessidades sociais das comunidades sem acesso formal à água, saneamento ou eletricidade. Utilizar recursos do meio ambiente e reciclar resíduos orgânicos irá emancipar a comunidade, libertando-a de sua total dependência das autoridades governamentais.
- Nicole Moyo
.jpg?1553680440 "Arquiteta apresenta uma solução sustentável para a crise de saneamento básico na África do Sul")
.jpg?1553680135 "Arquiteta apresenta uma solução sustentável para a crise de saneamento básico na África do Sul")
