A história do restauro de um ícone em Guadalajara: La Minerva

© Marte Merlos

A história do restauro de um ícone em Guadalajara: La Minerva - Mais Imagens+ 21

La Minerva é uma escultura monumental icônica da capital de Jalisco, feita por Joaquín Arias em 1957 por ordem do então governador Agustín Yáñez. Os anos se passaram e seria durante a Copa do Mundo México de 1986, quando após uma vitória da equipe brasileira, seu treinador deu aos jogadores uma tarde livre e a comemoração terminou ali, na confluência das avenidas López Mateos, Vallarta, Golfo de Cortés e Circunvalación Agustín Yañez. A partir deste dia, celebrações e demonstrações adotaram La Minerva como cenário predileto. No entanto, fenômenos climáticos e as vibrações veiculares conferiram sérios danos à sua estrutura.

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Após 60 anos de existência, La Minerva recebeu seu primeiro processo de restauração integral. Desde a primeira inspeção pela equipe de restauro, foi possível detectar várias intervenções anteriores, como aplicações de camadas de tinta e cera na superfície, incluindo a impermeabilização de pedras, e reformulações feitas com cimento que tentavam limpar algumas das fissuras de sua base. Este último indicou que quem aplicou as resinas provavelmente concebeu a escultura como uma obra de pedra ou que tentou escavar o problema da estrutura interna. Qualquer uma dessas razões produziu um fato importante: o problema da deterioração já havia sido detectado há algum tempo, no entanto, não foi decidido realizar uma restauração integral como a realizada em 2016-2017.

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Como mencionado, o principal problema de deterioração da La Minerva deve-se a afetação de sua estrutura interna, para a qual, para restaurar a estabilidade estrutural da obra foi preciso substituir essa estrutura e corrigir os múltiplos defeitos das juntas, além de realizar ações para recuperar a estabilidade superficial e a imagem da escultura. Portanto, o objetivo deste projeto foi restaurar a estabilidade estrutural e a integridade visual do monumento La Minerva, em respeito a suas características materiais, históricas e significativas.

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A equipe de restauração responsável pelo projeto foi liderada por Karla Jáuregui, que realizou os trabalhos no subsolo que incluem o pedestal em pedra, as letras e a substituição das cascatas da fonte, que denominou a segunda fase do projeto.

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Depois disso, o processo de restauração de La Minerva atingiu sua terceira e última fase, na qual os esforços concentraram-se na colocação de uma nova estrutura de bronze e no trabalho de soldagem nas juntas do exterior e interior da escultura. Por outro lado, com a finalidade de tornar o trabalho da restauração transparente, instalaram uma galeria-oficina no mesmo local, onde uma linha do tempo realiza a contextualização histórica e um mural feito pelo artista plástico Alberto Peredo foi pintado com três faces de La Minerva na escala 1:1.

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Em sua inauguração, além dos chefes da equipe de Projetos Públicos do Espaço e da própria restauração, esteve presente Álvaro Zárate, diretor acadêmico da Escola de Conservação e Restauração do Oeste (ECRO); Arabella González, presidente da Fundação de Arquitetura Luis Barragán; Susana Chávez, diretora de cultura da cidade de Guadalajara; Ignacio Gómez Arriola, Coordenador do Comitê Jalisco do ICOMOS; Betina Monti, historiadora; Francisco Javier Rodríguez, da Faculdade de Química da UNAM; Luis Moragrega, morador residente do Edifício Moragrega; Alejandro Canales, diretor geral do ECRO; Montserrat Sepúlveda, da oficina de metal do ECRO; Antonio Vargas, da empresa de Estruturas e Construções LAYMA; os escultores Estanislao Contreras e Dolores Ortiz como representantes do Conselho Estadual de Cultura e Artes (CECA); Janen Contreras, restauradora especialista em conservação do patrimônio cultural metálico. Após uma sessão tanto informativa quanto de troca de opiniões, os especialistas concordaram em devolver o aspecto com o qual o público reconhece e lembra.

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Assim, finalmente, em 21 de maio, os andaimes que cercavam La Minerva, que estava envolta em um manto branco, foram removidos, e foram liberados naquela noite para abrigar cerca de três mil pessoas reunidas, após onze meses de restauros, o que foi objeto de crítica política e discussão na mídia.

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Sobre este autor
Cita: Arellano, Mónica. "A história do restauro de um ícone em Guadalajara: La Minerva" [Conoce la historia de la restauración de un ícono en Guadalajara: La Minerva] 11 Nov 2018. ArchDaily Brasil. (Trad. Pereira, Matheus) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/905430/a-historia-do-restauro-de-um-icone-em-guadalajara-la-minerva> ISSN 0719-8906

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