Cidades com menos automóveis e mais transporte público: a mobilidade que os jovens buscam

A Direção Geral do Tráfego (DGT) em conjunto com a Fundação Abertis apresentou os resultados do "Estudo de Opinião sobre Segurança Viária entre Jovens", realizado com 2.000 habitantes da Espanha, com idades entre 16 e 22 anos.

A pesquisa, a cargo de Sigma Dos, consistiu em uma enquete presencial com o objetivo de saber qual é a percepção do risco que têm os jovens a respeito dos seus deslocamentos, qual meio de transporte é o mais comum entre eles e quais são as expectativas do futuro da mobilidade em relação ao meio ambiente.

Dos 2 mil entrevistados, a maioria estuda (73,8%) ou trabalha (16,1%). Ao perguntar-lhes se possuíam carteira de habilitação, 35,6% responderam afirmativamente enquanto 64,4% disseram que não. Este último dado integra 68,7% mulheres enquanto no caso dos homens o número era de 60,2%.

A pé, de bicicleta, transporte público ou automóvel?

Diante da pergunta "Quais meios de transporte você mais utiliza para deslocar-se diariamente?" 80,8% dos entrevistados respondeu que se desloca principalmente a pé, seguindo por 80% que o fazem em transporte público, sendo este último integrado por ônibus, metros e trens. Isto significa que mais de dois terços dos jovens caminham ou usam o transporte público.

O uso dos automóveis está classificado dependendo se os entrevistados se deslocaram como passageiros ou condutores. Assim foi possível obter que 38,8% se desloca diariamente em automóvel como passageiros e 20,9% como condutores.

A bicicleta também está entre os meios mais utilizados chegando a 23,1% das escolhas. 

Agora, quando os entrevistados foram questionados sobre qual é o meio de transporte que mais utilizam durante os finais de semana, as preferências foram mantidas quase sem mudança, exceto no uso da bicicleta que diminuiu para 18,7% e dos condutores que subiu para 21,7%.

A mobilidade do futuro

As perguntas consideradas no estudo a respeito de como os jovens imaginam que estará a mobilidade urbana dentro de alguns anos possuem uma relação direta com o meio ambiente.

Neste sentido, há um resultado que se destaca: 79,7% dos entrevistados está de acordo com que sejam restringidos os automóveis privados no centro das cidades e 56,8% no acesso das cidades por motivos meio-ambientais. 

Neste caso, as preferências de mobilidade dos jovens evidencia o desejo de caminhar e usar transporte público. Entretanto, quando foram questionados pontualmente sobre qual meio de transporte usariam se não pudessem se deslocar de automóvel, 53% disseram que em transporte público, 26,3% caminhando e 17,5% em bicicleta. 

As últimas décadas têm sido testemunhas desta tendência que protagonizam não somente os jovens da Espanha, mas também de diferentes partes do mundo, já que cada vez dão menos importância em ter um automóvel por diversos motivos, sejam eles econômicos, meio-ambientais ou porque consideram que existem outras alternativas para deslocar-se.

Por exemplo, um estudo realizado em 2013 pela Universidade de Michigan obteve que 21,8% dos jovens entre 18 e 39 anos preferem se deslocar em bicicleta ou a pé e que 17% prefere o transporte público (mais estudos e resultados podem ser vistos aqui).

Na entrevista realizada na Espanha, o uso dos veículos elétricos teve um forte respaldo, já que 3,4% disseram que usariam um próprio e 0,6% afirmaram que alugariam um automóvel com este tipo de energia. 

Esta mesma fonte de energia foi a que obteve mais apoio entre os jovens ao serem consultados sobre como prefeririam que fossem os automóveis em alguns anos mais. Com 3,6% das preferências, os motores elétricos se sobrepuseram aos de combustão que receberam 32,5% das preferências. Um pouco mais atrás, com 26,4% das respostas, estão os carros híbridos e 7,5% disseram não saber ou não responderam. 

Segurança Viária

Outros indicadores como a velocidade e os limites de álcool e drogas foram incluídos nas perguntas do estudo. 

Sobre a velocidade vale ressaltar que em 2015 foram estabelecidos novos limites de velocidade dependendo do veículo e da categoria da via. Por exemplo, nas rodovias e auto-estradas o máximo fixado para automóveis e motos é de 120 km/h, nas rodovias é de 100 km/h e na cidade, 50 km/h.

Ao questionar-lhes se os limites de velocidade deveriam aumentar, serem mantidos ou diminuídos, os jovens responderam majoritariamente que deveriam ser conservados nos diferentes tipos de vias.

No caso dos limites de álcool e drogas, 59,5% disseram que são adequados, enquanto 26,4% afirmaram que eram muito permissivos e 11% disseram que os reduziria. Cabe considerar que na Espanha o limite de álcool é de 0,5 mg/l enquanto no Chile se fala de “estado de embriaguez” quando uma pessoa apresenta um índice superior a 0,3 e inferior a 0,8 gramas por mil, e de “embriaguez” quando apresenta um número igual ou superior a 0,8 mg/l.

Os resultados completos da pesquisa podem ser acessados aqui (PDF).

Sobre este autor
Cita: Gaete, Constanza Martínez. "Cidades com menos automóveis e mais transporte público: a mobilidade que os jovens buscam" [Ciudades con menos autos y más transporte público: la movilidad que quieren los jóvenes españoles] 23 Fev 2017. ArchDaily Brasil. (Trad. Sbeghen Ghisleni, Camila) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/805675/cidades-com-menos-automoveis-e-mais-transporte-publico-a-mobilidade-que-os-jovens-buscam> ISSN 0719-8906

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