Playlist: Gabriel Kogan

Que tal mais uma playlist? Pois essa semana convidamos o arquiteto e jornalista Gabriel Kogan para fazer uma seleção em nosso Canal do Spotify.

Gabriel é arquiteto formado pela FAU-USP e trabalha como jornalista colaborando para diversos meios, inclusive o ArchDaily Brasil. Fundou, junto com Guilherme Giufrida e Rodrigo Villela, a Revista CENTRO que em sua edição número 0 "reúne pensamentos sobre a destruição e reconstrução de conceitos estruturantes do espaço". Veja aqui alguns textos da revista compartilhados conosco.

A playlist tem a ordem construída como um cuidadoso texto e é descrita por Gabriel da seguinte forma: 
Músicas sobre a "Casa" cantadas em português, uma seleção arquitetônica.
Chegamos pelo Jardim do francês Henri Salvador, tradução de Jardin d'Hiver composta por ele próprio. "Eu só quero um sol verim/ Pé de manga e de jasmim/ Muita fita do bonfim/ Aqui no meu jardim". 
Entramos e nos deparamos com a casa vazia de mais ninguém. Era uma casa muito engraçada, não tinha nada. Está, aliás, em obras: "É o projeto da casa/ é o corpo na cama/ É o carro enguiçado/ é a lama, é a lama". 
A seguir, na tradução de Caetano do tango Nada, "Cheguei juntinho a sua porta/ nem sei como consegui". No quarto, "O trânsito contorna a nossa cama, reclama/ Do nosso eterno espreguiçar". 
Coisas que Lembram Você aparecem na versão de These Foolish Things por Nara: "A meia luz do meu apartamento". Mas nem tudo vai bem, "Quando eu chego em casa nada me consola/ Você está sempre aflita" interpretado por Gal.
E se não houver ninguém? Na bela versão de Maria Bethânia para a música de Arnaldo Antunes: "Não me falta cadeira/ Não me falta sofá/ Só falta você sentada na sala". Zeca Baleira fala de sua casa, minha casa: "Sentado na porta/ De minha casa/ A mesma e única casa/ A casa onde eu sempre morei"
As coisas podem ficar um pouco mais animadas, depende de nós:  "Soltei os tigres e os leões nos quintais/ Mas as pessoas na sala de jantar/ São ocupadas em nascer e morrer".
Tom recebeu em sua casa uma carta de Vinicius: "Lembra que tempo feliz, ai que saudades? Mesmo a tristeza da gente era mais e além disso se via da janela um cantinho de céu e o Redentor". 
A resposta foi também saudosista, apesar de mais politizada (lembrou da especulação imobiliária da Cidade Maravilhosa): "Minha janela não passa de um quadrado/ A gente só vê Sergio Dourado/ Onde antes se via o Redentor". Tom - mais romântico - escrevera, uns anos antes: "A nossa casa, querido, já estava acostumada/ Aguardando você". 
Casa, sofá, porta, janela... E o gato? A gata, aliás! "O meu mundo era o apartamento/ Detefon, almofada e trato". Da rua para a cidade e de volta para a casa. "Volto pra casa abatido/ Desencantado da vida" de Paulo Vanzolini na voz de Jards Macalé.
E por último, voltamos para a Construção.

Veja mais sobre o trabalho do Gabriel a seguir.

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Sobre este autor
Cita: Pedro Vada. "Playlist: Gabriel Kogan" 18 Jul 2016. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/791204/playlist-gabriel-kogan> ISSN 0719-8906

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