Fundação Louis Vuitton de Gehry em Paris: a resposta da crítica

A administração por trás da Fundação Louis Vuitton (FLV) de Frank Gehry em Paris, que abriu oficialmente no dia 27 de outubro, convidou recentemente um grupo de críticos de arquitetura para observar e registras suas opiniões sobre a obra. A abordagem ousada de Gehry quanto a forma arquitetônica, mais evidente em edificações como o Museu Guggenheim em Bilbao e no Walt Disney Concert Hall em LA, combina com o objetivo da fundação de "promover e dar suporte à criação artística contemporânea" na França. De acordo com seu website, eles incorporam particularmente uma "paixão pela liberdade arquitetônica." Como, então, a enorme estrutura, desafiada por opositores locais desde o início, estabeleceu-se nos arredores dos parques parisienses?

Veja, a seguir, o que Oliver Wainwright do The Guardian , Rowan Moore do The Observer', Paul Goldberger do Vanity Fair, Christopher Hawthorne do The LA Times e Mayer Rus do Architectural Digests disseram sobre o mais recente trabalho de Gehry.

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Esboço do conceito de Gehry. Imagem © Gehry Partners, LLP / Frank O. Gehry

Oliver Wainwright / The Guardian

Fundação Louis Vuitton de Frank Gehry mostra que ele não sabe quando parar.[...] Com certeza é um espetáculo, mas te faz pensar para que serve isso tudo.

"Um amontoado empilhado de forma escalonada [...] como se tivesse sido assolado por uma violenta tempestade," Wainwrigh sugere que o edifício é um "presente" de Louis Vuitton que o "bairro não aparenta estar muito satisfeito em receber." Fazendo referência ao problema que o projeto teve enquanto estava em processo de construção, sendo temporariamente interrompido pelos tribunais franceses, a conclusão final de Wainwright é que é uma "indulgência do excesso de engenharia." Ele é, "na realidade, um grande amontoado de colunas de aço e vigas de madeira laminada colada, jogadas juntas em uma caixa de gato de hastes e suportes, adereços e tiras ziguezagueando de forma desenfreada."

© Todd Eberle

Rowan Moore / The Observer

O novo museu de arte de Frank Gehry em Bois de Boulogne poderia ter sido feito sem os floreios náuticos.

Moore, embora menos liberal em suas descrições, está igualmente desanimado com alguns dos floreios extravagantes de engenharia. Apesar disso, ele reconhece que "as edificações de Gehry, em seu melhor, são generosas, bem pensadas e sensíveis, com um alto grau de atenção para a forma como são construídas." No entanto, neste caso, apenas "em alguns momentos a mágica Gehry aparece." Para ele, as velas "ficam no caminho das conexões potencialmente agradáveis que o edifício tenta realizar, e das experiências da vista e da arte." "Poderia ser fascinante, inesquecível e belo", mas, conclui Moore, o edifício fica aquém.

© Todd Eberle

Paul Goldberger / Vanity Fair

[Ele] se parece com velas, e se parece com um barco, e se parece com uma baleia, e se parece com um palácio de cristal em meio a uma explosão.

...porém, Goldberger argumenta, "nenhuma dessas comparações importa nem um pouco." Para ele, é "uma nova obra monumental de arquitetura pública que não se parece com qualquer coisa que qualquer pessoa, incluindo Frank Gehry, tenha realizado anteriormente." Fazendo alusão ao programa antecipado do edifício, Goldberger observa que "Gehry muitas vezes foi acusado, geralmente de forma injusta, de fazer uma arquitetura que oprime a arte." No entanto, no caso do FLV, os "icebergs compensam por galerias relativamente neutras - não caixas totalmente brancas - [...] mas salas que, em sua maioria, são de formato retangular com paredes retas e planas. Quando não há arte no edifício, este parece incompleto, que é sem dúvida o teste mais importante para saber se a arquitetura é muito assertiva. "

© Todd Eberle

Christopher Hawthorne / The LA Times

O projeto é brilhante, um triunfo de uma longa carreira.

Para Hawthorne, as majestosas velas criam um edifício que "se junta ao Guggenheim e ao Walt Disney Concert Hall como as mais impressionantes obras do arquiteto que tem uma carreira de quase seis décadas." Para ele, a escolha do material (vidro) - que "Gehry utiliza, aqui, de forma notável" - faz com que o museu seja "tão ambicioso quanto qualquer coisa que Gehry já produziu, mas também, surpreendentemente, tão refinado quanto." Comentando sobre os espaços internos de galeria, que ele descreve como "comedidos", Hawthorne sugere que o edifício parece "sensivelmente cosmopolita, até mesmo racional." Ele resume sugerindo que "quando Gehry usa uma paleta unificada - ao invés de empilhar materiais e cores berrantes sobre suas formas que colidem - ele não dilui o poder de sua arquitetura, mas a clarifica e reforça."

© Todd Eberle

Mayer Rus / Architectural Digest

Com o seu exterior parecido com um barco à vela de vidro ondulado, o edifício sugere uma atualização vanguardista de Jolly Roger, graciosamente pilotado por Peter Pan através do mar verdejante de árvores centenárias do Bois com um rastro de pó mágico em sua esteira.

A avaliação de Rus, intercalada por comentários do próprio Gehry, examina a história do projeto com alguma profundidade. Menos opinativo que os outros críticos, ele admira a "rede de treliças de aço e vigas de madeira", que são mantidas no ar em uma "façanha virtuosa de acrobacias arquitetônicas." Ele continua dizendo que "Gehry criou espaços empáticos à arte de quase todas as escalas e meios", concluindo que, no balanço geral, o edifício é um espelho adaptado do terreno onde se localiza. "Afinal, por que as pessoas vêm para o Jardin, se não para se divertir? "

Fondation Louis Vuitton / Gehry Partners

Sobre este autor
Cita: Taylor-Foster, James. "Fundação Louis Vuitton de Gehry em Paris: a resposta da crítica" [Gehry's Fondation Louis Vuitton in Paris: The Critics Respond] 04 Nov 2014. ArchDaily Brasil. (Trad. Arthur Stofella) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/756545/fundacao-louis-vuitton-de-gehry-em-paris-os-criticos-respondem> ISSN 0719-8906

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