Poucas pessoas têm a oportunidade de projetar uma cidade. Ainda menos o fazem por acaso. Essa é a história do ilustrador e quadrinista Eloar Guazzelli, que desde 1990 vem desenvolvendo um projeto artístico intitulado Cidade Nanquim. A partir de folhas de papel de tamanho A4, o artista compõe uma espécie de mosaico urbano em preto sobre branco que retrata fragmentos de uma cidade imaginária.
Arte: O mais recente de arquitetura e notícia
"Cidade Nanquim": artista cria cidade imaginária em mosaico de folhas A4
Cidade não-visual: um audioguia pelo centro de São Paulo
A Cidade não-visual: um audioguia pelo centro de São Paulo é um ensaio de projeto auditivo e sonoro sobre as relações urbanas e seus eventos. Uma proposta que possui como centralidade as formas de percepção da cidade por pessoas portadoras de deficiências visuais onde se procura tensionar e dialogar com suas vivências no meio urbano a fim de potencializar seus respectivos direitos à cidade, sua autonomia e o seu exercício enquanto cidadãos. Parte-se como espacialidade nesta análise de caso a região onde foi implementado o projeto das ruas abertas para pedestre no centro novo de São Paulo (República).
O arquipélago das artes no Japão: obras de Sou Fujimoto, Ryue Nishizawa e Kazuyo Sejima
Naoshima, Teshima e Inujima são as três principais ilhas de um arquipélago no Mar Interior de Seto, no Japão. O que as diferencia dos demais arquipélagos japoneses – que são muitos, característica daquele país insular – é a concentração de obras de arquitetura de qualidade excepcional, projetadas por alguns dos maiores nomes da arquitetura mundial. Tais projetos fazem parte do Benesse Art Site Naoshima, um complexo dedicado às artes idealizado pelo magnata Soichiro Fukutake ainda na década de 1980, composto por dezoito museus, galerias e instalações a céu aberto.
O arquipélago das artes no Japão: obras de Tadao Ando em Naoshima
Poucos lugares no mundo reúnem tantos equipamentos culturais e artísticos como o arquipélago composto pelas ilhas de Naoshima, Teshima e Inujima, localizadas no Mar Interior de Seto, no Japão. Dezoito museus, galerias e instalações compõem o Benesse Art Site Naoshima, um complexo dedicado às artes idealizado pelo magnata Soichiro Fukutake ainda na década de 1980.
À época, Fukutake convidou ninguém menos que o arquiteto Tadao Ando para projetar o Benesse House Museum, na ilha de Naoshima, um equipamento que ofereceu mais que um impulso econômico para a região, mas um estilo de vida mais lento e simples – evidentemente, para aqueles que podem pagar – distante das megalópoles japonesas.
Com selo LEED e madeira recuperada, Museu da Língua Portuguesa reabrirá em julho
O Museu da Língua Portuguesa será reinaugurado no próximo dia 31 de julho, reconstruído após o incêndio que o atingiu em dezembro de 2015. Um dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma, instalado na cidade com o maior número de falantes de português no mundo, na histórica Estação da Luz, o museu celebra a língua como elemento fundador da nossa cultura. Por meio de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos, o visitante é conduzido a um mergulho na história e na diversidade do idioma falado por 261 milhões de pessoas em todo o mundo. A cerimônia oficial de inauguração, no dia 31, terá transmissão ao vivo pelas redes sociais do Museu.
Comunidade feminina de Cabo Verde transforma resíduos da construção civil em elementos de design
Na Ribeira da Barca, interior de Santiago, Cabo Verde, é testado um projeto que propõe trabalhar com as mulheres que vivem da extração de resíduos inertes da construção. Apesar de se tratar de uma atividade ilegal é nela que assenta grande parte do orçamento familiar local, num país onde uma maioria expressiva das famílias monoparentais se fazem representar por mulheres (cerca de 32%, contra 6,5% representadas por homens, dados do INE 2017). O maior rigor nas práticas de fiscalização e a queda na procura de inertes naturais dos últimos anos, vem colocar em risco iminente um sem número de famílias vulneráveis.
Enquadrado como projeto satélite da Porto Design Biennale 2021, impact tem como objetivo principal trabalhar com as mulheres da apanha da areia na reinvenção de uma atividade alternativa, que lhes procura fornecer uma maior dignidade no acesso ao trabalho e incentivar novas formas de vida.
A arte da ficção: a figura do arquiteto no cinema
As relações entre arquitetura e o cinema é tema recorrente nos episódios do Arquicast. São dois tipos de arte, com propósitos diferentes, mas que se complementam e influenciam mutuamente, através de atributos comuns como a ativação da memória coletiva, a valorização da imagem como uma forma de linguagem e o poder de provocar sentimentos e sensações nos usuários/expectadores. A equipe responsável pelo podcast gosta tanto de falar sobre cinema que criou uma série específica sobre isso e já realizou uma dezena de episódios sobre o assunto.
Arquitetura como síntese: o diálogo entre projeto e arte no modernismo
A alusão da síntese entre arte e arquitetura, embora remonte à origem da disciplina, alcança, nas vanguardas artísticas do início do século XX, significado e função social diferentes, constituindo uma das características mais marcantes do Movimento Moderno. Uma integração presente nas obras de grandes nomes do movimento como Mies van der Rohe, Le Cobusier, Oscar Niemeyer, para citar alguns.
"Fazemos uma psicanálise do espaço": entrevista com Ila Bêka e Louise Lemoine
Poucos campos da cultura e das artes apresentam tantos pontos de contato com a arquitetura como o cinema. A constatação não é nova e vem sendo debatida no plano teórico por autores de ambas as áreas desde o início do século XX. Em relação à prática, a arquitetura vem buscando incorporar aspectos imateriais do cinema na mesma medida em que este tem servido como meio de discussão, representação e denúncia de temas pertinentes àquela e ao espaço urbano.
Exemplo disso é a produção da dupla ítalo-francesa Bêka & Lemoine, cujos filmes mostram um olhar sensível aos pormenores e singelezas da arquitetura e do espaço urbano. Seu portfólio – composto atualmente por 30 títulos, entre longas e médias-metragens – lança luz sobre o cotidiano urbano de diferentes cidades do mundo e revela uma mirada atenta aos aspectos mais banais da vida humana no espaço.
Dinamitando paredes: os painéis de azulejo no modernismo brasileiro
"Me senti como Nino Rotta e Oscar Niemeyer como Felini, eu fazendo uma música importante naquela obra." Athos Bulcão, renomado artista plástico, usa essa comparação entre o compositor italiano e o diretor de cinema para fazer alusão à relação entre seu trabalho nos azulejos e o projeto arquitetônico. Tal fusão entre arte e arquitetura marcou um importante período na história do Brasil utilizando a mescla entre as duas disciplinas para lançar luz à assuntos como fortalecimento da identidade nacional, massificação da arte e estratégias arquitetônicas relacionadas ao clima tropical.
Como o Art Nouveau influenciou a arquitetura italiana
Art nouveau, ou arte nova, foi um movimento artístico surgido na Bélgica do final do século XIX e que rapidamente se difundiu por diversos países do continente europeu e nos Estados Unidos. Arte “nova” porque rejeitava cânones e demarcava uma ruptura com o passado. Estimulados pelos resultados e mudanças trazidas à sociedade pela Segunda Revolução Industrial, os artistas do movimento buscavam criar uma linguagem que acompanhasse os avanços desse contexto e superasse a antiguidade, o academicismo e o conservadorismo na estética. Assim, em suas obras, elementos clássicos surgiam combinados a itens contemporâneos e diferentes estilos eram mesclados para formar um conjunto original.
13ª Bienal de Xangai explora a interdependência em uma era de desafios sem precedentes
A Bienal de Xangai deste ano tem como tema Corpos de Água e examina a interconectividade e interdependência das pessoas, climas, ecossistemas e tecnologias, explorando a ideia de coletividade à luz da mudança climática e da atual pandemia global. A 13ª edição da bienal mais antiga da China apresenta trabalhos de 64 artistas participantes que exploram a intrincada teia de interferências e conexões no mundo contemporâneo.
A psicogeografia da monumental land art Cretto di Burri
Em 1968, a pequena cidade de Gibellina, na Sicília, foi arrasada pelo colossal terremoto Belice, de magnitude 5,5 que matou centenas e deixou 100.000 desabrigados. Os planejadores não conseguiram reconstruir Gibellina em seu terreno original. A nova cidade - Gibellina Nuova - foi construída a 11 quilômetros (7 milhas) de distância. Antecipando-se ao projeto e à construção de Gibellina Nuova, e na esteira da tragédia do terremoto de Belice, o prefeito convocou vários artistas para apresentarem propostas de projetos para decorar a nova cidade. Um destes artistas foi o prolífico pintor e escultor italiano “polimaterialista” Alberto Burri (1915-1995).
O que é o campo ampliado da arquitetura?
Em 1979, Rosalind Krauss publica o clássico artigo A escultura no campo ampliado na revista October, no qual identifica um certo esgarçamento das fronteiras no campo da escultura, “evidenciando como o significado de um termo cultural pode ser ampliado a ponto de incluir quase tudo” [1]. A crítica, particularmente destinada a uma produção artística produzida entre os anos 1960 e 1970, foi utilizada como base 26 anos depois, em 2005, para a publicação de O campo ampliado da arquitetura, de Anthony Vidler.
Como a pandemia mudou o modo de experienciar arte em espaços públicos?
O acesso à arte pública é um privilégio o qual, os nova-iorquinos mal param para pensar sobre. Espalhada pelos quatros cantos da cidade, a arte pública é parte integral do cityscape da cidade de Nova Iorque, ocupando parques, praças, becos e terraços abertos a centenas de metros acima do chão. Enquanto as instalações de arte pública mais famosas e celebradas encontram-se já enraizadas na textura urbana da cidade, como a Love de Robert Indiana na Sexta Avenida ou a Gay Liberation de George Segal junto ao Monumento Nacional de Stonewall, não podemos esquecer aquelas “obras de arte” que assumem um caráter mais efêmero. Independente disso, instalações de arte pública tem o poder de despertar as mais diversas reações, com um histórico de interpretações polarizadas que em determinados casos, acabaram até em processos judiciais e ações públicas.