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Gêmeo Digital. Imagem via Shutterstock/Videoflow
O surgimento do fenômeno do "gêmeo digital" anunciou uma grande mudança em termos de planejamento urbano. Ele apresenta essencialmente a cidade como dinâmica, de forma virtual. Garante que todos os elementos do tecido histórico, novas construções e transporte público sejam contabilizados em um modelo tridimensional. Não só apresenta elementos-chave em termos de paisagem, como também engloba condições muitas vezes esquecidas, como a presença de luz ao longo do dia, sombreamento e vegetação. Tudo isso contribui para um melhor processo de análise do território.
Na introdução de seu famoso livro entitulado Cidades para Pessoas, o arquiteto dinamarquês Jan Gehl afirma claramente que a escala humana tem sido historicamente negligenciada pelos processos de planejamento urbano na maioria das grandes cidades ao redor do mundo. A medida que as novas tecnologias foram nos permitindo construir edifícios cada vez mais altos, maiores e mais complexos, deixamos de conceber espaços para as pessoas e passamos a desenvolvendo um novo tipo de arquitetura— uma arquitetura completamente alheia à nossa própria condição humana. Estratégias de planejamento urbano tomadas de cima para baixo desconsideram a necessidade de espaços adequados aos nossos sentidos, priorizando a velocidade, a funcionalidade e obviamente, a lucratividade.
Precisando a forma como experimentamos o espaço construído e consequentemente, como percebemos as relações estabelecidas entre o nosso corpo e o ambiente no qual estamos inserido, a noção de escala humana é fundamental para um espaço urbano que se pretende habitável. Neste artigo, falaremos sobre a transfiguração dos processos de planejamento urbano e quais podem ser as consequências imediatas desta mudança de direção em nossas vidas cotidianas. Paralelamente, o fotógrafo de arquitetura Kris Provoost—através de sua série fotográfica Eden of the Orient—nos convida a mergulhar ainda mais fundo neste universo “sem escala”.
A ignorância geral dos arquitetos sobre as necessidades e requisitos para pessoas com deficiências é preocupante. Além de cumprir as regulamentações obrigatórias (diferentes em cada país), a qualidade de vida das pessoas com diferentes capacidades depende de fatores específicos e cotidianos que vão além de um guarda-corpo ou uma rampa e são muitas vezes deixadas nas mãos de profissionais que nunca lidaram com tais questões.
This Ables, um projeto desenvolvido pela IKEA e pelas organizações sem fins lucrativos Milbat e Access Israel, fornece um excelente recurso para a criação de um design eqüitativo nos menores e mais simples detalhes. De maçanetas que podem ser abertas com um antebraço a um sofá que permite aos usuários sentar e levantar facilmente, esses 13 produtos estão disponíveis para o público em geral em ThisAbles.com. Alguns produtos podem até ser impressos em 3D de forma independente.
Veja o vídeo abaixo para mais detalhes do projeto.
Os arquitetos estão cada vez mais conscientes da influência no bem-estar e boa saúde dos usuários de nossos projetos. A iluminação natural - e como deve ser complementada com iluminação artificial - é um fator essencial a considerar para o conforto visual dos espaços internos. Mas sabemos como lidar com isso corretamente?
Esboços de Bill Stumpf, que mostram seu desejo de projetar uma cadeira que funcione para todos os tipos de corpos. Cortesia de Herman Miller
É um simples senso comum: um bom design é baseado nas pessoas e no que elas realmente precisam. Como arquitetos, estamos nos aprofundando o suficiente para dar as respostas corretas aos requisitos que enfrentamos em cada projeto?
A Herman Miller é um ótimo exemplo desse entendimento. Fundada em 1905 por Dirk Jan De Pree, a empresa americana produz equipamentos e móveis para escritórios e habitações, incluindo um alto nível de pesquisa para entender o corpo humano e a maneira como habitamos nossos espaços cotidianos. Essas investigações, apoiadas por testes de usabilidade e trabalho multidisciplinar, resultam em um grande número de peças de mobiliário e projetos espaciais que agora são usados com sucesso por pessoas em todo o mundo.
Tivemos a oportunidade de visitar a sede da empresa em Zeeland, Michigan, e entender como esses estudos têm sido realizados há várias décadas.