Pavilhão Português na Bienal de Veneza 2018 apresenta "Public Without Rhetoric"

Como parte da cobertura da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2018, apresentamos a proposta para o Pavilhão Português. Abaixo, os curadores Nuno Brandão Costa e Sérgio Mah explicam sua contribuição com suas próprias palavras.

Public Without Rhetoric

Em coincidência com a crise económica, nos últimos dez anos verificou-se um cisma contra a obra pública, vista pelas orientações neoliberais que guiaram a Europa Ocidental nos tempos recentes, como um mal e uma deriva despesista acessória e nefasta.

A obra pública, nomeadamente a construção de equipamentos culturais, educativos, desportivos e de infraestruturas, inscreve-se numa ideia de evolução civilizacional e de progressividade na equivalência de oportunidades sociais. Simultaneamente reconstrói e reabilita a forma da cidade, renovando qualitativa e culturalmente o espaço público.

Cortesia de Direção-Geral das Artes

Neste intervalo temporal de dez anos, desde o início da crise em 2007 até ao presente, apesar do brutal decréscimo deste tipo de investimento, verificou-se a construção de um significativo número de obras públicas de grande qualidade, que simbolizam a resiliência de alguns nichos de decisão (central, regional, local e institucional). Entidades que não desistiram de concretizar projetos anteriores ao início da crise e outros, que em contraciclo, assumiram a responsabilidade de desencadear novos projetos, durante esse mesmo período.

Estes focos de resistência, foram acompanhados pelos arquitetos Portugueses.

Acentuou-se o carismático voluntarismo e paixão pela disciplina que lhes é reconhecido, associado a uma noção muito nítida do respetivo papel social e político, num contexto muito adverso à sua prática.

Através de uma seleção de 12 obras construídas durante o período referido, é possível elaborar uma pequena história do mais recente obrado “Edifício Público” de autoria Portuguesa, cujo significado se insere na ideia do “Espaço Livre”, temática central de La Biennnale di Venezia 2018.

As obras escolhidas pretendem demonstrar a diversidade de programas e escalas que os arquitetos portugueses trabalham, enfatizando a sua cultura generalista e a sua excelência transgeracional, representada por todas as gerações no ativo.

A exposição irá incluir também uma série de filmes sobre o estado actual das obras, explorando os modos e as dinâmicas de apropriação e vivência das pessoas que, de forma mais frequente ou esporádica, realizam a missão pública dessas mesmas obras. Os autores são 4 artistas contemporâneos portugueses com percursos consolidados e de amplo reconhecimento, entre as artes visuais e o cinema, e com experiências anteriores no domínio da representação da arquitetura.

Ficha Técnica:

Curadores: Nuno Brandão Costa e Sérgio Mah
Organização: Ministério da Cultura de Portugal - Luís Filipe de Castro Mendes, Ministro da Cultura - Miguel Honrado, Secretário de Estado da Cultura.
Comissariado: Direção-Geral das Artes - Paula Varanda, Diretora-Geral, Ana Senha, Subdiretora-Geral
Produção executiva e comunicação: Costanza Ronchetti, Catarina Correia, Sofia Baptista, Susana Neves
Desenho expositivo: Nuno Brandão Costa, Sérgio Mah
Arquitetos participantes: Aires Mateus e Associados (Manuel Mateus e Francisco Mateus), Álvaro Siza, Barbas Lopes Arquitectos (Patrícia Barbas e Diogo Seixas Lopes), Carlos Prata, depA (Carlos Azevedo, João Crisóstomo e Luís Sobral), Diogo Aguiar Studio, Eduardo Souto de Moura e Tiago Figueiredo, FAHR 021.3 (Filipa Frois Almeida e Hugo Reis), Fala Atelier (Ana Luísa Soares, Filipe Magalhães e Ahmed Belkhodja), Gonçalo Byrne, Inês Lobo, João Luís Carrilho da Graça, João Mendes Ribeiro, Menos é Mais (Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos), Miguel Figueira, Ottotto (Teresa Otto), Ricardo Bak Gordon, SAMI (Miguel Vieira e Inês Vieira da Silva), Serôdio Furtado Associados (João Pedro Serôdio e Isabel Furtado)
Artistas convidados: André Cepeda, Catarina Mourão, Nuno Cera, Salomé Lamas
Produção da exposição: Rita Leite
Produção local da exposição: João Moreira, Silvia Bortolini
Gestão e produção local do projeto: Dumbo Design Studio / Raul Betti
Certificação e Estudo de Viabilidade: Studio Architetto Vettori: Valentina Vettori
Engenheiro de eletricidade: Fabio Cappellato
Plano de Segurança: Sicurtecno: Fabio Rocchesso
Design gráfico: Atelier Pedro Falcão
Maquetes: OPO'Lab / João Barata-Feyo
Construção suportes expositivos: Jofebar
Tradução: Kennis Translations, S.A
Assessoria Imprensa Internacional: Link PR, Greta Ruffino e Giovanna Tissi
Iluminação: Osvaldo Matos

Galeria de Imagens

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Sobre este autor
Cita: Pedro Vada. "Pavilhão Português na Bienal de Veneza 2018 apresenta "Public Without Rhetoric"" 27 Abr 2018. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/893444/pavilhao-portugues-na-bienal-de-veneza-2018-apresenta-public-without-rhetoric> ISSN 0719-8906

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