Como a "procrastinação estruturada" pode ajudar a tirar proveito de seus maus hábitos

No divertidíssimo TED talk do blogueiro mundialmente famoso Tim Urban, a procrastinação é explicada através de três personagens enigmáticos: Rational Decision Maker, Instant Gratification Monkey, and Panic Monster. Para a maioria das pessoas que procrastina ininterruptamente, o "macaco" é o personagem principal enquanto as decisões acabam sempre ficando para depois. O monstro do pânico dá as caras somente quando o prazo se aproxima perigosamente do fim - e é aí que todo o trabalho é feito, entre muita lamentação, antipatia e promessas infinitas de nunca procrastinar novamente. Mas é claro que estas promessas nunca serão cumpridas e bola pra frente!

Enquanto multiplicam-se na internet dicas e guias sobre como parar de procrastinar, para muitas pessoas, tudo isso simplesmente não serve para nada. E enquanto os prazos, como diz Urban, funcionam para que alguns realizem o trabalho mais cedo ou mais tarde, a "procrastinação a longo prazo" afeta principalmente aqueles responsáveis por definir seus próprios prazos - como empresários, estudantes de doutorado ou freelancers. Então, o que fazer para parar de procrastinar? Neste exato momento! O que você precisa conhecer é o conceito de "procrastinação estruturada" de John Perry - o mesmo conceito que Piers Steel forjou anteriormente com o nome de "procrastinação produtiva". Leia mais sobre alguns conselhos extraídos da literatura pró-procrastinação.

1. Aceite

© Andrea Vasquez

A maioria dos livros de "auto-ajuda" começam com esta palavra em letras garrafais, não é? É importante começar a aceitar que não se trata de não ter tempo suficiente, ou porque outras pessoas e coisas o distraem, trata-se do seu próprio hábito de postergar as coisas e deixá-las sempre para mais tarde. Mas em vez de encarar isto como um grande dilema existencial, uma maldição infernal ou uma doença hereditária, comece por afirmar que isso é algo muito mais simples. Não esqueça que algumas das pessoas mais importantes da história foram procrastinadores crônicos - mas isso não quer dizer que a procrastinação seja um atributo das pessoas geniais, apenas ela é bastante humana!

2. Faça uma lista de tarefas

Elencar tarefas a serem realizadas, por si só, é um dos maiores prazeres que os procrastinadores se dão para aliviar a culpa em relação a si próprios. E se você está lendo artigo, provavelmente você já é um profissional em produzir listas de tarefas (e também em não segui-las). Isso é um resultado bastante comum quando você começa e termina estas listas com tarefas urgentes e assustadoras. Uma alternativa é encaixar parte destas "tarefas infinitas" em meio a aquelas menos urgentes mas igualmente importantes, porém mais fáceis, rápidas ou mais divertidas de fazer.

3. Divida aquela tarefa homérica em outras menores

© Andrea Vasquez

Na maioria das vezes, um grande objetivo é composto por uma série de pequenas tarefas, e cada uma delas exige quantidades variáveis de tempo e energia. Por exemplo, fazer uma maquete em escala do seu último projeto pode ser dividido em subtarefas como "preparar arquivos para corte a laser", "organizar peças e montar" e "detalhes finais".

Esta abordagem permite realizar tarefas pouco a pouco além de que você estará eliminando da lista uma série de itens, satisfação instantânea! E melhor ainda, quanto maior for sua lista, mais "escolhas" você terá em termos de por onde começar.

4. “Decifre suas tarefas”

Semelhante a dividir uma grande tarefa em outras menores, é o que Urban se refere como "decifrar as tarefas" - isto é, certificar-se de que nenhum dos itens de sua lista seja "vago ou indefinido". Por exemplo, "procurar referências para a tese": como pode ser possível encontrar algo se nem você sabe o que está procurando, se ainda nem começou a pesquisa, identificou seus objetivos ou definiu uma possível abordagem? Conduzir suas tarefas sem um objetivo claro não terá nenhum resultado, e você também não vai encontrá-lo no Google.

5. Não ignore mensagens, vida social, e uma rotina de exercícios

© Andrea Vasquez

Quem disse que preparar refeições, ligar para seus familiares ou conhecer novas pessoas deve ser evitado quando você tem muito trabalho a fazer? Segundo o Dr. Perry, poupar-se de compromissos sociais pode ser realmente prejudicial para um procrastinador, porque assim a lista diminui, o estresse aumenta e não há nenhum suspiro de alívio ao longo do dia. Além de ser um típico procrastinador que não realiza as tarefas que deveria, você não pode deixar de conhecer pessoas com as quais pode se reunir com outros propósitos, você acabará perdendo duas vezes.

Da mesma forma, você deve manter todos seus compromissos cotidianos como parte de sua lista de coisas a fazer: passear com seu cachorro, meditar, organizar seu armário ou limpar a casa podem até mesmo ajudar a aliviar o estresse ao invés de ser a causa dele.

6. Procure ouvir o seu corpo

© Andrea Vasquez

Saiba identificar seus limites quando está cansado ou entediado. Uma opção é mudar de tarefa e fazer algo mais interessante, ou simplesmente faça uma pausa rápida. Mas, ainda que seja um alívio trabalhar com coisas mais divertidas nestes momentos, obviamente, isso não significa que você possa ficar pulando de uma atividade para outra sem concluir nenhuma delas. Quando você começa uma tarefa, apenas certifique-se de concluí-la.

E se você optar por fazer todas as atividades agradáveis primeiro, deixando para o final o verdadeiro trabalho? Bem, que assim seja. É necessário aproximar-se dele cedo ou tarde. Basta lembrar, enquanto você estiver seguindo sua lista, estará no caminho certo!

Para saber mais sobre este fenômeno peculiar da procrastinação, leia os conselhos de Adam Grant para "pré-crastinadores" e como isto pode ser útil para a criatividade, ou o livro do Dr. Perry, intitulado The Art of Procrastination: A Guide to Effective Dawdling, Lollygagging and Postponing. Para aqueles que ainda acreditam que se livrar do monstro da procrastinação é a única opção para o sucesso, confira nosso artigo anterior sobre o tema:

Advice For Procrastinator Architects

Scrolling through memes of cats in disguise. Checking if food has magically appeared in your refrigerator every ten minutes. Obsessively arranging books on your shelf by color. Renaming your computer's folders. In short, we seem to thrive on any irrelevant activity to avoid starting a reading, essay, model, or project.

Imagens para este artigo foram gentilmente cedidas por Andrea Vasquez.

Sobre este autor
Cita: Hasan, Zoya. "Como a "procrastinação estruturada" pode ajudar a tirar proveito de seus maus hábitos" [How to Use “Structured Procrastination” to Get the Best Out of Your Bad Habits] 04 Dez 2017. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/884659/como-a-procrastinacao-estruturada-pode-ajudar-a-tirar-proveito-de-seus-maus-habitos> ISSN 0719-8906

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