Não pode subir? Desça! O caso da arquitetura subterrânea

Enquanto a maior parte das cidades luta para alcançar um nível de densidade urbana sustentável, há, por vezes, limitações em jogo que podem restringir seu crescimento vertical. Na Cidade do México, por exemplo, grandes limitações conduziram ao crescimento horizontal da cidade, em vez de vertical, e frequentemente a preservação de conjuntos históricos de baixo gabarito impete planos de expansão. Em uma tentativa de "escavar" possibilidades alternativas de expansão, Kurt Kohlstedt do 99% Invisible apresentou uma compilação de estratégias diferentes nas quais a arquitetura pode crescer para baixo da superfície terrestre.

Preocupações materiais, como o custo e problemas logísticos de escavações em grande escala acompanham algumas das propostas compiladas, porém, a natureza provocadora das mesmas abre o diálogo para possibilidades futuras. Diversos novos projetos conceituais, como o "Earthscraper" subterrâneo, projetado pelo escritório BNKR Architectura, e o recente "New York Horizon", que venceu o concurso eVolo Skyscraper 2016, apresentam alternativas audaciosas ao tradicional projeto de arranha-céus.

"New York Horizon" / Yitan Sun e Jianshi Wu. Cortesia de eVolo
"The Earthscraper" / BNKR Arquitectura. Imagem via 99% Invisible

Embora remover a infraestrutura multimilionária sob o Central Park possa ser, com razão, considerada uma resposta polêmica a uma questão séria, a noção de "arranha-céus" subterrâneos está recebendo cada vez mais atenção. O primeiro destes a projetos a ser realizado será um projeto de preenchimento cujos custos fixos já foram gastos, e uma estrutura subterrânea estável já existe para receber a arquitetura.

De acordo com Kohlstedt, "arquitetura subterrânea de grande escala é raramente criada do zero", consistindo, geralmente, em projetos de reuso adaptativo cujas escavações já foram realizadas há anos. Um exemplo destes espaços subterrâneos é o New York Lowline, versão invertida do famoso High Line.

New York Lowline. Cortesia de NYCEDC

Recentemente aprovado pelas autoridades, o Lowline passará por baixo de Manhattan, fazendo uso de uma antiga infraestrutura ferroviária de modo similar ao High Line. A maior diferença? Em vez de ser uma passarela ao ar livre, o Lowline consiste em um terminar de bondes subterrâneo iluminado por refletores solares. Será o primeiro parque desse tipo no mundo; a luz do sol trazida ao subterrâneo permitirá o crescimento de vegetação, criando um oásis subterrâneo. 

New York Lowline. Cortesia de NYCEDC

Fortes conotações políticas podem estar relacionadas com este tipo de espaço, especialmente onde as escavações existentes foram feitas por militares. Mas o Lowline não é o primeiro exemplo de espaço público subterrâneo; entre outros exemplos estão um parque em uma mina na Romênia, um spa em uma antiga mina de sal na Ucrânia, e um centro aquático em uma antiga mina de ardósia no País de Gales.

Spa em mina de sal na Ucrânia. Imagem via 99% Invisible
Centro aquático no país de gales. Cortesia de Weburbanist

Cada um destes projetos se localiza em áreas periféricas ou rurais, onde é mais fácil realizar escavações. Isso faz da aprovação do Lowline um momento histórico no desenvolvimento de espaços públicos subterrâneos, devido à sua centralidade em uma das metrópoles mais movimentadas do mundo.

Leia o ensaio completo de Kurt Kohlstedt no site 99% Invisible.

Via 99% Invisible.

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Sobre este autor
Cita: Crockett, Lauren. "Não pode subir? Desça! O caso da arquitetura subterrânea" [Can't Build Up? Why Not Build Down? The Case For Subterranean Architecture] 07 Out 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/796666/nao-pode-subir-desca-o-caso-da-arquitetura-subterranea> ISSN 0719-8906

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