Jim Campbell, artista pioneiro da experimentação com a luz, apresenta sua primeira exposição antológica na Espanha

O engano da percepção, o papel da memória ao completar imagens praticamente indecifráveis ou as possibilidades expressivas da baixa resolução são somente alguns temas que percorrem o trabalho de Jim Campbell, um dos artistas mais inovadores e celebrados no campo da experimentação lumínica.

O artista e engenheiro eletrônico norte-americano é um dos pioneiros no uso da tecnologia lumínica dos LEDs para desenvolver instalações interativas de grande valor artístico. Através da manipulação da eletrônica e da informática, o artista nos aproxima do mundo das vídeo-instalações e esculturas de luz de grande beleza visual.

A seguir, saiba mais sobre as obras de Campbell expostas em Madri.

Jim Campbell, artista pioneiro da experimentação com a luz, apresenta sua primeira exposição antológica na Espanha - Mais Imagens+ 19

Coincidindo com o Ano Internacional da Luz em 2015, o Espacio Fundación Telefónica expõe atualmente o trabalho de Jim Campbell até o dia 28 de junho. A exposição consta de 27 obras baseadas em uma combinação de técnicas de vídeo-arte e luz que projeta em suportes de reprodução comuns como LEDs, LCDs e monitores ou telas de televisão.

Cortesia de Espacio Fundación Telefónica

Esferas de leds, pixels, vídeo projetores, frames, circuitos eletrônicos e fotografias pixeadas se transformam em imagens evocadoras e provocativas que desafiam e prendem o visitante, questionando sua capacidade de percepção.

Cortesia de Espacio Fundación Telefónica

A mostra, realizada em colaboração com o Dundee Contemporary Arts da Escócia, inclui além de algumas das suas obras mais representativas, suas últimas criações, como Light Topography (Jane’sPool), onde cria através de LEDs um relevo topográfico em baixa resolução de nadadores que evoca o movimento das ondas e a profundidade das marés ou Blur, um painel de LEDs que mostra o vídeo sem editar a uma resolução mínima de uma cena das ruas de Nova Iorque. Nos últimos 20 anos, Campbell conformou um corpo de obras que ele divide em Instalações, Obras de Imagens Fixas e Obras de Baixa Resolução.

Cortesia de Espacio Fundación Telefónica

Na exposição destaca-se a instalação Last Day in the Beginning of March, uma peça que recria, como uma homenagem, o último dia na vida do seu irmão. A respeito das Obras de Imagens Fixas, são expostas peças como Dynamism of a Cyclist, uma caixa de luz onde se captura uma viagem em bicicleta durante 90 segundos ou Dynamism of an Automobile.

Cortesia de Espacio Fundación Telefónica

E dentro das peças que podem ser denominadas de Baixa Resolução se exibem, entre outras: Exploded View, uma constelação em 3D de mais de 1.000 lâmpadas que mostra o padrão dos deslocamentos de trabalhadores em meios de transporte ou a série Home Movies 1040, onde o artista, torna a imagem borrada através de uma sucessão de frames de resolução muito baixa de vídeos caseiros obtidos no Ebay em uma tela de LEDs.

Cortesia de Espacio Fundación Telefónica

A percepção na obra de Campbell

Através do seu trabalho, Campbell trabalha com a manipulação da imagem e reflete sobre o modo em que o ser humano processa e decodifica a informação visual. Na sua obra reduz a quantidade de pixels até a mínima expressão, empurrando seus vídeos até os limites da figuração e limitando a informação que permite ao seu humano reconhecer uma imagem.

Cortesia de Espacio Fundación Telefónica

“Se alguém trata de observar algo [...] influirá nele [...] Quanto mais informação alguém trata de obter de algo, menos obtém” nas palavras do próprio artista. Campbell utiliza, em ocasiões, filtros e telas de difusão que coloca frente a suas imagens LED para "fazê-las mais compreensíveis", torná-las mais figurativas para o espectador. Para Campbell, "aprendemos como ver estas imagens vendo". Uma interpretação luminescente do tradicional jogo de espelhos.

Cortesia de Espacio Fundación Telefónica

O processo de "ver" é uma reconstrução do cérebro, uma recomposição baseada em pedaços de informação que passam por distintos circuitos. Quando se olha, o que se vê depende tremendamente do contexto, não existem percepções em términos absolutos. 

Cortesia de Espacio Fundación Telefónica

Ao privar suas imagens das necessárias referências do seu entorno, as conexões neurais são interrompidas, produzindo em nosso cérebro um efeito similar a uma ausência de gravidade espacial. Um vazio textual que Campbell aproveita para explorar reações anímicas e sensoriais e criar novas dimensões aos efeitos cinéticos que podem ser alcançados com a manipulação de sistemas eletrônicos. 

Para saber mais detalhes desta instalação e conhecer mais sobre as atividades paralelas a esta exposição, clique aqui.

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Sobre este autor
Cita: Yávar, Javiera. "Jim Campbell, artista pioneiro da experimentação com a luz, apresenta sua primeira exposição antológica na Espanha" [Jim Campbell, artista pionero de la experimentación con luz, presenta su primera exposición antológica en España] 27 Jun 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Sbeghen Ghisleni, Camila) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/768912/jim-campbell-artista-pioneiro-da-experimentacao-com-luz-apresenta-sua-primeira-exposicao-antologica-na-espanhaa> ISSN 0719-8906

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